psicologa

Quem acompanha as matérias a algum tempo, já sabe que sigo uma certa tendência de escrever algumas frases que me chamam atenção, principalmente do grande sábio Salomão. Eu li algo dele esta semana que gostaria de compartilhar: “A sabedoria do homem lhe dá paciência e a sua glória é ignorar as ofensas”.

A priori, vamos separar esse provérbio em duas partes: A primeira fala sobre “paciência” e a segunda fala sobre “deixar de lado as ofensas que as pessoas nos fazem”, mas entre elas há algo em comum: Praticar isso não é fácil, mas quem faz uso dessas duas características é uma pessoa que está a caminho da sabedoria.

Certa feita, eu fiquei aborrecida com alguém e fiquei a ponto de falar alguma coisa que iria retrucar e responder. Por mais calma que sou, não foi fácil me conter. Antes de sair alguma coisa impulsiva da minha boca, a frase “A sabedoria do homem lhe dá paciência” sussurrou ao meu ouvidoe então, consegui me conter e ficar quieta, pois sabia que aquela não era hora de eu me pronunciar. Você já conseguiu fazer isso? Ficar quieto no exato momento em que está a ponto de explodir? A sensação de quando conseguimos nos controlar é maravilhosa. Ela te oferta um bem estar único onde você é lotado de um domínio próprio, que jamais você sentiria se tivesse deixado suas emoções te influenciarem.

Esse provérbio é tão fantástico que nos faz entender que o ato de treinar a paciência lhe oferta um prêmio, sendo este, um passaporte para o equilíbrio. O que quero realmente dizer é que somente aqueles que estão dispostos a agir sabiamente, fazem questão de executa-la…. o resultado é notório.

Além disso, não tomar atitudes com a “cabeça quente” nos gera a certeza de termos mil problemas a menos a ter que resolver. Você poupa muitos conflitos, pois sabe que se você souber conversar depois, em uma hora em que estiver mais calmo, você se beneficiará da situação. Uma pessoa impulsiva já age de forma contrária, pois só pensa em descarregar o que pensa, mas depois, a metralhadora de ofensas produz ainda mais conflitos a terem que ser resolvidos. É por esta razão que Salomão diz que é honroso ignorar as ofensas, ou seja, muitas vezes vale a pena não seguir tudo a ferro e fogo no que se ouve. Isso contraria todas as teorias modernas que nos dizem para “não termos sangue de barata” ou que “não devemos tolerar comentários ofensivos”. Se nos atermos às idéias desse sábio e procurarmos segui-la, sei que não nos daremos mal pois sua sabedoria já foi confirmada o suficiente para sabermos que é o caminho certo a seguir.

Observe também se essa frase fosse interpretada de forma contrária, ou seja, se a sabedoria faz com que a pessoa seja mais paciente, logo, me faz entender que aquele que não a tem está longe de se tornar uma pessoa sábia. É bom pensarmos nisso.

Vou ser redundante, mas vou repetir a frase para você registra-la: “A sabedoria do homem lhe concede paciência e a sua glória é ignorar as ofensas.”

É natural que todo casal passe por tempos juntos e tempos separados no dia a dia. Quando se revêm no final do dia ou mesmo num encontro, é importante reconhecerem que não estão reencontrando as mesmas pessoas que deixaram naquela manhã ou na semana anterior, mas podemos descobrir quem ela é “agora”.

Parece algo bobo, mas a pergunta “Como você está?” vem carregada de vários significados, dos quais precisamos explora-los mais do que se possa traduzir.

Grande parte dos casais descobre que às vezes passam semanas ou mesmo meses sem fazer essa pergunta com uma escuta honesta. Servir o jantar e um cálice de vinho em um dia habitual de segunda-feira, deveria ser uma prática constante dos casais equilibrados, sem que esta pergunta soasse como educação ou força do hábito.

Moldamos-nos a realidade que nos cerca pelo que optamos perceber. Se você estiver passeando de carro e estiver com fome, só irá perceber os restaurantes. Se estiver viajando com saudades dos filhos, só enxergará bebês e crianças por todo o lado. Assim funciona com os casais também. No que você quer prestar atenção em seu parceiro ou em seus filhos, isso começara a crescer.

Todo parceiro é ao mesmo tempo, belo e feio, dependendo de como o enxergamos. Cada criança é um gênio e infantil, dependendo do que você quer olhar.

Um romance para ser mantido satisfatoriamente, necessita ver constantemente o companheiro como um estranho… pois fazendo isso, conseguimos perceber suas micro modificações diárias… seus sentimentos e mapear suas emoções.

Se quiser, pode até comentar:

– “Uau, é maravilhoso conversar com você assim…Há tempos não fazemos isso!”

Será, então, bem provável que seu parceiro responda algo parecido, com:

– “Obrigado. É bom para mim também”

Desenvolva o hábito de reprogramar a vida de casal para esta maneira.

A verdade mais profunda, é que beleza e juventude soam irrelevantes. Envelhecer e alcançar um conhecimento mais pleno de si mesmo, finalmente nos deixa no ponto em que o amor é realmente possível. Fazendo isso, poderemos descobrir que tudo não termina com a chegada das primeiras linhas no rosto. Ao contrario, pode ser que com a idade tudo esteja apenas começando, pois é ali que conhecemos nossa própria força, capacidade e desenvolvemos uma flexibilidade quanto aos desafios da vida.

Quando alguém vê a felicidade entre um homem e uma mulher que ultrapassaram o estado de estarem apaixonados e já se encontram além da zona de guerra, verá neles a cumplicidade de um olhar calmo e tranqüilo. Por isso, mude sua forma de enxergar a pergunta mais simples do mundo “Como você está?” e explore-a com a profundidade do qual ela merece.

Vamos ver se você é bom(a). Tente adivinhar quais são as duas características que mais tem ficado omissas na vida dos casais da atualidade:

Preste atenção a primeira pista:

“Marido e mulher vão ao psicólogo após 20 anos de casados. Quando são perguntados sobre o problema, a mulher tira uma lista longa e detalhada de todos os problemas que teve durante todo este tempo:

“Pouca atenção, falta de intimidade, vazio, solidão, não sentir-se amada, não desejada…” A lista é interminável.

Nisso o terapeuta se levanta, se aproxima da mulher, pede a ela que pare e lhe de um abraço e a beija apaixonadamente, enquanto o marido os observa, desconfiado. A mulher fica muda e se senta na cadeira atordoada.

O terapeuta se dirige ao marido e lhe diz:

“Isto é o que sua esposa necessita, ao menos três vezes por semana. Pode faze-lo?”

O marido medita um instante e responde:

– Bem, doutor! Posso traze-la nas segundas e nas quartas… mas nas sexta não posso… tenho futebol.” (risos)

Pista n 2:

“Já que não tem nada que preste na televisão, que tal se a gente saísse e fosse se divertir um pouco?, sugere a mulher.

– Ótima idéia, concorda o marido. O primeiro que voltar deixa a chave embaixo do capacho!”

Última tentativa:

No velório, o viúvo recebe o abraço dos amigos: – Meus pêsames. Ela vinha sofrendo há muito tempo? – Sim. Desde que nos casamos.

———-

E aí? Descobriu.

Eu sei que é de rir, mas muitos casais tem perdido duas coisas preciosas em seus relacionamentos. Uma delas é a arte de rirem juntos (um do outro, de si mesmos, das situações, da vida – por isso coloquei as piadas) e a outra é a falta de sensibilidade que as pessoas estão em perceber o outro. Muitos estão juntos e não sabem nem o que tem ocorrido no universo interno do parceiro(a), o que aconteceu no seu dia, como tem se sentido em relação a vida e etc…

Sem muitas palavras, espero que você possa pensar sobre isso, pois rir é um dos remédios mais eficazes contra discussões ferrenhas e sentir o outro, é um dos melhores antídotos contra problemas conjugais.

Para finalizar, ria com seu esposo(a):

Um casal estava dormindo profundamente como inocentes bebês. De repente, lá pelas três horas da manhã, escutam ruídos fora do quarto. A mulher se sobressalta e totalmente espantada diz para o homem:

– Aaaaaiiiiiii meu Deus, deve ser o meu marido! O cara se levanta espantadíssimo e peladão, pula como pode pela janela e cai em cima de uma planta com espinhos. Em poucos segundos, volta e diz:

– Desgraçada… teu marido sou eu!

Quando minha primeira filha estava com um ano e meio, lembro de te-la encontrado toda entusiasmada brincando com uma canetinha. Sua felicidade durou até eu ver que ela tinha riscado o lençol, meu vestido e toda sua roupa em apenas alguns milésimos de segundos.

Tirei a canetinha da mão dela.

Seus olhinhos para mim, me comunicavam que seu desejo era continuar riscando tudo ao seu redor e seu próximo passo seria a parede do quarto se não tivesse sido impedida.

Com esta simples atitude, pensei como essa historinha se assemelha a vida que nós vivemos, referente aos sonhos. Quantos de nós não temos vontades e anseios para conseguir as coisas, mas muitas vezes não pensamos se realmente estamos preparados para alcança-los. É preciso sondar nossas motivações antes de atingirmos o desejado, pois aí teremos mais maturidade para lidar com as conquistas de nossas vidas.

Todos querem atingir o sucesso e o destaque profissional ou financeiro, mas motivações podem ser boas no início, enquanto a pessoa está começando, porém, quando o reconhecimento começa a vir, a pessoa se esquece de sua humildade e passa para um estágio de mais orgulho, mudando suas mais puras convicções. Daí a própria vida se encarrega de trazer algumas derrotas temporárias que farão a pessoa se rever novamente. A linha entre a humildade e nosso orgulho é tão tênue que se não estivermos atentos a nós mesmos, tendemos a ignorar os pequenos sinais de mudança.

Assim como minha filha não estava pronta para lidar com uma canetinha, assim também Deus age nas nossas vidas quando adia nossos sonhos a ponto de parecer que eles nunca vão se realizar. Estamos tão focados em conseguir e conquistar, que esquecemos de avaliar se estamos de fato preparados para atingir nossos sonhos.

Muitas perdas de negócios, objetos e de pessoas vem por este propósito.

Quando algo der errado na sua vida ou quando tudo parece empacar, pense em suas reais motivações e tente conserta-las se estiverem erradas. Pense que tudo o que acontece é para nosso bem e se ainda não ocorreu, talvez foi porque a situação é responsável por te ensinar coisas e refinar sua personalidade, treinar sua paciência, sua sabedoria e até mesmo, sua persistência.

Nada ocorre sem fazer um sentido que somente quando formos mais velhos perceberemos que aquilo teve um objetivo maior e que terá valido a pena cada espera, cada frustração e cada angústia.

Deus frusta nossos sonhos inferiores, para que os sonhos superiores dele aconteçam em nossa vida.

Quem nunca ouviu uma mãe dizer: “Meus filhos são tão diferentes que nem parecem ser da mesma família. O fulano é mais calmo, já o beltrano não pára sentado. Um adora estudar e o outro é uma briga diária para fazer as obrigações”. Todas as características que ouvimos até 12 anos de idade, tendem a definir a personalidade de cada indivíduo e isso terá reflexo direto nos relacionamentos pessoais.

Se um irmão ocupa um perfil de liderança na família, tenderá a ser líder na relação amorosa. Se outro ocupou um papel de rebelde, tenderá a ser mais questionador na vida afetiva. Se um terceiro tem características egocêntricas, certamente será um parceiro ou uma parceira com tendências a querer que só sua vontade seja satisfeita.

Um estudo feito com 7.000 casais coordenado pelo psicólogo americano Frank Sulloway, da Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos, constatou-se o quanto é curioso notar alguns pontos em comum sobre as brigas dos casais segundo a ordem de nascimento. Baseado nesses resultados é preciso entender os motivos que levam as pessoas agir de formas diferentes um do outro. Com base nesses dados, isso auxiliara você a lidar melhor com seu parceiro. Vamos a elas:

Quem se relaciona com um filho mais velho, percebe que ele é responsável e comprometido – atitudes estas, que o fazem assumir o comando de tudo o que está ao seu redor. Primogênitos são autoexigentes e se concentram em seus próprios fracassos quando algo não vai bem. Sentem dificuldade em pedir desculpas quando erram, pois eles mesmos não se autorizam errar. Eles precisam aprender a equilibrar mais o prazer e não viver só das obrigações.

Em se tratando do filho do meio, os conflitos são outros. Os companheiros dos mesmos precisam ser muito bons para lidar com seus argumentos na hora de uma discussão. Como eles são treinados desde pequenos a se relacionar com o mais velho e o caçula, aprendem a ser ótimos negociadores e isso certamente se refletirá no amor. São muito

leais, tanto que filhos do meio são comprovadamente os parceiros com baixo índice de infidelidade. No entanto, eles precisam aprender a não levar as palavras do parceiro a “ferro e fogo”, pois agem hostilmente quando se sentem rejeitados. Esse tipo de atitude pode trazer problemas na área afetiva caso não filtrem o excesso de estresse de sua rotina.

Quando um dos cônjuges é o caçula, percebo que eles gostam de criar suas próprias regras, além de ficar facilmente emburrados quando são contrariados. Em geral, as brigas mais comuns ocorrem porque precisam receber alguns “empurrões para fazer as coisas”, pois na infância sempre havia alguém para fazer os deveres por eles. Em compensação, são alegres e engraçados, além de possuir um coração bondoso. Caso você se relacione com um deles, precisa deixar claro que não deseja assumir o papel de mãe/pai, mas sim de homem/mulher.

Este teórico citado acima cita que estes dados referem-se ao perfil geral, mas que sempre há exceções.

Após este quadro relacional, o convívio ficará menos conflituoso e mais respeitável ao aprenderem a lidar com as características de cada um. Esta é mais uma das ferramentas que o casal pode ter para enriquecer o conhecimento mútuo e solidificar a relação.

Ao longo de nossa vida passamos necessariamente por diversas perdas, sejam elas emocionais ou materiais e para sofrermos menos com esses momentos, é preciso compreender melhor a verdadeira causa da dor.

Toda dor da perda não advém absolutamente da perda em si, mas o que realmente causa dor dentro de nós é o nosso apego que temos em relação aquilo. Quanto mais apegados a algo, maior é o sofrimento, pois a dor da perda é proporcional ao tamanho do apego.

Todos nós temos apego em maior ou menor intensidade por algo, mas não podemos deixar com que esta seja a causa da nossa infelicidade. Se uma mãe é muito apegada aos objetos da sala de estar de uma casa, por exemplo, ela pode impedir que seus filhos possam usufruir do espaço necessário para brincar. Se uma pessoa for muito apegada a beleza e ao corpo, terá mais dificuldades de encarar a terceira idade onde a vaidade não é mais uma prioridade e isso é resultado do nosso apego.

Há aqueles que se apegam aos bens materiais e na eventualidade de sua perda ou destruição é como se perdessem a própria motivação de viver. Há também quem se apega desesperadamente a sua profissão ou status e qualquer sinal de perda nesta área, os deixam verdadeiramente deprimidos.

Mas o apego mais notável é aquele que se tem por alguém. Embora tão ou mais importante que os anteriores, com muita freqüência aquilo que tem a aparência de um grande amor é, na verdade, um disfarçado sentimento de apego e isso é lindo.

Há, no entanto, o apego bom e o apego ruim. O bom é aquele direcionado a alguém que você ama e o ruim é quando você transforma apego em posse. Apego que se iguala ao amor real (e não a posse) é aquele capaz de soltar, jamais de prender. Somente assim se estará verdadeiramente bem com o outro e se ele se for, a dor vêm mas a pessoa se recupera, porque o vazio foi ocupado pela certeza de um amor verdadeiramente vivido.

Mas isso não ocorre quando confundimos amor com possessividade. Alías, não é a toa que usamos tanto o pronome possessivo em nossas frases. Quem é dominado pela posse, tem dificuldade em entender o que é amar, além de interpretar qualquer atitude como desvalorização ou desinteresse. É claro que ninguém gosta de perder, mas quanto mais imaturo for a pessoa, mais tendência terá de construir relacionamentos baseado na posse.

É por isso que precisamos ser intensos no ato de amar e não perder tempo com pormenores. A posse é um sentimento egoísta que visa o bem estar próprio e não do outro e nem da relação.

E honestamente: Não dá para viver assim. Viver com o mal apego, sem a alegria estampada no rosto que é tudo o que mais merecemos e sermos enganados pelo egoísmo inútil de uma relação de posses.

Temos compromisso com a felicidade e quanto mais nos apegamos aquilo que é bom, menos tempo teremos para nos desapegar do que é ruim.

Nos dias de hoje, mais e mais homens mais centrados tem declarado que a paternidade é uma das atividades mais agradáveis e satisfatórias que já se dedicaram. Pensar assim, significa modificar profundamente a saúde emocional das gerações que virão e junto com isso, há ensinamentos encobertos em cada fase, que se os pais estiverem atentos, poderão se beneficiar de cada ciclo que passam.

Tudo o que é bom para o seu filho, é bom para você também:

Se um bebê precisa de descanso – Você também

Se uma criança de dois anos precisa andar com suas próprias pernas – Você precisa de um descanso as suas costas.

Se um adolescente precisa ir a casa dos amigos e formar sua identidade – Você precisa de um tempo para resgatar a sua e voltar a ter laços com seus próprios amigos.

Se na juventude, eles precisam aprender a manter o compromisso com o que dizem e fazem –  Você precisa que eles sejam confiáveis.

Se na fase adulta eles precisam aprender a tomar decisões – Você precisa aceitar que eles sejam responsáveis por si mesmos, para que você possa voltar a fazer tudo o que desejava nas fases anteriores e não poderia. (viagens, planos e sonhos).

Se pensarmos assim, entenderemos como os pais são os arquitetos da vida familiar. Eles não ficarão frustrados de se dedicarem fortemente a cada etapa, justamente porque sabem que precisam delas para passar bem as etapas de suas próprias vidas.

Bil Cosby, um pai de família americana, disse que um dia sua filha pequena foi ao banheiro e só saiu seis anos depois… se não aproveitarmos bem essas fases, perdemos o melhor que elas tem a nos oferecer.

Um recém-nascido irá ajudá-lo a aprender sobre você ser humilde e não pensar tanto em si mesmo.

Crianças de três anos irão lhe ensinar a ser mais assertivo.

Na idade escolar elas irão iluminar seus caminhos para as possibilidades criativas e exploradoras do mundo, fazendo você voltar ao mundo da fantasia e dos próprios sonhos. Tanto você, quanto eles, precisam sonhar.

Adolescentes reacenderão a importância da sociabilidade, seu desejo de ser livre e trarão lembranças dos altos e baixos de primeiros amores e de intensos romances. Isso devera torna-lo mais importante como pais, porque é sua chance de entrar no universo íntimo deles e ao mesmo tempo, reviver os seus.

Filhos que já estão saindo de casa o farão lembrar-se da mortalidade, além de deixa-los livre para a outra metade de sua existência!

Use as necessidades e reações de seus filhos como pistas: crianças pequenas despertam um tipo de resposta, adolescente, outro. Você vai descobrir que a paternidade tornar-se-a, literalmente, uma viagem de volta através de sua própria infância, em lentas etapas, que irão lhe trazer cura e novo ensinamento.

Ninguém sente falta daquilo que soube viver bem!

Segundo os dados do IBGE, cresce 5% por ano o número de pais que tem assumido sozinhos a educação dos filhos, seja por separação conjugal, viuvez ou até por abandono da família por parte da mãe.

Essa tarefa pode ser gerida com maestria, mas também está implícita uma série de desafios. Entre várias delas há uma que todos questionam: Há como um pai fazer o papel de pai e mãe ao mesmo tempo ou uma mãe fazer o papel dos dois simultaneamente? A resposta é única: Não. É impossível uma pessoa suprir dois papéis ao mesmo tempo, até mesmo porque a diferença dos sexos faz com que um tenha padrões de comportamento diferentes do outro. Culturalmente afirma-se que a mulher se caracteriza através do aconchego emocional e o homem transmite noções de administração geral da vida. Quando um dos pais se ausenta, ocorre o nascimento de uma habilidade incrível por parte de quem fica sozinho, que é acionada naturalmente ajudando o progenitor suprir ambas as necessidades, mesclando razão e emoção, mas não há como haver a distribuição perfeita desta tarefa.

Isso não é fácil, mas tudo é facilitado quando se tem por base o estabelecimento de regras e limites, embasados na amorosidade e presença física. O pai precisa acompanhar a evolução, a rotina, os amigos, assuntos e necessidades de cada fase em que o filho apresenta.

Há uma informação que não é novidade a ninguém, mas vale muito reforçar: Passar uma imagem negativa ou destrutiva da imagem do progenitor é extremamente tóxico. Isso terá muita interferência na vida adulta e nas escolhas afetivas da parte de seus filhos.

Em caso da morte da mãe ou até abandono, o pai deve ser considerado o pilar central na educação, mas é recomendável eleger alguém que seja considerado substituto daquela que partiu, pois os filhos precisam ter uma figura de autoridade que preencha a falta da outra pessoa. Nesses casos, uma avó, professora, uma vizinha, tia ou parente que possa servir de apoio nas necessidades emocionais do filho. Isso deve acontecer independente de seus filhos serem crianças ou adolescentes.

Quando se está sozinho, é comum sentirem dó dos filhos e desenvolvem atitudes de superproteção para tentar suprir a falta do outro. Os pais que agem como tal, podem desmistificar essa atitude, pois não precisam agir com essa proteção exacerbada, pois isso não os auxiliará a evoluir.

Por outro lado, outros se sentem tão responsáveis que se entregam inteiramente ao ato de cuidar. Isso é importante e necessário, mas o progenitor deve abrir espaço para outros compromissos sociais, porque mais cedo ou mais tarde esse filho vai sair de casa e o período de solidão será difícil de suportar. Mesmo com as expectativas frustradas, vale lembrar da frase de Consuelo quando diz que “A vida é aquilo que acontece enquanto você faz planos para o futuro.”

Muitos pensam que não vão dar conta de cuidar de tudo e de todos, até porque, essa tarefa envolve muitas surpresas, medos, lágrimas e boas descobertas, mas acredite: É nessas horas que conhecemos nossas maiores forças e nos descobrimos por demais habilidosos.

Você provavelmente é uma pessoa cheia de compromissos, com agenda lotada e com uma série de coisas para resolver. Conversa com muitas pessoas, atende bem a outras e as coisas estão indo conforme o planejado. Seu salário não dá para reclamar e nessas horas tudo o que você faz quando pára e pensa é: “Ótimo! Estou feliz!”

Imagine, no entanto, se tudo isso acabasse do dia para noite. Se as pessoas parassem de te procurar, seu tempo começasse a ter intervalos de ociosidade e você percebesse que não estava com a bola toda. Medos que nem lembrava mais que tinha passassem a te perseguir, além de que a sua fama de “Super Incrível”, poderia ser substituída pela de “Mister Invisível”.

O que iria sobrar de toda essa glória? Para onde iria todo seu esforço e sua fama?

Seu poder na vida um dia pode acabar, mas provavelmente nesta hora lhe restará duas, três ou quatros pessoas muito importantes que estarão ao seu lado – sua família.

Se isso acontecesse, você se arrependeria de ter dado pouca atenção aos filhos, de não ter desfrutado melhor da sua vida com a mulher ou o homem que você ama e todos seus conceitos atuais seriam reavaliados. Você iria olhar para seu passado e se lembrar da simplicidade que tinha seu coração e da humildade de como tudo começou.

Você e seu cônjuge eram mais jovens e cheios de sonhos. O que almejavam foi se realizando, mas a vida foi te engolindo e sem que dessem conta, você mesmo ficou mais insensível – não porque queria, mas pelas próprias circunstâncias.

É nesta hora que me remeto aos três porquinhos e pergunto que tipo de casa você está construindo:

É de palha? Onde sua dedicação ao trabalho é impecável, mas sua casa é sempre deixada em último lugar e você ainda justifica dizendo que faz isso para o bem de todos.

É de madeira? Onde você parece o Adam Sandler, no filme “Click”. Você sabe que sua família deve estar na lista da suas prioridades, mas luta arduamente para primeiro ter estabilidade financeira e uma segurança pessoal e depois quer usufruir tudo o que tem com sua família? Cuidado, pois não são todas as casas de madeira de resistem ao sopro do lobo mal.

Ou sua casa é de material? Onde você se preocupa com a questão financeira e com seu trabalho, mas entende que a noite e nos fins de semana, seu foco é completamente familiar.

Quem opta por construir uma casa de material, certamente não será pego por um vendaval ou tempestade, pois os alicerces foram bem estruturados.

Entenda que na vida, confiar na segurança que será sempre estável, é o mesmo que alimentar uma ilusão. Sua vida começa a decair no exato momento em que você troca “humildade” por “orgulho”.

No final, todos nós somos como o orvalho que aparece em um dia de frio, mas com a mesma velocidade que aparece, também some. Nossa vida é assim e tudo acontece muito rápido, mas lembre-se que quando os aplausos forem embora e quando as noites frias chegarem, sua família estará lá …. ao seu lado e não vão te deixar sozinho!

Há muitos anos atrás eu vi um livro do Gary Chapman que falava das quatro estações que o casamento passa. Não cheguei a ler o livro todo, mas entendi o recado quando ele disse que todos nós passamos por verões, primaveras, outonos e até invernos existenciais na vida afetiva. Difícil mesmo, é quando o casal se percebe congelado em um frio afetivo sem medidas, onde ambos sentem que os flocos de neve congelam até os sentimentos. Não sentem necessidade de investirem em tempo juntos, não ligam mais para a opinião do outro e até mesmo os beijos deixam de ser freqüentes. Mas o que deve ser feito para recuperar a força da relação?

Antes de mais nada, é necessário esclarecer algo que muitos confundem. As pessoas em geral, pensam que o amor é um sentimento, mas não é. Ele é muito mais do que isso – é uma decisão. Se você pautar seu amor nas alegrias que vive, você dirá que nos dias felizes está amando porque tudo está bem e quando vocês brigam ou estão com raiva é porque não sabem se amam mais um ao outro . Se alegrar e amar implica em uma decisão, ou seja, muitas vezes você terá tempestades e dias frios, mas não quer dizer que deixará de amar o outro por causa disso. Quando você DECIDE amar, essa decisão independe das circunstâncias, porque você automaticamente escolheu, decidiu amar aquela pessoa. Quando isso acontece, você fecha os espaços para um possível voto de infidelidade e até mesmo de pensar em separação, porque simplesmente fez sua escolha de viver a vida na alegria e na tristeza, na saúde e na doença com a pessoa que um dia foi sua escolha. Isso é um mito que precisa ser desfeito.

Mas voltando a pergunta inicial: Como podemos recuperar os “verões” da vida a dois?

A primeira atitude necessária para as chamas se reascenderem é o casal constatar junto o vazio em que se encontram, sem perderem tempo em culpabilizar um ao outro. Nesta hora, doses extras de maturidade são importantes, pois é o momento em que o casal assume que estão necessitando retomar algumas ações, mesmo que estejam sem vontade.

Em um segundo momento, é salutar ver que se o casal tentou reaproximação, mas mesmo assim a relação ficou travada, é porque lá no fundo eles não estão vendo a relação como uma prioridade. Nesta hora é importante analisar se os filhos, os afazeres, o trabalho ou coisas extras não estão tomando mais espaço do que a relação a dois. É importante para os filhos saberem que o pai e a mãe tem o “dia do namoro”, pois assim eles crescem mais seguros.

Em terceiro lugar, o casal precisa fazer uma revisão do que falta para restaurar as ações, antes já vividas. É nesta hora em que é bom voltarmos no tempo onde tudo estava bem e lembrarmos das coisas que fazíamos anteriormente e que por motivos de forças maiores, deixamos de fazer: Temos dado menos risadas, temos estado menos afetivos um com o outro, precisamos tirar mais tempo para falar de nós dois ou de sair mais juntos? Você que está lendo essas palavras pode ser usado(a) como um instrumento para produzir isso no seu relacionamento, comentando essas soluções com seu ou sua parceiro(a).

De atenção a esses três pontos: Constatar juntos, priorizar a relação e fazer um levantamento de atitudes que precisam ser retomadas. Isso irá reaproximando o casal, onde dentro de alguns meses se sentiram reavivados novamente. Que os adolescentes sejam nossos professores quando olhamos seus exemplos e vemos que eles nunca deixam o amor em segundo plano. Amar é uma escolha.

Todos nós sabemos que o estresse faz mal em doses elevadas, mas confesso que quando soube que o excesso desse sentimento poderia corroer até mesmo traços do DNA, fiquei realmente impressionada. Parei para pensar o quanto isso é profundo, pois o simples fato de você lembrar de cenas ruins que já te ocorreram já produz uma descarga de substâncias cerebrais que fazem o seu corpo ter respostas fisiológicas como se você tivesse revivido aquilo novamente. É incrível como nosso cérebro tem poder – tanto para te autoconstruir, como para te autodestruir.

Sabe-se que grande porcentagem das doenças são criadas pelo estresse e isso significa que se não mudarmos a forma como administramos o “estresse nosso de cada dia”, certamente estaremos submetidos a pagar um alto preço por isso.

John Gottman afirmou que, casais mais estressados um com o outro levam mais tempo para sarar de calos nos pés e se brigas conjugais geram tanto estresse que fazem um simples calo no calcanhar demorar mais tempo para sarar, imagine então os outros efeitos na pele, nos órgãos e na vida?

Quando você está estressado, você acaba agindo impensadamente e tende a tomar decisões erradas. Um exemplo disso foi a espaçonave russa que ficara sem energia por uma ordem errada do comandante Vladimir Tsibliev. Após estudos com o comandante, comprovaram que o erro ocorreu pelo excesso de estresse que ele estava passando. Ele colocou toda uma tripulação em perigo por conta de um erro devido ao estresse. Nós não somos diferentes, pois quando estamos estafados tendemos a nos descontrolar nas emoções, que estressamos os familiares e até cometemos deslizes na direção de um carro porque estamos com a cabeça longe.

Obviamente que um pouco do estresse é saudável porque nos motiva a agir, tomar iniciativa para projetos e até mesmo sair da zona de conforto. Há fatos externos que não temos controle e que não podemos estar livres de viver a perda de alguém, crises de ordem geral ou a perda de algo importante, mas se você parar para pensar, verá que tudo o que você se preocupou no início do mês ou do ano já passou, você já resolveu de uma forma ou de outra e temos novos desafios pela frente, mas o ser humano tem habilidades majestosas de lidar com os problemas e perdemos tempo demais com coisas pequenas.

Planejar e se organizar é uma coisa, mas gosto da tradução da música “Sun screen” que diz que se preocupar é igual mascar chicletes para resolver uma conta de álgebra, ou seja, pré-ocupação não adianta para nada. Por isso, não deixe seu DNA ser corroído por causa de alguém ou de algo.

Cada dia trará os seus próprios cuidados!

A família está doente, desajustada e desestruturada. Por quê? O que aconteceu?

Nas últimas décadas, a situação vem se agravando cegamente e uma das centenas de razões para isso, são porque o homem esta fora de seu papel original.

A figura masculina é a peça chave que, deve ser representada pela conexão vital entre a ordem e estrutura familiar. É através do empoderamento deste homem, que faz com que uma família esteja amparada e protegida, mas cada vez mais, este papel tem ficado em um plano distante, fazendo com que o homem saia de sua função original e a conseqüência disso é que todas as demais funções na família ficam igualmente desajustadas.

Esta semana estive conversando com um adolescente que resolveu deixar a barba crescer, haja vista que isso tem sido uma modinha atual na cultura brasileira.

Eu olhei para ele e disse: “Por que você não corta a barba, pois você tem um rosto bonito e ele fica escondido por trás desses fios?”

A resposta dele foi excepcional: “Eu não corto, porque acho que isso é um símbolo de força e desejo que o homem atual está tendo de voltar a reinar, tal qual seria o natural de seu gênero.”…e continuou… “Acho que o mundo tem tentado tirar tanto o poder dos homens, que “usar barba” pode ser a forma inconsciente de reatestarem o poder de sua masculinidade.” Para um rapaz de apenas 16 anos dar esta resposta, não há como não admirar sua análise crítica referente a este papel.

Um menino aprende o potencial que tem, através do olhar e da companhia de outro homem…. este homem, a saber, deveria ser a imagem saudável de um pai, conforme descreve Gordon Dalbey, em Healing the Father Wound (Curando a Ferida do Pai).

Se esta imagem de força e autoridade (não autoritarismo) NÃO for bem construída, o jovem fica com um senso de incapacidade e frustração. A princípio, o jovem adolescente pode nem achar que algo está faltando. Pode até se sentir mais independente, dono de si. Contudo, isso vai gerando um vácuo de propósito e direção, uma falta de sentido, que o acompanhará por toda sua vida, como escreve John Eldredge, em Coração Selvagem.

Sem essa entrada essencial do pai, o filho não consegue se ver mais adiante como homem. Rapidamente, a lacuna entre a sua insuficiência como homem e a imagem do que deseja se tornar, é tomada por vergonha e falha na estrutura.

Ao invés desse rapaz ser conduzido a um mundo de um adulto másculo e com sua identidade fortalecida (criada pela figura do seu pai de verdade), ele passa a acreditar no “pai da mentira”, causando um caos interno no emocional de um adolescente.

Por essas razões, há de se admirar quando homens de bom caráter, criam filhos com bom caráter… isso demanda dedicação, tempo e vontade, mas é uma construção que vale a pena, pois certamente irá influenciar as próximas gerações.

X