maconha

Será que meu filho está usando drogas?

Karine Rizzardi

Agressividade, prepotência, impulsividade, intolerância, onipotência, isolamento, não se preocupar com as responsabilidades da vida presente, são apenas alguns exemplos dos comportamentos que seu filho pode ter, quando os pais estão a caminho de descobrir se o filho está ou não usando drogas. Quando o uso começa a se tornar freqüente, geralmente eles desenvolvem a tendência de voltar-se para si mesmos, evitando todo tipo de confronto da realidade. Apresentam igualmente, falta de iniciativa, incertezas e descaso sobre os compromissos de rotina.

O que acontece com a estrutura familiar, antes de descobrir sobre o consumo de drogas (cigarro, álcool, maconha, cocaína, crack, doce, bala, drogas sintéticas e outras)?

A primeira característica que a família começa desenvolver para se proteger da dor e do sofrimento da descoberta, é esconder o problema. Com o agravamento do dependente, o mesmo começa a se isolar e o filho fica órfão de pais vivos, ou seja, como eles não querem sofrer com o choque da comprovação do fato, eles mesmos passam a desconsiderar os sinais que o filho está deixando referente ao uso, restringindo muito a comunicação. Outro perfil característico é perceber que  o certo e o errado se torna uma verdadeira confusão, pois passa-se a utilizar muitos extremos (Não deixar sair de casa quando acha que o filho está fazendo uso dos tóxicos e quando acha que o dependente já está curado, libera tudo).

Quando a família e o dependente já estão em recuperação, ambos mostram mais respeito e disciplina e quanto ao que os pais devem fazer e nesses casos, é importante salientar alguns tópicos:

O primeiro sentimento que deve ser evitado é o da culpa, além disso ser coisa do passado, não vai auxiliar o problema. O foco agora é se concentrar nas armas que a família tem para combater males piores. Não adianta, porém, o trabalho de “cura” com o dependente, sem estar associado com um trabalho com a família, pois se a família não se ajusta, é alto o índice da recaída da droga. O dependente precisa saber que jamais estará curado, mas sim, em recuperação, visando vencer os obstáculos a cada dia, para o resto de sua vida.

Por pior que seja a dor da descoberta, pior ainda é a conseqüência dos pais ficarem calados diante da situação, o que acarretará em usos cada vez mais freqüentes. É preciso saber que nessa hora, o apoio mútuo é mais eficaz do que a mútua acusação.

Na condição de pais, os mesmos tem todo direito de recusar solicitações do dependente sem se sentirem egoístas. Podem sim, sentir expressar a raiva, pedir carinho e ajuda, dizer “Não sei”, “Não concordo” e “Não compreendo”. Os pais devem e podem exigir que suas necessidades sejam satisfeitas, principalmente com relação ao respeito.

Aprenda a identificar os sinais, pois estes são sinalizadores significativos: A agressividade do filho,  deve ser vista como um pedido de ajuda, a falta do comprometimento, retrata o medo de enfrentar as mudanças das novas responsabilidades e o fato de achar que não tem problemas, isso nada mais é, do que uma forma de fugir dos próprios sentimentos.

A autora é psicóloga especialista de casais e família

(45) 3224-4365

drakarinerizzardi@gmail.com

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