pais

Quem nunca ouviu uma mãe dizer: “Meus filhos são tão diferentes que nem parecem ser da mesma família. O fulano é mais calmo, já o beltrano não pára sentado. Um adora estudar e o outro é uma briga diária para fazer as obrigações”. Todas as características que ouvimos até 12 anos de idade, tendem a definir a personalidade de cada indivíduo e isso terá reflexo direto nos relacionamentos pessoais.

Se um irmão ocupa um perfil de liderança na família, tenderá a ser líder na relação amorosa. Se outro ocupou um papel de rebelde, tenderá a ser mais questionador na vida afetiva. Se um terceiro tem características egocêntricas, certamente será um parceiro ou uma parceira com tendências a querer que só sua vontade seja satisfeita.

Um estudo feito com 7.000 casais coordenado pelo psicólogo americano Frank Sulloway, da Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos, constatou-se o quanto é curioso notar alguns pontos em comum sobre as brigas dos casais segundo a ordem de nascimento. Baseado nesses resultados é preciso entender os motivos que levam as pessoas agir de formas diferentes um do outro. Com base nesses dados, isso auxiliara você a lidar melhor com seu parceiro. Vamos a elas:

Quem se relaciona com um filho mais velho, percebe que ele é responsável e comprometido – atitudes estas, que o fazem assumir o comando de tudo o que está ao seu redor. Primogênitos são autoexigentes e se concentram em seus próprios fracassos quando algo não vai bem. Sentem dificuldade em pedir desculpas quando erram, pois eles mesmos não se autorizam errar. Eles precisam aprender a equilibrar mais o prazer e não viver só das obrigações.

Em se tratando do filho do meio, os conflitos são outros. Os companheiros dos mesmos precisam ser muito bons para lidar com seus argumentos na hora de uma discussão. Como eles são treinados desde pequenos a se relacionar com o mais velho e o caçula, aprendem a ser ótimos negociadores e isso certamente se refletirá no amor. São muito

leais, tanto que filhos do meio são comprovadamente os parceiros com baixo índice de infidelidade. No entanto, eles precisam aprender a não levar as palavras do parceiro a “ferro e fogo”, pois agem hostilmente quando se sentem rejeitados. Esse tipo de atitude pode trazer problemas na área afetiva caso não filtrem o excesso de estresse de sua rotina.

Quando um dos cônjuges é o caçula, percebo que eles gostam de criar suas próprias regras, além de ficar facilmente emburrados quando são contrariados. Em geral, as brigas mais comuns ocorrem porque precisam receber alguns “empurrões para fazer as coisas”, pois na infância sempre havia alguém para fazer os deveres por eles. Em compensação, são alegres e engraçados, além de possuir um coração bondoso. Caso você se relacione com um deles, precisa deixar claro que não deseja assumir o papel de mãe/pai, mas sim de homem/mulher.

Este teórico citado acima cita que estes dados referem-se ao perfil geral, mas que sempre há exceções.

Após este quadro relacional, o convívio ficará menos conflituoso e mais respeitável ao aprenderem a lidar com as características de cada um. Esta é mais uma das ferramentas que o casal pode ter para enriquecer o conhecimento mútuo e solidificar a relação.

Nos dias de hoje, mais e mais homens mais centrados tem declarado que a paternidade é uma das atividades mais agradáveis e satisfatórias que já se dedicaram. Pensar assim, significa modificar profundamente a saúde emocional das gerações que virão e junto com isso, há ensinamentos encobertos em cada fase, que se os pais estiverem atentos, poderão se beneficiar de cada ciclo que passam.

Tudo o que é bom para o seu filho, é bom para você também:

Se um bebê precisa de descanso – Você também

Se uma criança de dois anos precisa andar com suas próprias pernas – Você precisa de um descanso as suas costas.

Se um adolescente precisa ir a casa dos amigos e formar sua identidade – Você precisa de um tempo para resgatar a sua e voltar a ter laços com seus próprios amigos.

Se na juventude, eles precisam aprender a manter o compromisso com o que dizem e fazem –  Você precisa que eles sejam confiáveis.

Se na fase adulta eles precisam aprender a tomar decisões – Você precisa aceitar que eles sejam responsáveis por si mesmos, para que você possa voltar a fazer tudo o que desejava nas fases anteriores e não poderia. (viagens, planos e sonhos).

Se pensarmos assim, entenderemos como os pais são os arquitetos da vida familiar. Eles não ficarão frustrados de se dedicarem fortemente a cada etapa, justamente porque sabem que precisam delas para passar bem as etapas de suas próprias vidas.

Bil Cosby, um pai de família americana, disse que um dia sua filha pequena foi ao banheiro e só saiu seis anos depois… se não aproveitarmos bem essas fases, perdemos o melhor que elas tem a nos oferecer.

Um recém-nascido irá ajudá-lo a aprender sobre você ser humilde e não pensar tanto em si mesmo.

Crianças de três anos irão lhe ensinar a ser mais assertivo.

Na idade escolar elas irão iluminar seus caminhos para as possibilidades criativas e exploradoras do mundo, fazendo você voltar ao mundo da fantasia e dos próprios sonhos. Tanto você, quanto eles, precisam sonhar.

Adolescentes reacenderão a importância da sociabilidade, seu desejo de ser livre e trarão lembranças dos altos e baixos de primeiros amores e de intensos romances. Isso devera torna-lo mais importante como pais, porque é sua chance de entrar no universo íntimo deles e ao mesmo tempo, reviver os seus.

Filhos que já estão saindo de casa o farão lembrar-se da mortalidade, além de deixa-los livre para a outra metade de sua existência!

Use as necessidades e reações de seus filhos como pistas: crianças pequenas despertam um tipo de resposta, adolescente, outro. Você vai descobrir que a paternidade tornar-se-a, literalmente, uma viagem de volta através de sua própria infância, em lentas etapas, que irão lhe trazer cura e novo ensinamento.

Ninguém sente falta daquilo que soube viver bem!

Segundo os dados do IBGE, cresce 5% por ano o número de pais que tem assumido sozinhos a educação dos filhos, seja por separação conjugal, viuvez ou até por abandono da família por parte da mãe.

Essa tarefa pode ser gerida com maestria, mas também está implícita uma série de desafios. Entre várias delas há uma que todos questionam: Há como um pai fazer o papel de pai e mãe ao mesmo tempo ou uma mãe fazer o papel dos dois simultaneamente? A resposta é única: Não. É impossível uma pessoa suprir dois papéis ao mesmo tempo, até mesmo porque a diferença dos sexos faz com que um tenha padrões de comportamento diferentes do outro. Culturalmente afirma-se que a mulher se caracteriza através do aconchego emocional e o homem transmite noções de administração geral da vida. Quando um dos pais se ausenta, ocorre o nascimento de uma habilidade incrível por parte de quem fica sozinho, que é acionada naturalmente ajudando o progenitor suprir ambas as necessidades, mesclando razão e emoção, mas não há como haver a distribuição perfeita desta tarefa.

Isso não é fácil, mas tudo é facilitado quando se tem por base o estabelecimento de regras e limites, embasados na amorosidade e presença física. O pai precisa acompanhar a evolução, a rotina, os amigos, assuntos e necessidades de cada fase em que o filho apresenta.

Há uma informação que não é novidade a ninguém, mas vale muito reforçar: Passar uma imagem negativa ou destrutiva da imagem do progenitor é extremamente tóxico. Isso terá muita interferência na vida adulta e nas escolhas afetivas da parte de seus filhos.

Em caso da morte da mãe ou até abandono, o pai deve ser considerado o pilar central na educação, mas é recomendável eleger alguém que seja considerado substituto daquela que partiu, pois os filhos precisam ter uma figura de autoridade que preencha a falta da outra pessoa. Nesses casos, uma avó, professora, uma vizinha, tia ou parente que possa servir de apoio nas necessidades emocionais do filho. Isso deve acontecer independente de seus filhos serem crianças ou adolescentes.

Quando se está sozinho, é comum sentirem dó dos filhos e desenvolvem atitudes de superproteção para tentar suprir a falta do outro. Os pais que agem como tal, podem desmistificar essa atitude, pois não precisam agir com essa proteção exacerbada, pois isso não os auxiliará a evoluir.

Por outro lado, outros se sentem tão responsáveis que se entregam inteiramente ao ato de cuidar. Isso é importante e necessário, mas o progenitor deve abrir espaço para outros compromissos sociais, porque mais cedo ou mais tarde esse filho vai sair de casa e o período de solidão será difícil de suportar. Mesmo com as expectativas frustradas, vale lembrar da frase de Consuelo quando diz que “A vida é aquilo que acontece enquanto você faz planos para o futuro.”

Muitos pensam que não vão dar conta de cuidar de tudo e de todos, até porque, essa tarefa envolve muitas surpresas, medos, lágrimas e boas descobertas, mas acredite: É nessas horas que conhecemos nossas maiores forças e nos descobrimos por demais habilidosos.

Gosto de um teórico chamado Dobson, que estudou por longos anos, os comportamentos de 35.000 crianças para explicar porque algumas são geniosas e outras não. De forma objetiva, eis um resumo da quantidade de informações que foram apresentadas pelos pais acompanhados:

1 – O autor cita o exemplo de que a criança geniosa precisa ser disciplinada constantemente e é sujeitada a uma porção de ameaças e sermões, enquanto o seu irmão angelical, o “lindinho da mamãe”, lustra a auréola e se refestela na aprovação dos pais.

2 – A maioria dos pais sabe que tem um filho genioso logo cedo. Um terço identifica essa característica logo após o nascimento. Dois terços descobrem antes do primeiro aniversário e 92% têm certeza absoluta antes do terceiro aniversário. Pais de filhos dóceis identificam essas características ainda mais cedo.

3 – O temperamento das crianças tende a refletir o temperamento dos pais. Apesar de haver muitas exceções, a probabilidade de dois pais geniosos terem um filho genioso é maior, sendo que se aplica igualmente ao temperamento dócil.

4 – Pais de crianças geniosas podem esperar conflitos intensos durante a adolescência, mesmo que tenham educado seus filhos adequadamente. Cerca de 74% das crianças geniosas se rebelam significativamente durante a adolescência. Quanto mais fraca a autoridade dos pais quando as crianças são pequenas, maiores conflitos eles tem a tendência de ter no futuro.

5 – Um dado surpreendente é que apenas 3% das crianças dóceis demonstram uma rebeldia intensa durante a adolescência e apenas 14% demonstram algum traço de rebeldia. Começam a vida com um sorriso no rosto e continuam assim até o início da idade adulta.

6 – A melhor notícia para os pais de filhos geniosos é o decréscimo acentuado da rebeldia no início da idade adulta. Essa característica sofre uma redução quase de imediato no início da casa dos vinte anos de idade e, daí pra frente, só diminui.

7 – A criança dócil se mostra consideravelmente mais ajustada a sociedade do que a criança geniosa. Ao que parece, os jovens que gostam de desafiar a autoridade dos pais, também se mostram mais propensos a se comportar de maneira ofensiva com seus colegas.

8 – De modo geral, a criança dócil tem uma auto-estima mais elevada do que a criança geniosa. Trata-se de uma descoberta extremamente importante. Apenas 19% dos adolescentes mais geniosos, 35% não gostam de si mesmo e 8% se detestam intensamente. A criança geniosa parece ter uma força interior que a leva a se aborrecer, brigar, testar, questionar, resistir e desafiar.

E aí? Gostou?

Pelo menos você já pode ler uma síntese de seu estudo e se beneficiar de seus resultados. Aproveite-os, bem!

Lembro-me de uma aula que tive na primeira especialização, onde a professora dizia que os casais tinham que cuidar para não deixar a relação deles parecida com a de seus próprios pais. Com a prática clínica, comecei a lidar tanto com isso que percebi como era forte essa influência, pois a grande maioria repetia os mesmos padrões da família de origem, sem ao menos perceber. Isso se retratava nos momentos onde ambos brigavam e um dizia para o outro: “Você está igualzinho ao seu pai” e “Você é a cópia da sua mãe!”

Duas dúvidas me inquietavam a mente: Por que a maioria dos casais que viam os pais errarem, repetiam os mesmos atos negativos? E o mais importante: Como sair desse ciclo, de forma que todos os casais possam viver bem?

Um dia consegui me responder isso sozinha.

Um casal só consegue se dá realmente bem, quando eles não desempenham nem a relação dos sogros, nem de seus próprios pais, mas sim, deles mesmos. Isso parece muito simples, mas é incrivelmente profundo se você parar para analisar. Isso deve ocorrer independente dos modelos serem bons ou ruins.

Lembro-me de um dia quando me casei, houve na noite em que meu marido e eu sentamos na sala, pegamos um papel e separamos em duas partes: Em uma delas nós escrevemos quais coisas boas nos queríamos “manter” da nossa família e na outra escrevemos as coisas nós queríamos “fazer diferente” dos nossos pais. Cada um escreveu sobre suas próprias famílias e eu mal tinha noção o quanto aquilo foi bom para construção da nossa vida a dois.

Conforme o casal define isso, eles criam uma identidade própria da relação, o que os faz se afinarem ainda mais e se darem melhor, pois se programam a escrever suas próprias histórias e não ficam reféns do passado.

Quando casamos, levamos para a nova vida uma bagagem contendo todos os valores, medos, crenças e idéias que aprendemos. Ao juntar um ao outro, essas bagagens são misturadas e abertas, o que influenciará diretamente na vida do casal. Quando o casal consegue se desprender dos defeitos da relação conjugal dos pais, eles estão atestando sua maturidade emocional e escolhendo viver uma vida diferente daquela já vista, independente se foi um bom ou mal exemplo.

Isso significa que não é porque alguns filhos viram seus pais falarem mal um do outro ou brigarem na frente deles que vocês vão achar isso normal e fazer o mesmo. Do mesmo modo que não é porque os pais passaram por uma separação conjugal que os filhos precisam repetir a mesma história, bem como não é porque não se via os pais ficarem juntos um do outro, que a pessoa vai achar que isso é natural.

É inegável a influencia exercida por esses modelos, mas cabe a cada pessoa um exame interno para tentar não se autoboicotar e repetir episódios semelhantes. Ignorar fatos ruins não resolve o problema, mas perceber que ela existe e lutar contra a repetição é uma forma sábia de conduzir sua própria vida.

Se você está lendo esta matéria e percebe que ela não se aplica a você, pois teve bons exemplos, então sinta-se privilegiado por ter vindo de uma família estruturada e lembre-se que tudo o que você está mostrando a seus filhos é o que eles tenderão a repetir no futuro. Tenham consciência deste legado!

Há muitos pais cansados com o fato dos filhos usarem a internet para tudo, menos para trabalhos escolares e pesquisas da escola. Eles conversam uma vez, avisam outras, ameaçam que vão tirar a internet e dependendo da idade do filho, tudo acaba resultando em briga.

De forma objetiva e sintética, escreverei alternativas que podem auxiliar os pais a lidar com o tempo excessivo dos filhos na internet, podendo equilibrar os momentos off e onlines. Certamente que hoje temos o próprio celular que substitui esse vício, mas isso eu falarei em outra matéria. Meu recado aqui é para pais de filhos pequenos:

Observe se realmente seu filho está viciado na net. Como fazer isso? Note  se o uso está afetando seu sono ou relacionamento com os amigos ou familiares. Acrescente a isso um tempo em excesso no uso, o que confirmará esta hipótese.

Estipule o tempo que seu filho tem que ficar no computador. Caso ele não cumpra, você irá faze-lo cumprir através de punições como diminuir o tempo do dia seguinte ou instalar um programa que controla o tempo usado na internet, no horário em que os pais não estão em casa ou em períodos muito tarde da noite. Ele terá que saber que existem regras a serem cumpridas.

Negocie com seus filhos as regras: Você pode libera-los ao uso do computador, depois que eles já tiverem feito as tarefas escolares. Eles podem inventar que não tem nada da escola para fazer, mais isso vai dos pais controlarem para saber se é ou não verdade. Após o período de tarefas e obrigações com arrumação de quarto ou outro afazer doméstico, aí sim pode ser usado com objetivo de entretenimento. Outra negociação a ser feita é a divisão de tempo, se há mais irmãos. Cada um deve ter seu tempo estipulado, para benefício de todos e não vantagem maior para um do que para outro. Por isso é bom nunca ter dois ipads, 4 televisões, etc…

– Coloque o computador em um local comum da casa: Não pense em deixar o computador no quarto de seu filho, porque você certamente terá problemas. Deixe em um local da casa onde todos tem acesso livre, até mesmo para os pais monitorarem os tipos de sites que são mais utilizados.

– Observe seus próprios hábitos na internet: Tem pais que reclamam que o filho não sai do computador, mas os próprios pais só ficam na internet depois que chegam do trabalho ou tarde da noite. Assim também não dá…

– Proibir não resolve nada: Filhos são experts em descobrir fórmulas e técnicas eficazes de enganarem os pais e continuar usando. Ao invés disso, invista nas regras que já foram citadas acima, pois o computador faz parte da vida social das crianças. Você não vai se descabelar por ele não cumprir a regra. Se caso ele desobedecer, as desvantagens serão todinhas deles, pois são eles que terão suas cortesias cortadas.

Procure ajuda profissional se o caso está feio: Há muitos filhos que estão trocando a vida social pela da internet e isso é um sinalizador de problemas. Se caso isso esteja ocorrendo, seu filho precisa de ajuda terapêutica, pois ele pode estar camuflando uma depressão, baixa autoestima, timidez ou outros problemas pessoais.

– Estimule também outras atividades offline. Seu filho precisa ter vida social e caso eles sejam tímidos ou tem dificuldade para fazer amigos, estimule-os a fazer um curso de computação, onde ele interaja com outras pessoas ou até mesmo cursos de interesses semelhantes aos dele. Aproveite essas dicas!

Na semana anterior, havíamos escrito que a raiva e a agressividade manifestada pelas crianças, nada mais são do que a forma que elas encontram de esconderem seus sentimentos de impotência em não conseguirem lidar com situações específicas. Vimos também que entre as atitudes mais eficazes para os pais lidarem com isso, é não se focarem no fato de descobrirem culpados em uma discussão de amiguinhos ou irmãos, mas sim, de entender os pontos de vista de cada pessoa envolvida. Vimos sobre a importância do ato de tocá-los de forma amorosa na hora crítica, sendo este, um dos fortes tranqüilizantes nas horas tensas.

Hoje falaremos sobre técnicas específicas que os pais podem acionar com os filhos, para desviar o clima de tensão no ar e saber transformá-los em momentos de distração.

Cabe antes ressaltar, que quando o adulto perde o controle com freqüência, isso pode estar passando a mensagem de que uma briga só termina quando outra briga começa. Se isso ocorre, significa que o adulto não está em condições de fazer mediações e o mais indicado a fazer é abrir o jogo dos próprios sentimentos, mesmo não justificando agir assim. Isso é fácil na teoria, mas difícil na prática. Porém, é o mais correto a fazer, pois brigas são coisas comuns da vida, DESDE QUE, não sejam feitas agressões físicas ou psicológicas.Vamos as estratégias:

– BRINCANDO DE BRIGAR. Você tem percebido que seu filho tem acessos constantes de raiva? Transforme a briga em algo lúdico e estabeleça a brincadeira de brincar de brigar. Isso se faz quando você desvia o motivo da raiva, inventando outra razão para discussão e pede que ambos possam inventar um motivo diferente e finjam que estão brigando por aquilo. (Ex: O filho só fica provocando o irmãozinho mais novo, porque só ele que pode usar as canetinhas para pintar. Você pede que eles inventem outro motivo de briga e fala que ambos tem quatro minutos para fingirem que estão brigando. Podem começar!

– TROCA DE PAPÉIS. Esta técnica auxilia-os a treinar a habilidade de empatia diante de uma situação ameaçadora. O adulto pede para que cada criança entre no lugar da outra e cada uma irá defender seu ponto de vista, sem o outro ironizar, desrespeitar ou diminuir os sentimentos pessoais.

– POÇÕES MÁGICAS: Toda criança gosta de se sentir com super-poderes e elas apresentam ótimos resultados quando isso acontece. A mãe deverá fazer um “teatro” para explicar que vai fazer uma poção mágica (suco de frutas, com raspas de limão, cereja e outros) e irá deixar em um lugar da geladeira para ela tomar todas as vezes que estiver precisando controlar suas emoções. Fazendo isso, você fará igual o espinafre do Popeye, ou seja, irá ativar sua força o que irá auxiliá-la. É importante salientar, no entanto, que a poção deve ser algo saudável, não chocolate, guloseimas ou bolachas.

– TÉCNICA DE REAÇÕES INVERSA DOS PAIS: Quando as crianças não fazem o que os pais pedem, os pais podem combinar de no dia seguinte não fazer o café, não deixar a mesa arrumada e se esconder do filho. Após o nível de tensão da criança ter aumentado, os pais aparecem e perguntam como a criança se sentiu quando viu que os pais não fizeram suas tarefas e seus combinados?

– TÉCNICA DO ESPELHO: Você começa a imitar o que a criança está fazendo. Se caso ela reclama em voz alta, coloca as mãos entre a cintura e faz cara feia reclamando, o adulto repete o mesmo comportamento, sem ser irônico(a). Isso é ótimo, pois eles percebem como se comportam diante dos fatos e que a birra não é uma forma inteligente de resolver um problema.

Muitos pais não sabem, mas a agressividade e a raiva no comportamento das crianças, nada mais são, do que a forma que elas encontram de esconderem seus sentimentos de impotência diante de algo que não sabem como lidar.

Depois do próprio sentimento de impotência dos pais, quando não sabem mais o que fazer quando os irmãozinhos estão brigando ou quando um deles se manifesta de forma explosiva, uma lição é importante tanto para os pais, quanto para os filhos: Todo ser humano deve se permitir senti-los, mas o diferencial será em como irão administrá-los.

A forma mais ineficaz e errada de lidar com as emoções dos filhos, é dizer frases como: “Isso não dói tanto”, “Não precisa ter medo” ou “Aquilo não é tão ruim assim”. Dizer isso faz os filhos pensarem que seus sentimentos são exagerados e desnecessários. A maneira mais efetiva e consistente de auxiliar os filhos nessas horas, é fazer simplesmente uma coisa: Auxiliá-los a detectar qual o sentimento que eles estão sentindo naquele momento. É como se os pais fossem os tradutores de uma língua que as crianças não dominam. Quando as crianças percebem que os pais conseguiram traduzir seus sentimentos, elas se acalmam e isso ativa áreas do cérebro que as instrumentalizam a resolver seus próprios conflitos.

Como ninguém gosta de textos compridos, procurei selecionar objetivamente, as reações mais adequadas que os pais podem reagir nesta hora difícil:

1 – O adulto deve saber o que está acontecendo, mas deve evitar intervir. Quando as crianças precisam de ajuda, elas pedem. Somente os casos de agressões físicas que deve ter a ação efetiva dos pais.

2 – Se coloque no lugar da criança. Se já não é fácil para marido e mulher se reconciliarem tranquilamente na hora de uma briga, imagine então irmão e irmã. As crianças conseguem se reconciliarem sozinhas, na maioria das vezes, tanto é que elas brigam, mas logo depois, voltam a brincar.

3 – Quando você não sabe o que fazer, o melhor a ser feito é justamente “traduzir” o sentimento da criança. Isso lhe dá conforto.

4 – Quando as crianças ou a situação está tensa, elas precisam de uma voz calma e tranqüila que estabilize o sentimento delas. O fato dos pais se mostrarem mais calmos, em questão de minutos, a calma de um pai (mãe) tem o poder de diminuir a ansiedade da criança. Nisso, é importante que você:

* Toque a criança, com amor, mas firmeza;

* Abaixe-se na altura dela, para mostrar-lhe o quanto sente empatia pelo ocorrido;

* Após isso, pegue a outra criança com afeto e procure descobrir como se sente.

* O foco das brigas não deve ser de buscar culpados, mas de orientá-las para que uma compreenda o ponto de vista da outra. Isso aciona os hemisférios do cérebro que são necessários para os sucessos nos relacionamentos familiares e sociais;

5 – Se a agressão é verbal, do tipo: “A mana é boba!” ou “Quero que a mamãe vai embora”, não significa que a criança está sentindo isso, mas que talvez, se a mãe não estivesse em casa, ela não iria ficar me incomodando.

Lidar com os filhos é o mesmo que aprender a lidar com os sentimentos do próprio adulto.

Você se considera controlador como pai/mãe? Você é daquele tipo, que mesmo sem querer, fica orientando cada passo que o filho já crescido dá, controla suas atitudes profissionais, avalia constantemente o perfil do(a) namorado(a) e sempre dá um jeitinho de temperar suas opiniões, de forma que o filho siga fielmente aquilo que você está sugerindo? Se você age assim, tenha cuidado, pois pode estar criando um filho que não tem opinião para tomar suas próprias decisões.

Há uma diferença expressiva entre você ser “controlador” ou apenas “acompanhar o desenvolvimento do filho”. Pais que acompanham o crescimento do mesmo,as que eles escolhem para o filho, impedindo-o de s pre os cerca, mas acima de tudo, lembram-se  estão sempre por dentro do que se passa em suas vidas, sabem das pessoas e do universo que os cerca, mas acima de tudo, se lembram com freqüência que o filho precisa fazer suas próprias escolhas, mesmo que você não concorde com elas. Já os pais controladores, também acompanham o desenvolvimento do filho, mas o forçam a agir de acordo com a vontade dos pais, ar impedindo-o de errar ou acertar por si próprio. Pais controladores costumam dizer que fazem isso para o bem deles e para que tropeçem menos na vida, mas será que é possível ter controle sobre cada atitude que o filho toma?

Obviamente que todos os pais tem as melhores expectativas, mas é preciso saber diferenciar o que o desejo do filho e o desejo dos pais. Isso não quer dizer que os pais tem que liberar o filho para tudo o que ele queira, mas há certas escolhas na vida que são inevitáveis para que eles possam crescer e muitas vezes o melhor caminho é batendo a cabeça com escolhas erradas.

Muitas vezes os pais estão certos e eles conseguem ter a percepção que os filhos não tem. Quando implicam com uma amizade, um(a) namorado(a) ou algo do gênero, é muito provável que eles já estejam enxergando muito além do filho, coisas até que eles mesmos não conseguem ver. O fato é que o filho precisa treinar suas habilidades de fazer escolhas, sejam elas certas ou erradas.

Percebe-se hoje que os pais que tem perfil mais controlador, transmitem constantemente a mensagem implícita que o filho não sabe tomar decisões e que precisa sempre de alguém que tome por ele. Neste caso, o filho faz aquilo que os pais mandam, mesmo contrariado e os pais brigam porque ele não teve iniciativa para as coisas e que está sempre inseguro. Por outro lado, quando as coisas não dão certo, torna-se cômodo para o filho culpar os pais, podendo assim, justificar seus erros. Chega um momento em que fica cômodo para os pais controlarem e cômodo para o filho ser controlado, mas ninguém se dá conta que todos entram em um ciclo de culpas e discussões que no fim, só trará ainda mais problemas.

O melhor caminho funciona quando o filho pára de agir de acordo com a vontade dos pais e assume suas próprias escolhas. Isso não significa rebeldia, mas representa crescimento. O filho precisa disso para desenvolver sua personalidade, assumir as consequências de suas escolhas e principalmente, se dar um atestado pessoal de que consegue por si só, lidar com as circunstâncias da vida.

Como o próprio nome já diz, pais autoritários são muito exigentes, agem de forma rígida, impondo valores, regras, punições e mesmo não querendo, não permitem aos filhos desenvolverem a capacidade de auto-desenvolvimento.

Filhos de pais autoritários, em geral, não apresentam problemas de comportamento, tem bom rendimento escolar, porém, apresentam altos níveis de ansiedade, retraimento social, medo e muita timidez. Não é de se espantar a quantidade exacerbada de pessoas na faixa de 40 anos para cima, com transtornos de ansiedade ou síndrome do pânico. Esse número tem crescido assustadoramente nos últimos sete anos.

Há três ingredientes importantes na educação de filhos. Desde pequenos, eles devem criar uma relação de afeto, mas de respeito pela figura dos pais. Quando os pais são autoritários, os filhos geralmente se relacionam baseados apenas no medo (não no respeito), independente se há demonstração de afeto. Como conseqüência disso, eles agem com medo de errar, medo de não fazer o que é certo, medo de arriscar e ousar na vida adulta e geralmente criam um perfil de pessoas lideradas, não de líderes. Em geral são pessoas que sabem cumprir as regras e o que é combinado, mas não ousam na vida, pelo medo da desaprovação.

Pais assim punem severamente em ações ou em palavras, quando a criança faz algo errado, mas nestes casos a punição não é vista como uma aprendizagem e sim, como castigo merecido por algo terrível que o filho fez, parecendo até imperdoável, como se a pessoa nunca fosse digna de errar. Essas descargas de raiva tem como resultado os medos, a ansiedade elevada, sentimentos de incapacidade e a pessoa passa a não arriscar na vida, pelo medo de passar por ridículo ou de ser diminuído.

Frases do tipo: “Você faz tudo errado mesmo!”, ou “Tinha que ser você para fazer um trabalho desse jeito”, são frases comuns de pais autoritários, pois eles não permitem que seus filhos errem, porque eles mesmos não admitem falhas neles como pais, procurando ser perfeitos na educação – o que é impossível. É nessa hora que os pais não percebem quão errado estão agindo. Estão sendo autoritários, mas não tem autoridade (que são coisas bem diferentes, pois quem tem autoridade, tem o respeito dos outros). Quando esses filhos crescem, tendem a transferir esse medo para outras relações, sendo para o chefe, para os professores, cônjuge, entre outros. Olhe só outras características:

– Medo de dizer não para os outros, sentimento de inferioridade ao se relacionar com as pessoas, vontade de agradar as pessoas o tempo em busca de aprovação, medo de se expor, de ser o centro das atenções, de ser criticado, medo de falar em público, autocrítica acentuada e a pessoa vive se condenando quando comete um erro, perdendo chances de sucesso, pois teme que dê errado.

Paizinhos: Invistam em uma auto imagem positiva dos seus filhos. Nem sempre eles fazem o que é pedido, mas a auto-imagem positiva é reforçada dos 2 aos 6 anos de idade. É nesse período que eles precisam de pais que os auxiliem a se verem como crianças com qualidades, não de pais que as desvalorizem.

Os pais juram que não vai acontecer com seus filhos, mas, acredite, acontece. As birras são inatas de todo ser humano e o que muda de criança para criança é a intensidade das reações e o número de vezes que as birras se repetem. Isso também depende do temperamento da cada uma e da maneira como os pais lidam com essas implicâncias.

Teste você mesmo suas reações:

1 – Seu filho começou a dar show. Qual é o jeito mais correto de agir?
a) Dar umas boas palmadas
b) Impor sua autoridade
c) Fazer chantagem
d) Não perder o controle

A alternativa correta é a letra “d”.

Procure não perder o controle, mesmo que isso às vezes pareça impossível. Mude de ambiente, vá até o banheiro, diminua a platéia. Quanto mais gente, mais show e quanto mais show, mais birras a criança manifesta.

2 – Quando a birra vem acompanhada de tapas, puxões de cabelo e mordidas?
a) Não reaja
b) Repreenda
c) Deixe de castigo
d) Finja que não viu nada

Resposta certa é letra b. Repreenda
Use um tom de voz mais zangado e sério, demonstre realmente reprovação e mostre que esse tipo de comportamento não irá chamar sua atenção e nem fará você se comover. Em seguida, tente acalmar a criança, agindo de forma carinhosa, mas não reforce em nenhum momento esse tipo de comportamento agressivo.

3 – Criança frustrada é sinônimo de criança birrenta?
a) Sim
b) Não
c) Talvez
d) Nenhuma das alternativas anteriores

Resposta certa: letra “a”. Sim
A frustração é outro motivo que embala os chiliques inoportunos. A criança deseja fazer algo, que não consegue e na busca por uma independência que ainda não possui, ela acaba se enfurecendo. Quando isso acontece, a primeira atitude dos pais deve ser tentar conversar, mostrar interesse. Olhe nos olhos, abrace, bata um bom papo. Vale também tentar distrair e até ignorar.

É nessas horas que os pequenos aprendem a lidar com os seus limites, buscam mais controle das situações e experimentam sentimentos como a frustração e a raiva. Se a criança conseguir o que quer dessa maneira, vai repetir a cena toda vez que desejar alguma coisa ou discordar de algo. Quando ela perceber que a birra não traz resultados, que é desaprovada ou mesmo ignorada, vai encontrando outras formas de lidar com as frustrações e de se fazer entender. Isso significa crescer!

Seguramente ter filhos gêmeos é uma habilidade que se cria conforme a convivência. Além da família ter um trabalho dobrado com as necessidades de cada um, muitos vão crescendo e sendo comparados em suas atitudes e comportamentos.

Há, no entanto, uma série de conselhos úteis para que a relação entre eles seja ainda melhor. É só ficar de olho nas dicas e entender o “X” da questão: “Cada um precisa ter seu próprio espaço, sua própria personalidade e dentro do possível, sua própria vida.”

Pesquisas sobre gêmeos apontam que a mesmas reações que os filhos tem no ventre da mãe, será o mesmo que desempenharão no decorrer da vida. Um filho que exerce domínio sobre o outro, por exemplo, é o mesmo que tenderá a ser lider. Aquele que é mais calminho, tende a se mostrar mais tranqüilo do que aquele que era mais agitado dentro e fora da barriga. Em casos onde há gêmeos de sexos diferentes, é comum a menina exercer um domínio maior sobre o menino, mas esses papéis podem ser invertidos em determinadas fases de vida.

Os pais que tem que lidar com filhos “duplos”, são treinados a incentivar a igualdade entre eles, mas não é bem por aí. Quanto mais diferenciado cada um for, mais respeitado eles se sentirão pelas suas diferenças e mais saudáveis emocionalmente tenderão a ser.

Fique atento a outras orientações:

  • De aos gêmeos nomes bem diferentes.
  • Faça-os usar roupas diferentes, com cores diversificadas.
  • Faça-os dormir sempre em camas separadas.
  • Em ocasiões de férias, faça-os ficar com pessoas e parentes diferentes e em ambientes onde cada um possa explorar suas próprias habilidades.
  • Evite dar a cada um o mesmo biscoito, o mesmo sorriso, o mesmo castigo. Cada um terá sua atenção e seu momento.
  • Em aniversários, procure fazer coisas individualizadas para cada um.
  • Se um dos pais viaja ou se ausenta e os filhos tiverem que ficar com parentes, procure deixar com diferentes pessoas e até respeite as preferências de cada filho.
  • O contato e o tempo podem ser divididos também. É bom eles saberem que nasceram do mesmo ventre como qualquer outro filho, mas cada um possui suas próprias características. É por isso que geralmente um é o oposto do outro.
  • É interessante os pais revezarem a atenção. O pai se ocupará de um e a mãe de outro e fazer rodízio disso, é igualmente necessário. Saliento, porém, que sempre é útil e importante conservar os programas em família.

Baseados nessas orientações, percebe-se o quão importante significa cada um ser diferenciado do outro. Isso ajuda a nenhum se sentir ofuscado pelo brilho do irmão, para que a auto estima deles seja sempre conservada.

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