limites

Entre todos os obstáculos que as empresas precisam ter para se fixar no mercado, conquistar seu espaço e contar com a rentabilidade, a empresa familiar tem uma escala de desafios duplamente desafiadora. Quando o assunto em questão é o pai trabalhando com filhos, a esposa com o marido ou parente com parente, é preciso se ter muito mais que perspicácia: é preciso estabelecer alguns limites claros, para que conflitos sejam evitados.

Mas, Karine, você não é psicóloga? O que é que tem haver esse tema com a sua profissão? Eu diria que, justamente por ser psicóloga, me sinto na obrigação de repassar o alto registro de famílias que brigam no ambiente profissional.

Geralmente, a raiz dos conflitos das empresas familiares ocorre sempre pelo mesmo motivo: Não há limites claros entre aquilo que é profissional e o que é familiar. Com isso, o pai pode agir como empresário e magoar o filho que se mostra apenas filho, ou tratar o filho como sendo apenas filho, desqualificando-o como profissional. Isto pode acontecer, também, nas relações conjugais. O marido quer que a empresa siga uma direção e a mulher quer que a empresa siga outra. Ao invés de chegarem em casa e falar sobre assuntos que não condizem com o trabalho, acabam se relacionando como empresários e não como homem e mulher, estremecendo assim, a relação conjugal.

Se a família não cuida para dividir os espaços de forma objetiva, o que resta no final é uma empresa mal administrada, um casal insatisfeito e uma família que só vive a profissão e não a relação familiar.

Nem sempre o que o pai e a mãe querem para os filhos e a empresa, é aceito pelo filho mais velho, pela filha que deseja ser independente ou pelo caçula que quer ser, por exemplo, trabalhar em uma área muito diferente do ramo da família. Algumas vezes, as relações de negociação complicam-se mais quando entra em cena o genro ganancioso, a nora que quer mudança de “status” social, ou o filho que deseja, a todo custo, tirar o pai da administração do negócio da família.

O duplo desafio que as empresas familiares enfrentam, é ser competente e rentável no mundo dos negócios e proporcionar bem-estar e felicidade para todos os membros da família. Para isso, é necessário atitudes que valorizem os membros que participam da empresa, mas é emergencial que as regras que os colaboradores seguem, devem ser criteriosamente similar as regras que os filhos deverão seguir também. Caso contrário, não é de se admirar quando as coisas não vão bem. Pode-se recorrer também a recursos externos, caso a família não esteja conseguindo administrar, como a contratação de profissionais especializados em consultoria e assessorias específicas, para evitar prejuízos significativos.

Compreender a dinâmica da família e da empresa é importante para definir as diferenças entre dinheiro da empresa e o dinheiro para casa; atitudes de empresários e laços familiares; tempo para a família e tempo para o trabalho e em todos outros aspectos. Se o objetivo a se focar é esse, a família e a empresa só tem a crescer e se desenvolver.

A maioria das pessoas sente culpa quando precisam dizer “não”. Muitas dessas pessoas temem desapontar alguém, magoar, provocar antipatias e até conflitos, pois quando intimamente pensam “Não, eu não quero!”, por fora dão um sorriso simpático verbalizando aquele fatal “Está bem! Eu vou!”. Há, contudo, muitas formas de dizer “não” e continuar sendo agradável.

Primeiramente, vamos entender por que você precisa dizer não?

1- Porque todos os dias somos confrontados por forças externas, que consomem nosso tempo e desorganizam nossa rotina. Com a falsa promessa de acelerar nossa vida, muitos dizem “sim” para tudo, o que acaba criando mais tumulto e confusão. Dizer “não” é uma forma de reduzir a lista de tarefas e criar um espaço de calma que é necessário na vida moderna. Isso não é mais luxo, mas se tornou uma necessidade.

2- Não se trata somente de uma questão de agradar a si próprio, mais em qualquer relacionamento ou situação, a necessidade de dar limites ao próprio “eu” é imprescindível para o bem estar emocional. Limites nas redes sociais, limites de trabalho, parar um tempo para pensar, desligar-se de tudo nos fins de semana, são apenas alguns exemplos que o auxiliam a manter-se sóbrio nas idéias e nas tarefas diárias.

Ceder demais para tudo, pode representar um estupro emocional a si próprio.

Observe algumas estratégias para você parar de dizer “sim”, quando quiser dizer “não”:

* Faça pequenas tentativas: Para desenvolver coragem suficiente para dizer “não” com elegância, comece com os pequenos ensaios que não representam ameaça para pessoas que você não terá dificuldades, como dizer a sua melhor amiga que não quer ir ao restaurante com ela. Aos poucos vá ampliando seu campo de atuação, desafiando-se em situações mais complicadas.Quanto mais usá-las, mais a vontade vai se sentir com você mesmo.

* Você não precisa justificar: Sentimo-nos forçados a justificar nosso “não” com uma explicação detalhada, quase sempre inventada. As respostas do whatts app justificam esta questão. Acrescentamos detalhes que raramente são necessários e quanto mais informações específicas você der, mais chances você tem de se dar mal. Quando você afirma: “Lamento, mas não poderei ir” ou “Infelizmente tenho um compromisso”, você transmitirá firmeza e decisão, sem escorregar nas palavras.

* Ficar com você mesmo, já é um compromisso: Muitas pessoas se sentem constrangidas ao recusar um convite quando não tem outro agendado; sentem vontade de passar a noite em casa, mas se esquecem que fazer isso já é um plano. Você deve se incluir na sua agenda e entender que estar com você e com as pessoas que você ama é realmente um grande compromisso.

* Considere os muitos “nãos” que você já recebeu: Todos nós já levamos muitos “nãos”, sendo na área afetiva, na familiar ou profissional. Sua própria habilidade de passar por isso não te fez uma pessoa pior e é prova que todos podem suportar muitos tipos de “nãos” e continuar tocando a vida para frente. Portanto, não presuma que você vai causar danos sérios quando diz “não”, porque pode ainda ser beneficiado.

* Ganhe tempo: Se você não lembra de nenhuma dessas citações acima, execute pelo menos essa, pois assim você ganha tempo e vai poder resolver a maioria dos casos. Por exemplo: Deixe-me consultar meu esposo para ver se não temos compromisso, ou, preciso ver minha agenda e te ligo depois.

Você pode dizer “não” sem se comprometer, mas o principal: Sinta-se livre! Seu sentimento de liberdade interno já é um bom termômetro para saber quando se deve dizer “não” e quando se deve dizer “sim”.

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