sofrimento

Muitas pessoas não percebem que vivem tendo crises em uma mesma área da vida e tudo parece um ciclo que se repete. É quando a pessoa nunca consegue ficar com as contas em dia porque gasta mais do que ganha, é quando os pais brigam com um filho sempre pelo mesmo motivo, quando os casais voltam no assunto de dez anos atrás na hora de uma discussão e enfim, são infinitos exemplos que poderíamos citar.

Quando algo ruim acontece uma vez nas nossas vidas, considera-se um ocorrido inesperado e acidental, mas quando a situação se repete três ou mais vezes, aí é hora de analisar por que os problemas estão se repetindo.

Imagine, por exemplo, que você dirige há vários anos e de repente você bate o carro. Passa-se três meses do ocorrido e você bate outra vez. Como se não bastasse, oito meses depois, você novamente bate na traseira de outro. De quem será a culpa? Uma vez, tudo bem, mas quando se repete as circunstâncias, são sinalizadores que merecem nossa atenção para revermos nossas condutas.

Há uma frase que acho o máximo: “Não sejais como o cavalo ou a mula que são sem entendimento e que precisam de freios e cabrestos para serem dominados, porque de outra sorte não obedecem”

Muitos sofrimentos são reservados para aqueles que vivem deste jeito, pois viver assim não deixa de ser uma escolha.

Quando alguém sempre se envolve amorosamente com pessoas erradas ou quando já foi traída mais que três vezes e não toma atitude, porque será que precisa viver com esses freios de continuar repetindo a mesma dor e reprisando todo o sofrimento? Não é mais fácil ser feliz? Não digo isso de forma impulsiva, mas a vida é curta demais para ficarmos presos a circunstâncias que nos prendem.

A oportunidade de fazer escolhas inteligentes, controlar seus comportamentos para não repetir os vícios, as compulsões e os erros é o mínimo o que se espera de pessoas que ao contrário da mula, pensam e raciocinam. Creio que não precisamos repetir o sofrimento para aprendermos com eles.

Há também um detalhe nessa história que nos cabe pensar: Se somos seres pensantes e inteligentes, então, é valido considerar os erros dos outros e não precisar nem passar pelo erro. Tudo bem que é uma proposta ousada e difícil (até porque tem situações que não funcionam assim), mas é preciso usar o máximo da nossa capacidade de raciocínio. Isso é possível, pois, é só aguçar sua atenção. Um exemplo disso são os casais. Se todos eles nunca conseguem resolver seus problemas por culpar o outro dos problemas, então é válido fazermos diferentes para termos resultados mais satisfatórios.

Façamos diferentes! Sejamos mais aprimorados!

Quando dizem que se conselho fosse bom não se daria, questiono se isso é realmente verdade. É sábio tirar proveito das lições dos outros, sem precisar sofrer para mudar.

Essa é a história de João: Homem bonito e saudável, bem sucedido e apresentável. Terminou seu trabalho na sexta a noite e estava voltando para casa. “Lar, doce lar!” Mas ao chegar percebe que a casa está quieta, a televisão apagada e tudo é silêncio. Ninguém para abrir a porta e ninguém a sua espera. Ele se sente sozinho e tem a tristeza como companhia. A primeira coisa que lhe passa a mente, é sair e encontrar os amigos para ver se o vazio diminui; mas ele mesmo percebe que não, a medida que o domingo chegou e nada de diferente aconteceu – a solidão continuava lá. Será esta, a forma mais sábia de lidar com esse sentimento? E aí, o que fazer?

Por outro lado, tem a história da Maria: Vai para casa e está com uma série de “pepinos” para resolver. Problemas conjugais, filhos para dar conta, trabalho acumulado e o que ela mais deseja é alguém para desabafar e confortá-la: mas não dá: a pessoa que ela mais almeja atenção é o marido que por sinal não lhe dá ouvidos, pois tem outras prioridades e aí vem o pior de todos os sentimentos ao se sentir só: a solidão a dois.

Permita-me dizer-lhe uma coisa: sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem em relação a esse sentimento.

No caso específico de Maria, podemos afirmar que a solidão nasce em um relacionamento, a partir do momento em que os abraços, o carinho e o afeto se perdem. É quando o relacionamento deixa de ser alimentado e a troca de experiências não é mais algo prioritário.  Acaba sendo predominante somente as insatisfações do que o outro está deixando a desejar, e nisso, esquecemos também de avaliar qual a nossa contribuição de fazer com que essa situação permaneça.

Na situação de João, podemos considerar que talvez esteja sozinho de tantas dores já vivenciadas no passado. Já sofreu tanto com tristezas anteriores que prefere “parecer” inatingível em seus sentimentos.

Deixo um aviso para os muitos Joãos que há por aí: generalizar que todas as pessoas vão lhe causar sofrimento é o mesmo que arriscar-se a perder a grande oportunidade de um bom relacionamento. Para ele, a solidão é um refúgio de sabor amargo, do qual pensa que estar consigo mesmo pode não ser uma boa e acaba achando que estar com os amigos vai fazê-lo afastar-se do que lhe angustia.

Mas e você: É João, é Maria ou tem outro nome:Como se comporta a sua solidão? Hoje fazemos de tudo para mantê-la afastada: entramos no carro e já ligamos o som, chegamos em casa e vamos direto para a televisão, estamos sozinhos e ligamos para alguém. Não suportamos o silêncio, pois ele pode refletir exatamente o que temos dentro de nós: um vazio existencial. Os remédios que muitos tomam para eliminá-la, sem perceber a atraem ainda mais, como beber descompassadamente e trocas casuais e insignificantes de companhia. Medidas como essas de substituição não são eficazes no distanciamento do vazio que a solidão gera…

O melhor jeito de administrá-la é conhecê-la. Assim poderá ver que ela pode ser boa quando lhe convir e sair para dar uma voltinha quando você não a desejar.

Aprenda isso! As coisas são conforme o nome que damos a elas. Se chamo minha solidão de inimiga, ela assim o será.

Você pode transformá-la no que quiser; em um monstro, uma formiga ou um leão esperando abocanha-lo(a). Porém, não finja que ela não existe. É seu olhar que vai torná-la sua escrava ou sua aliada! Ouse descobrir!

Quando surgem assuntos ligados a área afetiva, o interesse sempre aparece e este fica maior ainda quando se trata de entender o que se passa na mente de uma pessoa com síndrome de Don Juan, ou seja, de alguém sedutor(a) ao extremo. É bom ficar esperto(a) para não cair na deles, caso contrário, o sofrimento pode ser garantido.

Tanto homens quanto mulheres podem apresentar essas características e é por isso que é preciso se informar. Lembre-se que ninguém consegue mudar um Don Juan, a não ser que ele faça terapia, por livre e espontânea vontade. Então, fique atento:

– O(a) sedutor(a) faz de tudo o que está ao seu alcance para obter a conquista da pessoa que está investindo, que quase sempre é uma pessoa impossível. A partir do momento em que o alvo se entrega para a relação, os Don Juans abandonam seu alvo, sem o menor sentimento de culpa e não se sentem mal de ver o outro sofrer. Isso acontece porque o alvo deixa de ser um desafio e passa a “ficar na palma da sua mão”, o que faz com que eles se desinteressem pela relação e partam para outra.

– O foco do portador do Don Juan é a conquista (não o relacionamento) e é por isso que fazem o tipo “Pessoa Ideal”. Você jamais verá um Don Juan se entregar totalmente para uma relação, pois ele teme a entrega, apesar de parecer totalmente o contrário, pois eles surpreendem nas demonstrações de afeto, vivem fazendo ligações, trazem presentes, enviam torpedos o tempo inteiro, fazem surpresas, levam a lugares românticos, além de serem especialistas em captar as carências das pessoas. Geralmente desligam até o celular quando estão na presença de seus alvos.

– Como eles tem o desejo de seduzir o tempo todo, o desafio deles aumenta principalmente quando a presa de seu interesse, tem uma situação proibida, podendo ser casada(o), freira(padre), irmã da namorada, filha de algum amigo, etc… Se mesmo assim, o alvo não sede, eles ficam ainda mais obstinados e interessados.

– Eles tendem a olhar o alvo de conquista como um troféu em suas mãos, exibindo-se para os amigos(as) de seus alvos e do poder que tem para agarrar sua presa.

– A característica mais marcante é que eles amam muito mais a si mesmos do que a qualquer pessoa conquistada. A maioria deles não constitui família com nenhum dos alvos e muitos acabam vivendo para sempre com suas mães.

– A pessoa não suporta levar um “não”, foge quando se sente controlada na vida.

– Peter Lee, um dos grandes estudiosos dessa síndrome, afirma que por trás de um homem (ou mulher) poderoso(a) e inabalável, como demonstra a figura de um Don Juan, pode se esconder um ser infeliz, que não consegue se livrar desse ciclo, além de não conseguir manter nenhum relacionamento estável e duradouro, acabando sentindo-se só. É por isso que a conquista só serve para melhorar sua sensação de segurança pessoal e elevar sua auto-estima. Há quem defenda que todo Don Juan tem uma acentuada imaturidade afetiva, pois sua constante troca nos relacionamentos e medo de assumir compromissos normais com pessoas maduras, são indícios que isso se comprova.

Agora que você já sabe como identificar o perfil de um Don Juan, fique alerta para não cair no seu jogo. Há muitas pessoas sendo levadas por essa armadilha e não percebem o quanto estão sendo usadas. Independente de você ser casado, noivo, namorado ou qualquer outra definição, lembre-se de que ninguém está livre de se atrair por uma pessoa assim.

A infidelidade carrega um raio devastador para aqueles que por ela, são atingidos. Esse texto não trata de defender a fidelidade, mas foca-se exclusivamente no sofrimento que as pessoas que estão envolvidas nesta situação se aprisionam.

A atração por outra pessoa pode surgir a qualquer momento na vida de uma pessoa, mas a escolha de se liberar para que este impulso seja vividamente concretizado, vai depender exclusivamente dos cuidados que a pessoa toma em aceitar (ou não) as investidas sedutoras.

Quando a pessoa opta por liberar o impulso de trair, inicialmente ela não pensa em ter que escolher entre o cônjuge e a pessoa que resolveu sair. Está entusiasmada pelo sentimento agradável que a atração e conquista provocam, e no fundo, deseja manter o cônjuge e a família. Depois descobre, com surpresa e dor, haver conseqüências dessa escolha, pois como diz Pittman, “A infidelidade pode não ser a pior coisa que um parceiro faça ao outro, mas é com certeza a mais perturbadora, desorientadora e consequentemente, a mais capaz de destruir uma relação”.

Tenho ficado cada dia mais preocupada com as conseqüências que a infidelidade esta gerando na vida dos filhos. Os pais que traem jamais irão saber o que passa na mente dos filhos que vivenciam essa influência. Além da quebra pelo respeito da figura de autoridade, isso abre portas para esse sofrimento se repetir em gerações futuras, além da falta do exemplo que é quebrado em casa, que não recupera a admiração daquele que se tinha antes. O estrago é real.

Percebo, no entanto, que alguns padrões de interação entre o casal, acabam formando campos férteis para a traição. Vou citar alguns deles, para que pessoas em geral, possam se prevenir desse mal, tentando assim, evitar sofrimentos futuros:

 

1 – A falta de intimidade e o distanciamento emocional

Este padrão pode se desenvolver com o passar dos anos, caso o casal fica cego quanto aos sentimentos e as necessidades um do outro;

2 – Evitação de conflitos

Aqui o casal luta para manter uma paz aparente, mas não falam de suas verdadeiras insatisfações.

3 – Conflitos freqüentes;

4 – Vida sexual insatisfatória ou ausente;

5 – Desequilíbrio de poder

Relacionamentos que não dão abertura para negociação das diferenças e impera geralmente a vontade de somente uma pessoa.

6 – Idéia equivocada de que o parceiro jamais faria isso (porque sente segurança demais na relação).

Fique atento a essas dicas, mas acima de tudo, lembre-se que os atos que você tem para com seu cônjuge nos dias de hoje, refletirão diretamente nos dias de amanhã.

Essa é a história de João: Homem bonito e saudável, bem sucedido e apresentável. Terminou seu trabalho na sexta a noite e estava voltando para casa. Lar, doce lar! Mas ao chegar percebe que a casa está quieta, a televisão apagada e tudo é silêncio. Ninguém para abrir a porta e ninguém a sua espera. Ele se sente sozinho e tem a tristeza como companhia. A primeira coisa que lhe passa a mente é sair e encontrar os amigos para ver se o vazio diminui; mas ele mesmo percebe que não estar com os outros só disfarçava sua angústia diminuía temporariamente sua solidão, mas no domingo o vazio era maior.

Por outro lado, tem a história da Maria: Vai para casa e está com uma série de “pepinos” para resolver. Problemas conjugais, filhos para dar conta, trabalho acumulado e o que ela mais deseja é alguém para desabafar e confortá-la, mas não dá, pois a pessoa que ela mais almeja atenção é o marido que por sinal não lhe dá ouvidos porque tem outras prioridades e aí vem o pior de todos os sentimentos: viver a solidão a dois.

Permita-me dizer-lhe uma coisa: Sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem em relação a esse sentimento. No caso específico de Maria, podemos afirmar que a solidão nasce em um relacionamento a partir do momento em que os abraços, o carinho e o afeto se perdem. É quando o relacionamento deixa de ser alimentado e a troca de experiências não é mais algo prioritário. Nesta hora, as insatisfações ficam mais evidentes e o olhar se volta para aquilo o outro está deixando a desejar. Nisso, esquecemos também de avaliar qual a nossa contribuição de fazer com que essa situação permaneça.

Na situação de João, podemos considerar que talvez esteja sozinho de tantas dores já vivenciadas no passado. Já sofreu tanto com tristezas anteriores que prefere “parecer” inatingível em seus sentimentos. Deixo um aviso para os muitos Joãos que há por aí: generalizar que todas as pessoas vão lhe causar sofrimento é o mesmo que arriscar-se a perder a grande oportunidade de um bom relacionamento. Para ele, a solidão é um refúgio de sabor amargo, do qual pensa que estar consigo mesmo pode não ser uma boa e acaba achando que estar com os amigos vai fazê-lo afastar-se do que lhe causa angustia.

Mas e você: É João, é Maria ou tem outro nome? Como se comporta a sua solidão? Hoje fazemos de tudo para mantê-la afastada: entramos no carro e já ligamos o som, chegamos em casa e vamos direto para a televisão, estamos sozinhos e ligamos para alguém. Não suportamos o silêncio, pois ele pode refletir exatamente o que temos dentro de nós: um vazio existencial. O melhor jeito de administrá-la é conhecê-la. Assim poderá ver que ela pode ser boa quando lhe convir e sair para dar uma voltinha quando você não a desejar. Vou te dar uma dica: Convide-se para jantar com você mesmo(a)?

Os remédios que muitos tomam para eliminá-la, sem perceber a atraem ainda mais, como beber descompassadamente e trocas casuais e insignificantes de companhia. Medidas como essas de substituição não são eficazes no distanciamento do vazio que a solidão gera…

Aprenda isso! As coisas são conforme o nome que damos a elas. Se chamo minha solidão de inimiga, ela assim o será. É seu olhar que vai torná-la sua escrava ou sua aliada! Ouse descobrir!

Parece relativamente grande o número de pessoas com talento suficiente para criar seu próprio inferno. Muitas pessoas fazem de tudo para conquistar a infelicidade a qualquer custo, pois desenvolvem uma habilidade admirável de tornar tudo o que está ao seu redor, ruim, insatisfatório e chato.

Todos nós podemos ser infelizes, porém, tornar-se infeliz requer um aprendizado. Um pouco de experiência, somada a alguns momentos pessoais de desgraça não bastam… pessoas assim, nunca estão saciadas, pois querem preencher suas vidas com problemas que são sua razão de viver.

Geralmente são pessoas exemplos para os outros em como transformar qualquer coisa boa em algo completamente ruim, além de ter como ideal de vida, sobreviver com sucesso, a doses constantes de sofrimento.

Seu maior hobby é colecionar fossas, onde as pessoas disputam sua companhia, pois não conseguem ficar longe delas por um minuto sequer.

Pessoas que vivem assim, tem a Lei de Murphy como base fundamental, pois sempre seguem alguns mandamentos incontestáveis e se não seguí-los podem ter cometido um pecado imperdoável: Eis aqui alguns:

* Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.

* “Se você está se sentindo bem, não se preocupe. Isso passa.”

* “A fila do lado sempre anda mais rápido.”

* “Você sempre acha algo no último lugar que você procura.”

* “Os semáforos ficam vermelhos bem no instante em que você chega.” ..e por aí vai indo.

Acredito que melhor do que viver assim, é agir de duas maneiras:

1 – Pensando que você é vítima de todas as coisas ruins que te acontecem e que tudo o que as pessoas fazem é para te ofenderem. Óh céus! Oh vida! Se você se enquadra nessa alternativa, continue sempre assim.

2 – Viver de passado. Independente se foi bom ou ruim, sua vida inteira está lá e em algum momento você vai reencontrá-lo para ter feito algo diferente ou então, criar a esperança de reviver a mesma experiência boa.

Acredite: uma dia, o homem da lâmpada vai aparecer para você e não esqueça de fazer o pedido de viver o passado tudo novamente.

Com o lado afetivo é a mesma coisa…quando você acha que encontrou a pessoa perfeita, é porque ainda não reparou na pinta preta do lado esquerdo do ombro dela! E mesmo que a felicidade se espalhe pelo mundo inteiro, um pessimista jamais vai perder a esperança.

Você conhece a história do bêbado? Um bêbado está debaixo de um lampião de rua e procura..e procura. Um policial se aproxima e lhe pergunta o que perdeu. O bêbado responde: “Minha chave”. Agora os dois começam a procurar. Por fim, o policial pergunta:

– O senhor tem certeza de ter perdido a chave exatamente aqui?, e este responde:

– Não, foi mais adiante, mas lá está escuro demais.

Acho que não preciso tecer comentários, não é! Seja infeliz!

O que uma família sem problemas com drogas tem de diferente?

 

Karine Rizzardi

 

Muito se fala sobre o que leva uma pessoa a entrar no mundo das drogas, mas pouco se fala sobre os fatores familiares que evitam a pessoa de se influenciar por esse caminho autodestrutivo.

Uma tese realizada pelo Dr. Todd, idealizador de uma clínica de recuperação de dependentes químicos nos EUA, chamou-me atenção e eu gostaria de compartilhar com você. Ele estudou a respeito de qual diferença entre uma família com registro de drogas e outras que não tinham esses problemas.

Foi lendo os resultados, percebi que o que mais impressionou nas conclusões era o conjunto de respostas simples baseado em coisas que todos sabem, mas poucos executam. Observe você, algumas delas:

  • Os filhos que não tem problemas de drogas percebem mais o amor dos pais, principalmente do pai.
  • Os pais mantêm uma boa relação com os amigos dos filhos.
  • Maior capacidade da família de planejar e de se divertir juntos.
  • Maior ênfase no controle sobre a disciplina e o controle, com menos permissividade e liberdade.
  • Maior comunicação e respeito na auto-expressão de um para com o outro.
  • Ênfase na união da família.
  • As famílias funcionam mais democraticamente e sempre com a autoridade compartilhada dos pais.
  • Existe um acordo mais espontâneo para a solução dos problemas.
  • Os pais possuem uma maior capacidade de preparar os filhos para a vida adulta.
  • A família possui maior condição de tirar proveito das circunstâncias existentes e a não enfatizam as frustrações ou frisam constantemente os erros dos filhos.

Para você pai/mãe, que tem essa preocupação, talvez este seja um alerta para que possa executar esses exemplos de comportamentos. Caso você faça parte de um lar onde todos os membros têm vidas muito desligadas um do outro, sem ênfase na união familiar, quando a figura de pai é ausente, quando vocês nunca passam tempo juntos na semana, a não ser que fosse para discutir ou quando um filho manda mais do que um dos pais dentro de casa, então é hora de remontar alguns planejamentos familiares, antes que apareçam notícias desagradáveis como a concretização desse medo.

Fico feliz de poder estar informando isso a vocês, pois é possível que esse problema possa ser evitado antes que a droga se instale. Com isso, talvez seja bom descrever a diferença entre uso, abuso e dependência.

Quando digo: “Hoje vou tomar um trago para relaxar”, estou apenas fazendo uso.

Quando digo: “Hoje, como quase todos os dias, tomo um trago para relaxar”, isso é abuso, mas quando digo: “Se eu não tomar um trago eu não relaxo”, isso já é dependência.

 

A autora é psicóloga especialista de casais e família

(45) 3224-4365

drakarinerizzardi@gmail.com

 

Motivos que induzem a traição.

 

Karine Rizzardi

 

Que fatores podem influenciar com que alguém inicie uma relação extraconjugal durante o período avançado do casamento? O período de meia-idade é uma fase longa e complexa do ciclo vital de um casal e é durante essa fase que os cônjuges começam a adquirir mais liberdade para explorar as próprias necessidades pessoais, evidenciando a necessidade de retomar o foco, rever e reorganizar o relacionamento. Mesmo que esta fase já represente desafios, muitos casais ainda têm que lidar com o estresse extra de descobrir a infidelidade de um dos cônjuges. Para isso, vamos entender alguns fatores de contribuem para o surgimento de uma relação extraconjugal, antes mesmo de o cônjuge pensar em trair e da relação entrar em crise. Se a infidelidade não bateu a sua porta, fique atento a esses fatores para que você possa se prevenir para não cair nessa armadilha:

* EVITAR A INTIMIDADE, PROVOCA UM DISTANCIAMENTO EMOCIONAL: Evitar a intimidade pode ser um projeto de ambos os cônjuges desde o início do relacionamento, não só no período anterior a infidelidade. Em muitos casos, esse distanciamento pode desenvolver-se também com o passar dos anos, a fim de evitar frustrações pela incapacidade de partilhar sentimentos íntimos e problemas. Chega um ponto em que ambos decidem (consciente ou inconscientemente), não se envolver intimamente na vida emocional do outro (dentro ou fora de casa), desistindo de ter curiosidade por seus interesses, que vai dando abertura para ocorrer o afastamento emocional. Tudo isso leva a uma ausência de oportunidade para experiências emocionais e sexuais do casal, gerando conseqüentemente o ardente desejo por novas aventuras.

* EVITAR OS CONFLITOS LEVA AO AFASTAMENTO: Casais nesse padrão fazem tanto esforço para realizar tentativas de resolução dos problemas e não conseguem, que passam ao real desejo de evitar conflitos e brigas para não desgastar ainda mais o relacionamento. Modela-se então, uma paz e uma estabilidade aparente que deixam o casal com uma sensação de relaxamento e com uma confiança que não tem base sólida. Nesses casos, muitos cônjuges vêem o outro com uma parte inseparável da sua própria identidade e existência, considerando intolerável qualquer tipo de conflito e esses problemas vão sendo mantidos escondidos ou mal resolvidos, que se não forem realmente esclarecidos e negociados, tenderão a brotar o desejo de trair em um dos parceiros.

* ANOS DE CONFLITOS ABERTOS E NÃO RESOLVIDOS: Esse fator é o mais importante sobre o tema descrito, pois a incapacidade de se envolver em interações eficazes e criativas para resolver os problemas, abre o campo da insatisfação, onde muitas necessidades pessoais e relacionais acabam em frustração e em amargura que cada vez fica maior na vida do casal. Nesses casos, faz-se urgente o uso da terapia de casal para procurar curar feridas do relacionamento, pois isso impede veementemente o casal de prosseguir com a relação e com a intimidade afetiva.

* ANOS DE RELAÇÕES SEXUAIS INSATISFATÓRIAS OU AUSENTES: Entre os problemas conjugais mais mencionados, os principais são a falta de paixão, falta de desejo e de atração pelo outro, bem como a disfunção sexual (impotência ou ejaculação precoce). Além desses, muitos também reclamam do uso do sexo como forma de poder, falta de sensibilidade na cama e uma dificuldade antiga de exprimir fisicamente o próprio amor e afeto. Quando isso acontece, um ou ambos os cônjuges evitam ou renunciam tratar os problemas conjugais de modo eficaz e aberto, favorecendo assim, o encontro com outrem.

Como você observou, todos esses fatores são importantes para se evitar uma relação extraconjugal, que no fundo é uma “tentativa de solução” (de um problema individual ou do casal), mesmo que ineficaz. É por essas e outras razões, que faz-nos pensar que evitar problemas não significa resolvê-los, pois o casal poderá criar muitos outros mais graves, e você não vai querer passar por isso, vai?

A autora é psicóloga especialista em casais e família

(45) 3224-4365

drakarinerizzardi@gmail.com

A dor provocada pela morte

Karine Rizzardi

Todos nós começamos morrer, no exato dia em que nascemos.

Quando perdemos alguém, sentimos medo de perder tudo – medo de perder outras pessoas, medo de perder a alegria, sem contar que temos que sentir o peso não só da morte, mas arcar com a falta da esperança, da expectativa, da tranquilidade, bem como a morte dos próprios sonhos.

Pouco se comenta sobre o que se deve evitar quando perdemos alguém e pensando nisto, resolvi selecionar alguns comportamentos mais comuns nas reações dos familiares, que precisam ser observados para que não ocorram:

– NÃO TOME CALMANTES OU ANESTÉSICOS: Por mais que o choque emocional seja cavalar, o uso de calmantes só é indicado para quem tem problemas cardíacos. Calmantes melhoram o nervosismo e anestesiam momentaneamente a dor, mas a perda de alguém só pode ser resolvido com a adaptação da própria falta, que leva uma média de dois anos.

– EVITE VESTIR A “MÁSCARA DE FORTÃO”: Quem procura disfarçar sua dor como se fosse um botox existencial, pode correr sérios riscos em parecer bem adaptado durante seis meses, mas após esse tempo, se não encarar a dor de frente, tem grandes chances de desenvolver depressão ou outras doenças.

– NÃO AJA COMO SE NADA TIVESSE ACONTECIDO: Quanto menos você compartilha sua dor, mais insuportável ela se torna. É terapêutico recordar e falar sobre as lembranças, conquistas, tristezas e a vida da pessoa que se foi. Algumas pessoas deixam de falar sobre o falecido, como se assim pudessem banir a dor de dentro do peito ou na tentativa de não machucar os outros. Isso é mito.

– CUIDADO COM OUTROS SINTOMAS: Indícios de abuso de drogas, álcool, rebeldia, ansiedade, fobias, compulsões, conflitos, separações e depressão, são apenas alguns dos sintomas que se manifestam de seis a dezoito meses após o período da morte. Esses comportamentos são sinalizadores do luto mal resolvido e escondem um pedido urgente de auxílio terapêutico ou até psiquiátrico.

– O TEMPO PÁRA: Outro sinônimo de falta de preparo quanto a dor da morte, é transformar o quarto da pessoa em um memorial. Continuar a comprar roupas ou colocar pratos da mesa como se a pessoa ainda estivesse viva, se recusar mudar a decoração ou os lugares onde possuíam as características pessoais de quem morreu. Mas atenção! Fazer isso no tempo de até 18 meses após o falecimento é bom e recomendável, mas após dois anos, já denota atraso.

– APARECIMENTO DE SINTOMAS SEMELHANTES A DO FALECIDO: Para muitas pessoas que já desistiram de viver ou que já pararam de lutar para se recompor, não se dão conta que começam a ficar com sintomas iguais ao falecido, como é o caso de morte por doenças (câncer, dores no coração…). Essas pessoas ficam engessadas em suas dores e falam do ente falecido no tempo presente, mesmo já tendo passado três, quatro ou cinco anos da morte: “O João sempre me traz presentes!” (Ao invés de “trazia”) ou “A Nina vive sorrindo!” (Ao invés de “vivia”).

Infelizmente, a morte não oferta segunda chance. Toda adaptação a respeito da perda é dolorosa. Nesses casos, os dias parecem cinzas e a vida se transforma em preto e branco. Mesmo assim, o ser humano tem uma capacidade inigualável de se psicoadaptar com as circunstâncias e o mais importante a ser feito, é ter paciência para que o tempo auxilie na diminuição da dor.

A autora é psicóloga especialista em casais e família

(45) 3224-4365

drakarinerizzardi@gmail.com

 

Filhos do divórcio

 

Psicóloga Karine Rizzardi

 

Há teóricos que defendem a idéia de não existir divórcio que seja bom para os filhos. A separação pode ser ruim ou até “menos ruim”, mas não há nenhum que seja pacífico para os membros da família.

Geralmente, a separação começa antes para um dos cônjuges, pelo qual vem elaborando dentro de si a escolha desse rompimento e fazendo o luto antecipatório. Já o outro cônjuge (que não percebeu ou ainda não quis perceber o movimento em direção a separação), sente-se traído com a notícia, com reações que podem ir desde uma depressão profunda, até um ódio destruidor. Em termos genéricos, ambos foram responsáveis pela morte do casamento, mas é muito árduo nos depararmos com o sentimento de fracasso pessoal.

O foco que vou me ater nesse tema é da reação e dos sentimentos dos filhos. Filhos estes, que ficam geralmente em três posições: de ser mala, ser muro ou cola. Pode ser estranha essa metáfora, mas os filhos se sentem empurrados a desempenhar certas funções, que além de não serem adequadas, tem todo um comprometimento emocional prejudicial.

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Entende-se por filho que faz papel de “mala”, aquele que se sente pressionado pelos pais a carregar informações de um lado para outro. Cada vez que o filho encontra o pai, este quer saber coisas da mãe, do tipo: “Para quem ela telefonou?” “Quando ela saiu?”, “Onde ela foi?” e quando o filho está com a mãe, esta pergunta: “Esse seu pai vive aprontando! Ele não deveria fazer isso!” ou “Não vai contar para ele o que eu te falei.” Neste caso, mesmo que o filho não queira passar informação, ele sente medo de ser interpretado por um dos pais, como falta de amor.

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O filho do tipo “muro” é aquele que consegue não passar nenhuma informação aos pais quando pressionado, mas reclama que sempre se vê no meio do casal quando eles brigam, tentando apartá-los. De certa forma, ele se sente como se fosse um muro que faz uma barreira para tentar acalmá-los.

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O filho do tipo “cola”, é aquele que no fundo deseja “colar” os pais novamente, para assim, tentar diminuir a dor do sofrimento por ele sentida. Isso é comum em todos os filhos e até natural, mas há alguns casos onde o filho se sacrifica em busca dessa “colagem”, pois fica doente ou com problemas escolares e/ou de comportamento, para fazer com que possa distrair esses pais das brigas, fazendo-os esquecer temporariamente dos conflitos.

Em meio a tanto sofrimento, a família toda se desgasta emocionalmente, porque não há quem os ensine o que devem fazer e acham que se eles tomarem partido de um, significará que estão contra o outro.

Entre as tarefas que os filhos devem fazer nesse momento (independente da idade), é buscar se distanciar do conflito conjugal a qualquer custo. Para isso, eles precisam da maturidade dos pais, pois quando se tornam “mala”, “muro” ou “cola” tenderão a se acostumar com essas brigas e desentendimentos, levando a repetição desse mesmo padrão quando tiverem suas próprias famílias… e aí, não a dor que resista.

 

 

Do sofrimento à superação

 

Psicóloga Karine Rizzardi

 

A vida é feita de momentos. Há momentos pelos quais colhemos os louros da vitória, saboreamos os manjares do banquete dos vitoriosos, dormimos o sono do cansaço da boa peleja e recebemos as honras pelo êxito. Noutros momentos, colhemos o fruto amargo da derrota, saboreamos as lágrimas amargas da tristeza, sofremos de insônia pela angústia e recebemos como prêmio, a humilhação pelo fracasso, mesmo que este seja velado.

Apesar de cada desafio a superar, há sempre uma boa notícia: nenhuma dor ou momento difícil, dura o suficiente para ser inesgotável. No momento em que não estamos bem, parece que a preocupação é eterna e que não há muitas alternativas pela frente, mas o próprio nome já fala: isso não passa de momentos…….apenas momentos. Temos momentos bons, momentos ruins e momentos vazios (que não se enquadram nem em um, nem em outro).

A vida é feita de momentos e vive bem, aquele que consegue ter consciência de que, independente das circunstâncias em que vivemos, estas nunca serão permanentes. Curiosamente quando vivenciamos momentos de tristeza, algo brilhante dentro de nós se manifesta, que é o desejo de mudar ou de sermos mudados. Coisas que talvez não faríamos se não fosse graças as nossas dificuldades. É algo que nos tira do “quentinho” da zona de conforto e nos leva aos lados mais criativos e mais refinados da nossa personalidade. No início é difícil, porque vem acompanhado de incômodo, mas depois vamos experienciando coisas novas e diferentes.

Albert Schweitzer, teólogo, médico e músico, escreveu: “A maior tragédia do homem, é aquilo que morre dentro dele quando ele ainda está vivo”. Quando o vazio da existência passa a ser uma realidade, a vida perde o seu sentido. Sem sentido, transformamo-nos em máquinas, em números, em ‘coisas’ e como tais, não aproveitamos o lado mais criativo do eu.

Ter consciência de que a vida é feita de momentos, livra-nos da petrificação dos sentimentos e, desta forma, abre-nos a novas possibilidades. A tristeza momentânea, nos obriga a melhorar o coração e muitas vezes, é só com ela, que nossas limitações são aprimoradas.

 

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