Gerações vão e gerações vem, levanta-se o sol e põe-se o sol e há algumas coisas que nunca mudam. Uma delas são as tentativas dos casais de fazerem coisas para tentar melhorar a relação. Tentativas estas, que me fazem concluir seguramente que os problemas conjugais não ocorrem pela culpa do Antônio e da Maria, do Alberto e da Clara, mas pela maneira que eles interagem.
A cada semana que passa, me convenço mais de que a crítica não funciona para um casamento melhorar e que a hora que as pessoas descobrirem o poder que emana de um elogio, elas vão lutar ardentemente para executa-lo. Seu cônjuge pode fazer dez coisas erradas, mas se você elogia-lo naquela única vez que ele(a) acertou, as chances do comportamento que você espera que aconteça, aumentam significativamente.
As pessoas brigam porque querem ser vistas pelo outro, querem se sentir amadas, compreendidas, querem que o outro saiba o que se passa no seu universo interno. Muitas vezes elas estão tão desesperadas para ouvir somente um “Eu estou ao seu lado”, que acabam fazendo de forma errada, tentando explorar os erros do outro. Outras vezes, eles querem tanto serem ouvidas pelo outro, que acabam gritando de forma exaltada, como se dissessem: “Pare, me olhe, preste atenção em mim. Eu quero ser ouvida(o) por você.”
Críticas, acusações, explosões, tentativas de calar para não estragar o clima, tudo isso reflete a vontade camuflada que o ser humano tem de ser percebido e valorizado pelo outro. Mas porque insistimos justamente naquilo que não dá certo?
Porque acusamos o outro, dizendo “Você só pensa em trabalhar”, quando poderíamos apenas dizer: “Se eu brigo que você trabalha demais, é porque eu gostaria que passássemos mais tempo juntos, pois eu sinto a sua falta” É muito mais fácil dizer o que sentimos, do que perder tempo brigando por fatos, erros e imperfeições.
Se exigimos tanto a perfeição do outro, é porque não somos perfeitos o suficiente para compreender que eles também podem errar. Muitos dão papinha para suas feridas, alimentam suas dores e não percebem que os anos vão passando e que a vida é aquilo que acontece enquanto você fica fazendo planos para o futuro.
Uma vela não perde o seu brilho quando compartilha sua luz com outra. Você pode lotar o outro com o brilho que vem de você, ao invés de perder tempo curtindo uma fossa e focalizando na sua própria dor.
Tudo é vaidade na vida e qual é o proveito que tiramos da relação, quando fico preocupado demais com os erros do outro, fazendo ele(a) entender o quanto tem coisas que nos machucam. É importante falar, se expressar e se fazer conhecer, mas é expressamente inválido apostar em coisas que não acrescentarão na vida.
Mágoa alimenta mágoa, acusações provocam mais acusações, alfinetadas geram mais alfinetadas. Assim como não há como uma figueira produzir azeitonas, não há como alfinetadas e acusações produzirem amor no casal.
O que você tem plantado na sua relação? Você acha que virão bons frutos? Volto a dizer aquilo que sempre falo: Seu casamento é resultado das palavras que você profere. Você está apenas colhendo o fruto de suas palavras e pode apostar que o fracasso e o sucesso de uma relação não se dá somente por parte dos erros do seu cônjuge, mas talvez da sua falta de sensibilidade de perceber que erra também.