traição

A infidelidade carrega um raio devastador para aqueles que por ela, são atingidos. Esse texto não trata de defender a fidelidade, mas foca-se exclusivamente no sofrimento que as pessoas que estão envolvidas nesta situação se aprisionam.

A atração por outra pessoa pode surgir a qualquer momento na vida de uma pessoa, mas a escolha de se liberar para que este impulso seja vividamente concretizado, vai depender exclusivamente dos cuidados que a pessoa toma em aceitar (ou não) as investidas sedutoras.

Quando a pessoa opta por liberar o impulso de trair, inicialmente ela não pensa em ter que escolher entre o cônjuge e a pessoa que resolveu sair. Está entusiasmada pelo sentimento agradável que a atração e conquista provocam, e no fundo, deseja manter o cônjuge e a família. Depois descobre, com surpresa e dor, haver conseqüências dessa escolha, pois como diz Pittman, “A infidelidade pode não ser a pior coisa que um parceiro faça ao outro, mas é com certeza a mais perturbadora, desorientadora e consequentemente, a mais capaz de destruir uma relação”.

Tenho ficado cada dia mais preocupada com as conseqüências que a infidelidade esta gerando na vida dos filhos. Os pais que traem jamais irão saber o que passa na mente dos filhos que vivenciam essa influência. Além da quebra pelo respeito da figura de autoridade, isso abre portas para esse sofrimento se repetir em gerações futuras, além da falta do exemplo que é quebrado em casa, que não recupera a admiração daquele que se tinha antes. O estrago é real.

Percebo, no entanto, que alguns padrões de interação entre o casal, acabam formando campos férteis para a traição. Vou citar alguns deles, para que pessoas em geral, possam se prevenir desse mal, tentando assim, evitar sofrimentos futuros:

 

1 – A falta de intimidade e o distanciamento emocional

Este padrão pode se desenvolver com o passar dos anos, caso o casal fica cego quanto aos sentimentos e as necessidades um do outro;

2 – Evitação de conflitos

Aqui o casal luta para manter uma paz aparente, mas não falam de suas verdadeiras insatisfações.

3 – Conflitos freqüentes;

4 – Vida sexual insatisfatória ou ausente;

5 – Desequilíbrio de poder

Relacionamentos que não dão abertura para negociação das diferenças e impera geralmente a vontade de somente uma pessoa.

6 – Idéia equivocada de que o parceiro jamais faria isso (porque sente segurança demais na relação).

Fique atento a essas dicas, mas acima de tudo, lembre-se que os atos que você tem para com seu cônjuge nos dias de hoje, refletirão diretamente nos dias de amanhã.

Motivos que induzem a traição.

 

Karine Rizzardi

 

Que fatores podem influenciar com que alguém inicie uma relação extraconjugal durante o período avançado do casamento? O período de meia-idade é uma fase longa e complexa do ciclo vital de um casal e é durante essa fase que os cônjuges começam a adquirir mais liberdade para explorar as próprias necessidades pessoais, evidenciando a necessidade de retomar o foco, rever e reorganizar o relacionamento. Mesmo que esta fase já represente desafios, muitos casais ainda têm que lidar com o estresse extra de descobrir a infidelidade de um dos cônjuges. Para isso, vamos entender alguns fatores de contribuem para o surgimento de uma relação extraconjugal, antes mesmo de o cônjuge pensar em trair e da relação entrar em crise. Se a infidelidade não bateu a sua porta, fique atento a esses fatores para que você possa se prevenir para não cair nessa armadilha:

* EVITAR A INTIMIDADE, PROVOCA UM DISTANCIAMENTO EMOCIONAL: Evitar a intimidade pode ser um projeto de ambos os cônjuges desde o início do relacionamento, não só no período anterior a infidelidade. Em muitos casos, esse distanciamento pode desenvolver-se também com o passar dos anos, a fim de evitar frustrações pela incapacidade de partilhar sentimentos íntimos e problemas. Chega um ponto em que ambos decidem (consciente ou inconscientemente), não se envolver intimamente na vida emocional do outro (dentro ou fora de casa), desistindo de ter curiosidade por seus interesses, que vai dando abertura para ocorrer o afastamento emocional. Tudo isso leva a uma ausência de oportunidade para experiências emocionais e sexuais do casal, gerando conseqüentemente o ardente desejo por novas aventuras.

* EVITAR OS CONFLITOS LEVA AO AFASTAMENTO: Casais nesse padrão fazem tanto esforço para realizar tentativas de resolução dos problemas e não conseguem, que passam ao real desejo de evitar conflitos e brigas para não desgastar ainda mais o relacionamento. Modela-se então, uma paz e uma estabilidade aparente que deixam o casal com uma sensação de relaxamento e com uma confiança que não tem base sólida. Nesses casos, muitos cônjuges vêem o outro com uma parte inseparável da sua própria identidade e existência, considerando intolerável qualquer tipo de conflito e esses problemas vão sendo mantidos escondidos ou mal resolvidos, que se não forem realmente esclarecidos e negociados, tenderão a brotar o desejo de trair em um dos parceiros.

* ANOS DE CONFLITOS ABERTOS E NÃO RESOLVIDOS: Esse fator é o mais importante sobre o tema descrito, pois a incapacidade de se envolver em interações eficazes e criativas para resolver os problemas, abre o campo da insatisfação, onde muitas necessidades pessoais e relacionais acabam em frustração e em amargura que cada vez fica maior na vida do casal. Nesses casos, faz-se urgente o uso da terapia de casal para procurar curar feridas do relacionamento, pois isso impede veementemente o casal de prosseguir com a relação e com a intimidade afetiva.

* ANOS DE RELAÇÕES SEXUAIS INSATISFATÓRIAS OU AUSENTES: Entre os problemas conjugais mais mencionados, os principais são a falta de paixão, falta de desejo e de atração pelo outro, bem como a disfunção sexual (impotência ou ejaculação precoce). Além desses, muitos também reclamam do uso do sexo como forma de poder, falta de sensibilidade na cama e uma dificuldade antiga de exprimir fisicamente o próprio amor e afeto. Quando isso acontece, um ou ambos os cônjuges evitam ou renunciam tratar os problemas conjugais de modo eficaz e aberto, favorecendo assim, o encontro com outrem.

Como você observou, todos esses fatores são importantes para se evitar uma relação extraconjugal, que no fundo é uma “tentativa de solução” (de um problema individual ou do casal), mesmo que ineficaz. É por essas e outras razões, que faz-nos pensar que evitar problemas não significa resolvê-los, pois o casal poderá criar muitos outros mais graves, e você não vai querer passar por isso, vai?

A autora é psicóloga especialista em casais e família

(45) 3224-4365

drakarinerizzardi@gmail.com

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