sofrer

Há e sempre haverá, pessoas que sofrem por não sentirem reciprocidade no lado amoroso e é muito doloroso ter que lidar com o sentimento de gostar de quem não corresponde a este afeto. Quando as coisas não estão bem na área afetiva, o trabalho é redobrado para tentar dar a volta por cima e seguir adiante. É nessas horas que a auto-estima terá que rebolar para fazer a pessoa sair do sofrimento e tentar acreditar em um novo amor ou apostar em algo diferente.

Para quem está sofrendo por amor, uma pergunta sempre fica no ar: Até quando eu devo lutar por essa pessoa, porque não agüento mais sofrer? Será que insisto mais um pouco ou devo dar um basta nessa situação? Para esta resposta, a própria neurociência responde: Uma pessoa envolvida em um sofrimento ou cegueira amorosa, custa enxergar razões suficientes para terminar um relacionamento, mesmo sabendo que as coisas não vão bem. Isso porque a reação natural do cérebro é insistir em reconquistar a pessoa amada em vez de dizer “basta” a um relacionamento ruim com alguém que maltrata, despreza e rejeita o parceiro. Essa explicação se encaixa exatamente naqueles casos onde amigos e familiares ficam dizendo: “Cai fora dessa relação.”, “Você não merece aquela pessoa.”, onde todos a sua volta enxergam as circunstâncias, mas você ainda insiste em investir em alguém que lhe faz sofrer.

O que poucas pessoas sabem, é que qualquer pessoa que esteja com a auto estima empobrecida, pode estar constantemente insatisfeita com o amor. Isso não se aplica a um sofrimento temporário, de alguém que sofre em algum momento da vida, mas de pessoas que podem estar casadas, namorando, noivas, etc… e o fato de se verem com uma auto imagem negativa, fazem com que se percebam sempre incompletas no amor. Isso precisa ser revisto em trabalho terapêutico, pois SE a pessoa não trata essa auto imagem, ela corre o risco de passar a vida inteira infeliz nessa área. Isso ocorre por não se sentirem tão correspondidas como esperam do parceiro, por sentirem ameaça de abandono ou ainda, motivadas por outros sentimentos de perda. É por isso que investir na sua auto estima é essencial para ter uma qualidade de vida amorosa satisfatória.

E qual é a hora certa de dizer “Agora eu não quero mais”? Não é tão simples responder essa pergunta, mas quando você percebe que o outro já deu sinalizadores suficientes de que não está interessado ou que você não é o foco de relacionamento que ele(a) quer investir, infelizmente é bom pensar em recomeçar sozinho. As pessoas geralmente tem dificuldade em dar o fora no outro e por isso substituem o “não quero” por sinais não verbais, como por exemplo: a pessoa deixa de ligar, não retorna a ligação, não faz tanta questão de ficar falando com você e leva a situação em “banho maria”, sempre deixando no ar um “Talvez”, “Não sei” ou “Vamos deixar as coisas rolarem”.

A hora certa para começar do zero é a hora em que você percebe que está mais se prejudicando, do que deixando a vida correr. É no momento que você se dá conta que toda sua vida está sendo afetada por esta escolha, como seu relacionamento com os amigos, desinteresse profissional e até brigas familiares. Não é fácil, mas chega uma hora que o sofrimento é tanto, que realmente vale lembrar que se amar primeiro, pode ser o melhor caminho para esperar que alguém o ame.

João cobra Maria que ela só dá atenção para os filhos e nunca faz algo que o agrada. Maria, por outro lado, reclama que João só pensa em trabalho e que nunca mais a levou jantar em um lugar romântico. Ambos reclamam um do outro, dizendo praticamente as mesmas coisas: Não existe mais carinho, você vive me cobrando das coisas que eu não faço e todas as minhas atitudes erradas se agigantam, como se eu não fizesse nada certo.

Pergunto a você: Qual está sendo o maior erro desse casal?

A resposta é simples: O título já responde a questão.

Quando uma pessoa deposita todas suas expectativas em esperar do outro, um ato de carinho, essa pessoa corre o grande risco de sofrer frustrações. Não estou dizendo que não devemos criar desejos saudáveis nos relacionamentos (como querer um perfil de pessoa amorosa, companheira, carinhosa), mas quando a cobrança começa a fazer parte da vida de um casal, pode ter certeza que ambos irão se desgastar emocionalmente para resolver seus problemas…. se é que irão resolver.

Quer um exemplo metafórico de como funciona uma relação onde impera a cobrança? Imagine que ambos são como pulgas. Ao invés de cada um se preocupar em fazer seu próprio trabalho, ambos ficam perdendo tempo em sugar um do outro coisas que acabam tirando ainda mais a força do relacionamento. É por isso que a cobrança esmaga a espontaneidade.

O exemplo acima dado pela Maria, ela reclamaria a João que ele não a leva para jantar, mas se caso ele a convidasse, era capaz dela dizer:

_ “Agora eu não quero. Você só está me convidando porque eu falei, não por ser algo natural..” (mas pelo menos ele a está convidando, não acha?)

Ser espontâneo e sem cobranças de como o outro deve (ou não deve) se comportar, garante a liberdade e a maturidade de duas pessoas em um relacionamento.

Isso não significa que não devamos dar ao outro indicativos de que ele possa melhorar, mas isso é muito diferente do que fazer cobranças exageradas, sem garantias de sucesso (pois o máximo que pode acontecer, é a pessoa melhorar por um tempo, mas voltar a fazer as mesmas coisas que você não gosta posteriormente, pois a mudança é temporária)

Há poder naquilo que você diz – e no que você não diz.

Tente a experiência de deixar de cobrar ou criticar seu cônjuge por um semana e veja que vai reproduzir um impacto interessante em seu relacionamento.

Grave isso: Se críticas e cobranças dessem resultados para relacionamentos darem certo, não haveria ninguém com problemas afetivos. Tente estratégias que dêem resultado ou então, pare de reclamar da escolha que você mesmo(a) fez, pois além de esmagar a espontaneidade, você corre o risco de acabar com o restinho de amor que possa existir.

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