vida

Precisamos ficar atentos as características dos filhos, pois eles nos ensinam coisas que precisamos aprender ou a voltar a praticar em determinado momento de nossas vidas. A idade que cada filho tem, retrata a necessidade especial que devemos praticar.

Lembro-me de uma vez que nossa terceira filha tinha feito 11 meses. Ao final daquele ano fomos à praia e notamos que ela ficava horas olhando o comportamento de uma borboletinha e aquilo parecia mágico para ela. Nós tivemos um momento em família tão precioso que pulávamos ondas, brincamos na areia e nossa neném ria que parecia que ia explodir de tanta felicidade. Por hora, me toquei que a quase dez anos eu não entrava mais no mar para não melecar o bronzeador ou estragar o cabelo… quanta bobagem.  Fiquei pensando que filhos bebês vêm nos dar indicativos que estamos tão corridos no nosso dia a dia, que precisamos parar para contemplar as coisas “simples” da vida como o entardecer do sol ou a mudança da lua. Eles nos ajudam a ver que a vida profissional é importante, mas que nada se compara com o fato de aproveitar o núcleo familiar – sair comer milho verde de chinelo e olhar aqueles olhinhos curiosos em conhecer tudo e nós do contrário, já temos nossas verdades e deixamos de lado esse “olhar de aprendiz” em aprender com as coisas da vida.

Crianças pequenas, de igual forma, nos ensinam aproveitar melhor a vida e não só ficar atrás do sustento do lar ou coisas do gênero. Aqueles pais com filhos de mais de três anos, devem estar atentos a perceber a beleza em descansar após um longo dia de trabalho e poder ter seus momentos de lazer, assim como eles. As crianças em geral, se respeitam quando estão com sono e nós não deixamos nos entregar a ele, pois parece que não podemos. Além disso, filhos ainda crianças se contentam com coisas simples e isso é uma grande lição para nós que queremos sempre mais, que enquanto não alcançarmos tal e tal objetivo, não sossegaremos. Que lendo engano! As crianças podem até ter brigado com o irmãozinho e chorado porque deu problema na escola, mas quando vão à feirinha eles olham o pula-pula e ficam enlouquecidos. O que será que isso quer nos ensinar? Consegue perceber por quê eles são nossos professores?

Filhos adolescentes, é outro exemplo, pois estão em um momento da vida em que estão cheios de sonhos e lotados de amigos. Essa fase geralmente os pais já estão “ligados no automático”, repetindo as mesmas coisas e fazendo tudo igual. É hora dos adultos e se voltarem mais para os amigos (iguais a eles), refazer seus próprios sonhos que ficaram de lado enquanto se educavam os filhos. Isso é igualmente importante, mas nós temos sonhos pessoais que não podem se apagar.  

Por fim, os filhos se casam e já são adultos. Com isso, se voltam para si mesmos e em escrever suas próprias histórias. Os pais também devem se voltar para isso e pensar que coisas podem fazer por si mesmos para curtir, viajar, usufruir de tudo o que foi construído. Quem não está contente, tem a chance de se reformular e continuar a caminhada em busca da reconstrução. E nessa hora, aparecem os netos, e aí….. aí sim, nós viramos crianças outra vez.

Curiosa a vida, não! Não há nada que ocorra sem propósitos maiores!

O que você lerá agora não é algo escrito por mim. Achei tão interessante a escrita de um pai falando de seu filho, que resolvi repassar a você que gosta de refletir sobre as coisas importantes da vida. Sei que muitos pais estão passando pela mesma impressão que ele. O mesmo é de Belo Horizonte e atualmente está morando nos EUA. Leia-a com atenção:

“Eu peguei esse título emprestado de um artigo escrito pela Madame Guyon, uma mulher que viveu no século XVII. Quando o inverno chega, as folhas das árvores caem e a única coisa que aparece são os galhos secos e retorcidos. Não há mais a beleza trazida pelas cores das folhas e das flores, apenas a feiúra dos galhos secos. Contudo, ainda que do lado de fora a visão seja feia e triste, do lado de dentro, a árvore continua viva. E a primavera, a estação seguinte, revelará a vida no interior da árvore através das novas folhas e flores que começarão a brotar.

A nossa vida é plena de estações. E todas elas são boas e importantes. As estações fazem a vida ser bela e colorida, cheia de diversidade e sensações. Na nossa vida, existem os períodos de verão e também os de outono; os períodos de primavera e também os de inverno. Esses períodos vêm e vão de acordo com o relógio de Deus para cada um de nós. Aqui em Dallas, temos vivido um tempo de inverno. As folhas e as flores caíram, os galhos secos e retorcidos ficaram à mostra, mas aquilo que é mais importante. A vida continua nos ensinando em cada situação, e também a partir da nossa percepção de cada galho seco, que não pode mais se esconder por entre as folhas e as flores.

Aqui em Dallas eu me dei conta do estilo acelerado de vida que eu tinha no Brasil. Eram atividades que começavam pela manhã e terminavam à noite, quando eu chegava em casa e ainda ia para o escritório. Sem perceber e sem querer, fui perdendo o coração do meu filho, Isaque. Eu achava que passava um tempo significativo com ele, mas eu estava enganado. As folhas e as flores escondiam os galhos secos e iludiam a minha visão. Não entendia porque ele ficava em silêncio quando eu lhe dizia: “Eu te amo, filho”. Eu achava que ele não entendia o que significavam essas palavras. Na verdade, ele, sim, as compreendia; mas eu não. Só percebi isso quando, meses atrás, depois de algum tempo em Dallas, ele não ficou em silêncio, mas me respondeu: “Eu também te amo, papai”.

Que dia maravilhoso! Pela primeira vez percebi que eu tinha galhos secos e retorcidos, e não apenas folhas e flores! Caminhei quase toda a minha vida sem perceber o que se passava no coração do meu filho. Ele via os galhos secos e retorcidos, mas eu só via as flores. Eu falava de amor, mas ele não sentia o meu amor. Eu mostrava as folhas, mas ele via só os galhos secos.

Até que o inverno veio: as folhas caíram, as flores sumiram, as atividades cessaram, os trabalhos pararam, os relacionamentos se distanciaram, os elogios acabaram e os galhos secos e retorcidos apareceram. Foi então que eu tive a oportunidade de estar com o meu filho e notar que, não eu, mas ele, sim, sabia o que é o amor.

Agradeço por essa estação. Agradeço a Ele que nos dá não apenas o verão e a primavera, mas também o outono e o inverno! Que não somente revela, mas também trabalha em uma árvore com galhos secos e retorcidos!

Ass: Um pai chamado Gustavo.

Quem nunca ouviu uma mãe dizer: “Meus filhos são tão diferentes que nem parecem ser da mesma família. O fulano é mais calmo, já o beltrano não pára sentado. Um adora estudar e o outro é uma briga diária para fazer as obrigações”. Todas as características que ouvimos até 12 anos de idade, tendem a definir a personalidade de cada indivíduo e isso terá reflexo direto nos relacionamentos pessoais.

Se um irmão ocupa um perfil de liderança na família, tenderá a ser líder na relação amorosa. Se outro ocupou um papel de rebelde, tenderá a ser mais questionador na vida afetiva. Se um terceiro tem características egocêntricas, certamente será um parceiro ou uma parceira com tendências a querer que só sua vontade seja satisfeita.

Um estudo feito com 7.000 casais coordenado pelo psicólogo americano Frank Sulloway, da Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos, constatou-se o quanto é curioso notar alguns pontos em comum sobre as brigas dos casais segundo a ordem de nascimento. Baseado nesses resultados é preciso entender os motivos que levam as pessoas agir de formas diferentes um do outro. Com base nesses dados, isso auxiliara você a lidar melhor com seu parceiro. Vamos a elas:

Quem se relaciona com um filho mais velho, percebe que ele é responsável e comprometido – atitudes estas, que o fazem assumir o comando de tudo o que está ao seu redor. Primogênitos são autoexigentes e se concentram em seus próprios fracassos quando algo não vai bem. Sentem dificuldade em pedir desculpas quando erram, pois eles mesmos não se autorizam errar. Eles precisam aprender a equilibrar mais o prazer e não viver só das obrigações.

Em se tratando do filho do meio, os conflitos são outros. Os companheiros dos mesmos precisam ser muito bons para lidar com seus argumentos na hora de uma discussão. Como eles são treinados desde pequenos a se relacionar com o mais velho e o caçula, aprendem a ser ótimos negociadores e isso certamente se refletirá no amor. São muito

leais, tanto que filhos do meio são comprovadamente os parceiros com baixo índice de infidelidade. No entanto, eles precisam aprender a não levar as palavras do parceiro a “ferro e fogo”, pois agem hostilmente quando se sentem rejeitados. Esse tipo de atitude pode trazer problemas na área afetiva caso não filtrem o excesso de estresse de sua rotina.

Quando um dos cônjuges é o caçula, percebo que eles gostam de criar suas próprias regras, além de ficar facilmente emburrados quando são contrariados. Em geral, as brigas mais comuns ocorrem porque precisam receber alguns “empurrões para fazer as coisas”, pois na infância sempre havia alguém para fazer os deveres por eles. Em compensação, são alegres e engraçados, além de possuir um coração bondoso. Caso você se relacione com um deles, precisa deixar claro que não deseja assumir o papel de mãe/pai, mas sim de homem/mulher.

Este teórico citado acima cita que estes dados referem-se ao perfil geral, mas que sempre há exceções.

Após este quadro relacional, o convívio ficará menos conflituoso e mais respeitável ao aprenderem a lidar com as características de cada um. Esta é mais uma das ferramentas que o casal pode ter para enriquecer o conhecimento mútuo e solidificar a relação.

Ao longo de nossa vida passamos necessariamente por diversas perdas, sejam elas emocionais ou materiais e para sofrermos menos com esses momentos, é preciso compreender melhor a verdadeira causa da dor.

Toda dor da perda não advém absolutamente da perda em si, mas o que realmente causa dor dentro de nós é o nosso apego que temos em relação aquilo. Quanto mais apegados a algo, maior é o sofrimento, pois a dor da perda é proporcional ao tamanho do apego.

Todos nós temos apego em maior ou menor intensidade por algo, mas não podemos deixar com que esta seja a causa da nossa infelicidade. Se uma mãe é muito apegada aos objetos da sala de estar de uma casa, por exemplo, ela pode impedir que seus filhos possam usufruir do espaço necessário para brincar. Se uma pessoa for muito apegada a beleza e ao corpo, terá mais dificuldades de encarar a terceira idade onde a vaidade não é mais uma prioridade e isso é resultado do nosso apego.

Há aqueles que se apegam aos bens materiais e na eventualidade de sua perda ou destruição é como se perdessem a própria motivação de viver. Há também quem se apega desesperadamente a sua profissão ou status e qualquer sinal de perda nesta área, os deixam verdadeiramente deprimidos.

Mas o apego mais notável é aquele que se tem por alguém. Embora tão ou mais importante que os anteriores, com muita freqüência aquilo que tem a aparência de um grande amor é, na verdade, um disfarçado sentimento de apego e isso é lindo.

Há, no entanto, o apego bom e o apego ruim. O bom é aquele direcionado a alguém que você ama e o ruim é quando você transforma apego em posse. Apego que se iguala ao amor real (e não a posse) é aquele capaz de soltar, jamais de prender. Somente assim se estará verdadeiramente bem com o outro e se ele se for, a dor vêm mas a pessoa se recupera, porque o vazio foi ocupado pela certeza de um amor verdadeiramente vivido.

Mas isso não ocorre quando confundimos amor com possessividade. Alías, não é a toa que usamos tanto o pronome possessivo em nossas frases. Quem é dominado pela posse, tem dificuldade em entender o que é amar, além de interpretar qualquer atitude como desvalorização ou desinteresse. É claro que ninguém gosta de perder, mas quanto mais imaturo for a pessoa, mais tendência terá de construir relacionamentos baseado na posse.

É por isso que precisamos ser intensos no ato de amar e não perder tempo com pormenores. A posse é um sentimento egoísta que visa o bem estar próprio e não do outro e nem da relação.

E honestamente: Não dá para viver assim. Viver com o mal apego, sem a alegria estampada no rosto que é tudo o que mais merecemos e sermos enganados pelo egoísmo inútil de uma relação de posses.

Temos compromisso com a felicidade e quanto mais nos apegamos aquilo que é bom, menos tempo teremos para nos desapegar do que é ruim.

Você provavelmente é uma pessoa cheia de compromissos, com agenda lotada e com uma série de coisas para resolver. Conversa com muitas pessoas, atende bem a outras e as coisas estão indo conforme o planejado. Seu salário não dá para reclamar e nessas horas tudo o que você faz quando pára e pensa é: “Ótimo! Estou feliz!”

Imagine, no entanto, se tudo isso acabasse do dia para noite. Se as pessoas parassem de te procurar, seu tempo começasse a ter intervalos de ociosidade e você percebesse que não estava com a bola toda. Medos que nem lembrava mais que tinha passassem a te perseguir, além de que a sua fama de “Super Incrível”, poderia ser substituída pela de “Mister Invisível”.

O que iria sobrar de toda essa glória? Para onde iria todo seu esforço e sua fama?

Seu poder na vida um dia pode acabar, mas provavelmente nesta hora lhe restará duas, três ou quatros pessoas muito importantes que estarão ao seu lado – sua família.

Se isso acontecesse, você se arrependeria de ter dado pouca atenção aos filhos, de não ter desfrutado melhor da sua vida com a mulher ou o homem que você ama e todos seus conceitos atuais seriam reavaliados. Você iria olhar para seu passado e se lembrar da simplicidade que tinha seu coração e da humildade de como tudo começou.

Você e seu cônjuge eram mais jovens e cheios de sonhos. O que almejavam foi se realizando, mas a vida foi te engolindo e sem que dessem conta, você mesmo ficou mais insensível – não porque queria, mas pelas próprias circunstâncias.

É nesta hora que me remeto aos três porquinhos e pergunto que tipo de casa você está construindo:

É de palha? Onde sua dedicação ao trabalho é impecável, mas sua casa é sempre deixada em último lugar e você ainda justifica dizendo que faz isso para o bem de todos.

É de madeira? Onde você parece o Adam Sandler, no filme “Click”. Você sabe que sua família deve estar na lista da suas prioridades, mas luta arduamente para primeiro ter estabilidade financeira e uma segurança pessoal e depois quer usufruir tudo o que tem com sua família? Cuidado, pois não são todas as casas de madeira de resistem ao sopro do lobo mal.

Ou sua casa é de material? Onde você se preocupa com a questão financeira e com seu trabalho, mas entende que a noite e nos fins de semana, seu foco é completamente familiar.

Quem opta por construir uma casa de material, certamente não será pego por um vendaval ou tempestade, pois os alicerces foram bem estruturados.

Entenda que na vida, confiar na segurança que será sempre estável, é o mesmo que alimentar uma ilusão. Sua vida começa a decair no exato momento em que você troca “humildade” por “orgulho”.

No final, todos nós somos como o orvalho que aparece em um dia de frio, mas com a mesma velocidade que aparece, também some. Nossa vida é assim e tudo acontece muito rápido, mas lembre-se que quando os aplausos forem embora e quando as noites frias chegarem, sua família estará lá …. ao seu lado e não vão te deixar sozinho!

Há muitos anos atrás eu vi um livro do Gary Chapman que falava das quatro estações que o casamento passa. Não cheguei a ler o livro todo, mas entendi o recado quando ele disse que todos nós passamos por verões, primaveras, outonos e até invernos existenciais na vida afetiva. Difícil mesmo, é quando o casal se percebe congelado em um frio afetivo sem medidas, onde ambos sentem que os flocos de neve congelam até os sentimentos. Não sentem necessidade de investirem em tempo juntos, não ligam mais para a opinião do outro e até mesmo os beijos deixam de ser freqüentes. Mas o que deve ser feito para recuperar a força da relação?

Antes de mais nada, é necessário esclarecer algo que muitos confundem. As pessoas em geral, pensam que o amor é um sentimento, mas não é. Ele é muito mais do que isso – é uma decisão. Se você pautar seu amor nas alegrias que vive, você dirá que nos dias felizes está amando porque tudo está bem e quando vocês brigam ou estão com raiva é porque não sabem se amam mais um ao outro . Se alegrar e amar implica em uma decisão, ou seja, muitas vezes você terá tempestades e dias frios, mas não quer dizer que deixará de amar o outro por causa disso. Quando você DECIDE amar, essa decisão independe das circunstâncias, porque você automaticamente escolheu, decidiu amar aquela pessoa. Quando isso acontece, você fecha os espaços para um possível voto de infidelidade e até mesmo de pensar em separação, porque simplesmente fez sua escolha de viver a vida na alegria e na tristeza, na saúde e na doença com a pessoa que um dia foi sua escolha. Isso é um mito que precisa ser desfeito.

Mas voltando a pergunta inicial: Como podemos recuperar os “verões” da vida a dois?

A primeira atitude necessária para as chamas se reascenderem é o casal constatar junto o vazio em que se encontram, sem perderem tempo em culpabilizar um ao outro. Nesta hora, doses extras de maturidade são importantes, pois é o momento em que o casal assume que estão necessitando retomar algumas ações, mesmo que estejam sem vontade.

Em um segundo momento, é salutar ver que se o casal tentou reaproximação, mas mesmo assim a relação ficou travada, é porque lá no fundo eles não estão vendo a relação como uma prioridade. Nesta hora é importante analisar se os filhos, os afazeres, o trabalho ou coisas extras não estão tomando mais espaço do que a relação a dois. É importante para os filhos saberem que o pai e a mãe tem o “dia do namoro”, pois assim eles crescem mais seguros.

Em terceiro lugar, o casal precisa fazer uma revisão do que falta para restaurar as ações, antes já vividas. É nesta hora em que é bom voltarmos no tempo onde tudo estava bem e lembrarmos das coisas que fazíamos anteriormente e que por motivos de forças maiores, deixamos de fazer: Temos dado menos risadas, temos estado menos afetivos um com o outro, precisamos tirar mais tempo para falar de nós dois ou de sair mais juntos? Você que está lendo essas palavras pode ser usado(a) como um instrumento para produzir isso no seu relacionamento, comentando essas soluções com seu ou sua parceiro(a).

De atenção a esses três pontos: Constatar juntos, priorizar a relação e fazer um levantamento de atitudes que precisam ser retomadas. Isso irá reaproximando o casal, onde dentro de alguns meses se sentiram reavivados novamente. Que os adolescentes sejam nossos professores quando olhamos seus exemplos e vemos que eles nunca deixam o amor em segundo plano. Amar é uma escolha.

Lembro-me da história de uma mulher que sua mãe foi escrava (de verdade) em Minas Gerais e ela contou que naquele tempo os donos de engenho queimavam os pés dos escravos no período da noite, para evitar com que eles fugissem. No momento em que ouvi aquela história, ligeiramente pensei que não estamos mais no tempo da escravidão, mas muitos vivem escravizados em suas mentes pelos erros que já cometeram.

A maneira como nos relacionamos com nossos erros é construída de acordo com a forma que nossos pais lidavam conosco na nossa infância. Há pais mais saudáveis que lidam com os erros dos filhos como se fossem uma forma de aprendizagem, ou seja, “Tudo bem que você errou, mas na próxima vez preste atenção no que pode te acontecer”. Ao contrário de pais mais rígidos, estes agem de forma como se os filhos não pudessem errar. Ficam estressados quando ensinam as tarefas se eles não aprendem ou os xingam quando cometem erros comuns de uma criança. Pais com este perfil se esquecem que erros são obrigatórios para a pessoa se preparar para vitórias e conquistas futuras, mas em geral, todos nós lidamos com erros como se fossem pecados mortais.

O erro na mente de uma criança se define, assim: Quando criança, os pais punem a medida que ocorrem erros, na tentativa de educa-los. Quando nos tornamos adultos, a mente do indivíduo “substitui” seus pais buscando puni-lo quando você comete deslizes. É possível ver isso ocorrer quando você teve uma atitude errada no passado e se martiriza até hoje, devido aquela atitude. Muitos ficam presos na insônia ou nos vícios da comida, cigarro e bebida, porque não se desligam das recaídas e ao invés de zerar o passado e começar um novo futuro, escolhem se autopunir.

Em relações conjugais, qualquer erro do outro é visto como absurdo, de forma que o companheiro ou a companheira tivesse a obrigação de ser perfeito. Os erros são tão importantes quanto dos acertos e se um casal pára para conversar sobre os motivos que sempre os fazem brigar, eles estão se prevenindo de crises futuras.

Erros não precisam ser fontes de castigo, de culpa e de vergonha, mas podem ser fontes de virtudes se tiverem a serviço do aprendizado. A culpa e o medo de errar nos paralizam e nos deixam presos a inverdades. Aqueles que não matam diariamente dentro de si o compromisso com a perfeição sofrem tanto, que não se dão conta que se auto-escravizam – só que ao invés dos outros queimarem os seus pés, se comportam como se eles mesmos se autoagredissem para impedir de ficarem livres dessas dores.

Erros devem ser vistos como amigos que nos acompanham na caminhada da vida até que aprendamos algo. Quando você entende isso, o erro se despede e te deixa seguir sozinho, porque sabe que você entendeu o recado. Se ele volta, é porque você precisa decifrar o porque ele ainda está presente na sua vida, pois talvez você precisa melhorar algo.

A vida é curta demais para ficarmos presos as coisas que não vão mudar o que aconteceu. Viver assim é um sofrimento inútil onde só nós é que temos o poder de dizer “chega”. Aprender isso talvez seja a garantia da liberdade que você merece para entender há muitos erros mais interessantes para se conhecer, do que ficar escravo dos velhos deslizes que não vão te ajudar a crescer.

Novo amor, novos planos e gostosas expectativas… Com tudo se transformando na sua vida, por uma coisa você não esperava: ter que lidar com os filhos dele(a).

Cuidar dos filhos do seu parceiro nos finais de semana já é uma tarefa desafiadora, mas conviver com eles a semana inteira é no mínimo – inusitado.

Aquele ditado que diz que o combinado não sai caro, é um pedido necessário para o casal que se em uma situação de recasamento. Antes de assumir qualquer relacionamento sério, é imprescindível que o casal sente para conversar sobre como irão manejar as diferenças. Esses acordos devem vir do coração, sem falsidade e devem ser claros, para haver aceitação mútua.

Quando há a entrada de uma outra companheira na vida do pai ou da mãe, é natural que a pessoa se sinta excluída, insegura ou julgada. Quando saem algum lugar, sentir-se fora de contexto é normal, mas só você pode contornar esses desconfortos.

Aqui vão algumas dicas sobre como devemos agir para lidar melhor com essas situações:

1 – Não tente ser uma segunda mãe. Você não tem este direito e cada um na família já tem o seu papel. Toda mulher tem um instinto de cuidar, mas assumir o papel de mãe precipitadamente só vai piorar a situação. O melhor a fazer, é tentar ser amiga.

2 – Não demonstre favoritismos. Se você também tem seus filhos, não seja mais dura com os filhos dele ou vice-versa. O mesmo acontece se você prefere o filho caçula dele, pois acha que ambos se dão melhor.

3 – Deixe as broncas e a parte da disciplina para o pai. Será difícil você ser aceita se tomar a posição daquela que dita as regras. Cada regra é diferente para cada família, mas a frase: “Vai escovar os dentes, menino!” não é muito indicada para quem quer se dar bem com as crianças. Fazendo isso, você corre o risco de ser a “mulher mala” do papai.

4 – Felizmente ou não, os filhos não são obrigados a gostar, mas devem respeitar a escolha do pai. Certamente que eles ficam chateados devido a separação, mas de uma forma ou de outra, todos devem colher as conseqüências de seus próprios atos.

5 – Seja compreensiva quando seu atual companheiro tiver que se encontrar com a ex mulher para resolver alguns assuntos. Afinal, eles já tiveram uma história juntos e você não tem o direito de intervir nessas situações.

6 – Quando cada um já tem seus próprios filhos, a forma de educa-los deve ser de forma que favoreça ambos os parceiros. Isso envolve uma decisão madura e depende de ambos cederem para ganhar.

Entendam que este período precisa de no mínimo dois anos para que todos se adaptem com a nova situação. Para isso, procure respeitar o espaço dos outros e de igual forma o seu, pois fazendo isso, as coisas ficarão mais harmônicas para todos os lados.

 

Você já sabe que homens e mulheres são diferentes e isso talvez justifique algumas discussões. Também já leu vários livros sobre o assunto e chegou a conclusão que a comunicação é o melhor caminho para viver bons momentos, sendo que isso basta para que tudo lhe vá bem, certo? Errado.

É verdadeiro a afirmativa que todos querem ser felizes na área afetiva e que todo conhecimento pode ajudar, mas não lhe oferece a garantia de se livrar de problemas conjugais. De fato, alguns casais já aprenderam que conversar ajuda amenizar as dores emocionais, mas o que muitos não perceberam, é que podem ser escravos de uma armadilha onde só ficam unidos quando tem algum problema ou alguma dor para resolver. No momento em que tudo vai bem, ambos se distanciam, cada um vai para o seu mundo e só quando aparece outro problema, ambos se unem novamente.

Imagine como se cada casal tivesse sua própria dança. Uns tem seu relacionamento parecido com uma valsa, onde a leveza e o companheirismo são as características chaves da relação. Outros tem seu relacionamento similar ao tango, onde o que os une é a sensualidade e os picos súbitos de paixão. Há outros ainda, que se assemelham com uma lambada, onde a prioridade é curtir a vida, aproveitar os momentos felizes e só viver de festa.

Obviamente que um pouquinho de todos, resulta em uma ótima receita, mas quando você mistura no liquidificador doses cavalares de companheirismo e amor, com boas pitadas de sensualidade e duas colheres bem cheias de diversão, aí sim, vocês estão bem. Se acrescentar a isso uma música lenta para curtir doses extras de carinho, o que mais você quer da vida?

Casais que se unem pela dor, infelizmente não percebem que dançam moda sertaneja. A música pode ser uma delícia enquanto o casal se concentra nos “dois pra lá” e “um pra cá”. Neste momento, ambos estão unidos e compenetrados, mas quando já fizeram o que tinha que fazer, cada um passa a seguir seus próprios passos.

Quer exemplos da vida prática? Casais com este perfil não percebem que a briga é o fator que mais os une. Parece loucura, mas é verdade. Se não fosse elas, a relação não sobreviveria (o que é uma pena).

São casais que passam a maior parte do tempo empenhados em resolver problemas, sendo de ordem conjugal, uma doença, um problema de família e por aí vai. Nesta hora um auxilia ao outro, mas quando tudo começa a ficar bem, ambos se afastam… até que outro problema os una outra vez. Nesses casos, o lema de vida é: “Até que a felicidade nos separe!”

Mas Karine, e se eu quero dançar valsa e meu cônjuge sertanejo? Eu sempre quero paz e ele(a) vive querendo briga?

Sinto informar, mas não há como isso acontecer. Todos os casais (sem nenhuma exceção) vivem inconscientemente os mesmos compassos de uma dança. O maior problema não está no casal (nele ou nela), mas sim na forma como eles se relacionam.

Por que isso acontece? Porque vieram de famílias onde os próprios pais tinham relacionamento conturbado e mal resolvido (implícito ou explicitamente).

O que acontece com um casal que tem esse padrão? Geralmente eles tem filhos com problemas. Filhos são radares e detectam esse padrão inconscientemente.

Não deixe que a felicidade seja um real empecilho para vocês serem felizes! A felicidade deve ser uma constante, não uma raridade.

Vou te contar uma história que talvez você nunca mais esqueça.

Apresento-lhe a vida de uma família onde o maior sonho do pai, da mãe e dos três filhos era fazer um cruzeiro marítimo. Eles só tinham um problema: O pai era assalariado, a mãe não trabalhava fora de casa e somente dois irmãos tinham emprego, mas ganhavam muito pouco para poder ajudar com os custos.

Houve uma noite onde todos se reuniram e um compartilhou com o outro o quanto eles gostariam de viajar, pois não haveria sonho que superasse a alegria de fazer uma viagem em alto mar, com todas as maravilhas que pudessem contemplar. O sonho era tão profundo que o pai esperançoso levou a sério a conversa e decidiu:

_ Pessoal, nós não temos dinheiro, mas vamos trabalhar unidos para conseguir dinheiro e quando fizermos um caixa que cubra os gastos, nós realizamos esse sonho.

Todo mundo pulava de alegria e até o caçula que era mais preguiçoso se propôs a fazer bico de trabalho para também ganhar dinheiro e acelerar o processo da viagem. Por fim, todos se focaram e se esforçaram dias e dias, até que em nove meses conseguiram todo o valor que precisavam.

_ Só tem um “porém”, disse o pai. “Nós já arrecadamos todo dinheiro do cruzeiro, mas não temos como pagar comida para comer naqueles restaurantes chiques. Se vocês querem ir, teremos que fazer bolachas em casa e levar para comer todos os dias.”

– Mas isso não é problema para nós, pai! Nós nos contentamos com qualquer coisa, desde que realizemos este sonho. (E lá fizeram vários potes de bolachas para levar na viagem até que finalmente chegou o grande dia e foram sorridentes para o porto).

No primeiro dia, eles ficaram tão extasiados e felizes com aquela descoberta, que mal perceberam que estavam comendo bolacha no café, no almoço e na janta.

Segundo dia, a mesma coisa, pois o que importava era a diversão.

No terceiro dia, a bolacha começou a pesar, pois comer só aquilo em todas as refeições do dia, ninguém merece.

Quarto, quinto e sexto dia, já estavam quase desanimados.

O pai, entristecido e humilde, sentiu seu coração apertado por não conseguir pagar o que desejava a sua esposa e filhos e então resolveu dizer a todos para se arrumarem que naquele último dia, ele lhes pagaria tudo o que eles quisessem comer, mesmo que ele se endividasse.

Quando foram ao refeitório, desfrutaram tudo que tinha para comer até não agüentarem mais. Quando o pai foi pedir o valor da conta, a garçonete lhe diz:

_ Me desculpe meu Senhor, mas todas as refeições já estão inclusas no preço do cruzeiro. O Senhor não precisa pagar por nada que consome aqui.

Moral da história: Muitas vezes nós comemos “bolacha” quando perdemos tempo com coisas insignificantes na vida. Assim como aquela família não aproveitou o que tinha de melhor na viagem, muitos não aproveitam realmente o que a vida pode proporcionar porque supervalorizam as dificuldades, discussões impensadas e mágoas retidas. A vida é como uma viagem que não pode ser repetida, porque o que já foi, já foi e você tem o direito de viver com todos os créditos da felicidade, porém se submete a contentar-se com as ansiedades temporárias da vida.

Ouvi essa história quando era criança e nunca mais esqueci. Espero que você possa leva-la com você com a mesma mensagem subliminar que ela passa. Não perca tempo com pormenores. Temos urgência em ser feliz e isso começa quando você deixa de comer “bolachas”.

Mãe! Quando eu tinha sete anos, lembro que um dia você apagou todo meu caderno e me mandou refazer a tarefa de português. Não me recordo ao certo a reação que tive, mas lembro que aquela lição me ensinou a fazer tudo bem feito, dando o meu melhor em cada pequena coisa que eu me propusesse a fazer na vida.

Lembro das maneiras desmedidas de você fazer meu quarto ficar organizado e quando eu chegava do colégio e via uma placa em cima do meu tênis, escrito: “Me lave, por favor…Estou precisando respirar!” ou as centenas de folhas coladas no guarda-roupa, do tipo: “Olá! Eu preciso de atenção. Você pode me ajudar?”…

Quando eu era adolescente, houve um dia em que um colega da escola me chamou de gordinha e eu fiquei arrasada. Fui chorar para você e lembro que você não deu a solução das minhas dificuldades, mas incentivou que minhas forças fossem suficientes para que eu pudesse me superar sozinha.

Houve uma vez que você estava ganhando bastante dinheiro trabalhando fora e não entendi por quê você chegou em casa um dia e disse a todos nós: “Eu não vou mais trabalhar!” Eu te perguntei: “Mas por quê, mãe?” E você:

“É porque seu pai, você e suas irmãs são muito mais importantes do que qualquer outra coisa na minha vida.”

Anos atrás eu tive minhas três filhas e parece que seu valor se agigantou, pois, posso dizer que o amor que hoje dou, é aquele que um dia eu recebi.

Você me ensinou duas grandes verdades na vida:

1 – Uma delas é que eu sempre deveria respeitar e amar meu marido, pois ele seria a pessoa mais valiosa que Deus me daria, pois dali sairiam os filhos. Aprendi isto, vendo seu cuidado com o pai, em honra-lo e respeita-lo, cuidando para ninguém fizesse barulho em seu cochilo após o almoço. Você sempre o elogiava e não é a toa que ele baba em você até hoje.

2 – A outra verdade é da importância das palavras na vida dos filhos. Você sempre me fortaleceu com seus incentivos, nunca me protegeu em meus erros e sempre me encorajou a ir além – Ah… Você sempre dizia que eu poderia ir mais além.

Tudo bem! Confesso que até hoje eu lembro que você jogou fora as cartas que eu guardava com tanto carinho e ainda não consigo acreditar que você me dava ovo para levar de lanche da escola, mas tudo bem… ninguém é perfeito.

Só tenho algo a dizer:

Há muito de você e do pai dentro de mim. Obrigada por me amarem e acreditarem em mim!

A vida se encarrega de nos dar sinais. Nós é que muitas vezes não nos encarregamos de estar atentos a eles. Quem nunca se meteu em uma furada que quando comprovou que deu errado, lá no fundinho a pessoa pensou: “Eu imaginava que isso não ia dar certo?”

Há pessoas que insistem em NÃO parar para compreender os sinais que a vida transmite.

Mas, como você consegue perceber quando está no caminho errado? Quando sua mente fica intranqüila e você sente que não fica em paz com as coisas que está fazendo. Lembro-me de uma vez quando era adolescente, que o maior sonho da minha vida era ir para os EUA. Eu ia dormir todas as noites construindo uma série de fantasias que poderiam ocorrer quando eu chegasse lá. Recordo que eu fiquei o ano todo indo atrás de papeis, de sites que me indicavam os caminhos, mas eu sempre tinha a impressão de que estava lutando contra a maré. Mesmo assim, eu me empenhava e fazia tudo o que estava ao meu alcance. Lá no fundinho eu tinha a suave sensação de que a viagem não ia dar certo, mas meu desejo de ir era tão expressivo, que eu acabei ignorando os sinais. Resultado? Certamente eu não fui e a viajem não aconteceu. Pelo menos não naquele momento. Se eu tivesse entendido isso antes, eu teria economizado meu tempo e muitos afazeres. Como tudo na vida tem um tempo certo, três anos depois eu fui para lá só que com a vantagem de fazer uma pós graduação em casais e família. O futuro me reservava surpresas muito melhores, mas eu tive que entender que não adiantava lutar contra o tempo em que as coisas devem acontecer. Fazer a minha parte é uma coisa, mas dar murro em ponta de faca é outra.

É assim que nos sentimos quando ignoramos os sinais. Se você está fazendo algo que te tira a paz e te deixa incomodado de forma que não sabe o por que, pare um pouco e pense se é válido continuar. Temos que entender que não devemos mudar o sonho, mas que talvez essa não seja a hora de se focalizar nele. Há tempo para tudo na vida e nós precisamos entender o curso que ela leva.

Quando estamos no caminho errado, agimos por teimosia, querendo a qualquer custo que nossa vontade seja satisfeita, mas que talvez não seja o momento certo para que aquilo aconteça. Ficamos impacientes e até irritados quando as coisas dão errado, mas se tivéssemos nos concentrado em entender os sinalizadores, seriamos certamente mais inteligentes ao lidar com as emoções.

Quer ver outros sinais? Sabe aquela insônia que acaba com sua noite e com o desempenho do dia seguinte? Tudo isso, porque você não consegue se desligar da quantia de trabalho que tem para terminar? Isso é um sinalizador que é preciso aprender a separar melhor o trabalho da vida pessoal. Outro exemplo é quando você está brigando com seus filhos ou com seu(sua) esposo(a) sempre pelas mesmas razões.

O que é mais impressionante nessa história toda, é que de uma forma incrivelmente mágica, todos nós sabemos quando estamos no caminho errado. Nosso cérebro de alguma forma se encarrega de nos avisar. Uns chamam isso de intuição, outros chamam de sinais de Deus. Seja lá o que for, esses sinais sempre aparecem. Basta com que aprendamos a decifra-los.

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