família

Quem nunca ouviu uma mãe dizer: “Meus filhos são tão diferentes que nem parecem ser da mesma família. O fulano é mais calmo, já o beltrano não pára sentado. Um adora estudar e o outro é uma briga diária para fazer as obrigações”. Todas as características que ouvimos até 12 anos de idade, tendem a definir a personalidade de cada indivíduo e isso terá reflexo direto nos relacionamentos pessoais.

Se um irmão ocupa um perfil de liderança na família, tenderá a ser líder na relação amorosa. Se outro ocupou um papel de rebelde, tenderá a ser mais questionador na vida afetiva. Se um terceiro tem características egocêntricas, certamente será um parceiro ou uma parceira com tendências a querer que só sua vontade seja satisfeita.

Um estudo feito com 7.000 casais coordenado pelo psicólogo americano Frank Sulloway, da Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos, constatou-se o quanto é curioso notar alguns pontos em comum sobre as brigas dos casais segundo a ordem de nascimento. Baseado nesses resultados é preciso entender os motivos que levam as pessoas agir de formas diferentes um do outro. Com base nesses dados, isso auxiliara você a lidar melhor com seu parceiro. Vamos a elas:

Quem se relaciona com um filho mais velho, percebe que ele é responsável e comprometido – atitudes estas, que o fazem assumir o comando de tudo o que está ao seu redor. Primogênitos são autoexigentes e se concentram em seus próprios fracassos quando algo não vai bem. Sentem dificuldade em pedir desculpas quando erram, pois eles mesmos não se autorizam errar. Eles precisam aprender a equilibrar mais o prazer e não viver só das obrigações.

Em se tratando do filho do meio, os conflitos são outros. Os companheiros dos mesmos precisam ser muito bons para lidar com seus argumentos na hora de uma discussão. Como eles são treinados desde pequenos a se relacionar com o mais velho e o caçula, aprendem a ser ótimos negociadores e isso certamente se refletirá no amor. São muito

leais, tanto que filhos do meio são comprovadamente os parceiros com baixo índice de infidelidade. No entanto, eles precisam aprender a não levar as palavras do parceiro a “ferro e fogo”, pois agem hostilmente quando se sentem rejeitados. Esse tipo de atitude pode trazer problemas na área afetiva caso não filtrem o excesso de estresse de sua rotina.

Quando um dos cônjuges é o caçula, percebo que eles gostam de criar suas próprias regras, além de ficar facilmente emburrados quando são contrariados. Em geral, as brigas mais comuns ocorrem porque precisam receber alguns “empurrões para fazer as coisas”, pois na infância sempre havia alguém para fazer os deveres por eles. Em compensação, são alegres e engraçados, além de possuir um coração bondoso. Caso você se relacione com um deles, precisa deixar claro que não deseja assumir o papel de mãe/pai, mas sim de homem/mulher.

Este teórico citado acima cita que estes dados referem-se ao perfil geral, mas que sempre há exceções.

Após este quadro relacional, o convívio ficará menos conflituoso e mais respeitável ao aprenderem a lidar com as características de cada um. Esta é mais uma das ferramentas que o casal pode ter para enriquecer o conhecimento mútuo e solidificar a relação.

Nos dias de hoje, mais e mais homens mais centrados tem declarado que a paternidade é uma das atividades mais agradáveis e satisfatórias que já se dedicaram. Pensar assim, significa modificar profundamente a saúde emocional das gerações que virão e junto com isso, há ensinamentos encobertos em cada fase, que se os pais estiverem atentos, poderão se beneficiar de cada ciclo que passam.

Tudo o que é bom para o seu filho, é bom para você também:

Se um bebê precisa de descanso – Você também

Se uma criança de dois anos precisa andar com suas próprias pernas – Você precisa de um descanso as suas costas.

Se um adolescente precisa ir a casa dos amigos e formar sua identidade – Você precisa de um tempo para resgatar a sua e voltar a ter laços com seus próprios amigos.

Se na juventude, eles precisam aprender a manter o compromisso com o que dizem e fazem –  Você precisa que eles sejam confiáveis.

Se na fase adulta eles precisam aprender a tomar decisões – Você precisa aceitar que eles sejam responsáveis por si mesmos, para que você possa voltar a fazer tudo o que desejava nas fases anteriores e não poderia. (viagens, planos e sonhos).

Se pensarmos assim, entenderemos como os pais são os arquitetos da vida familiar. Eles não ficarão frustrados de se dedicarem fortemente a cada etapa, justamente porque sabem que precisam delas para passar bem as etapas de suas próprias vidas.

Bil Cosby, um pai de família americana, disse que um dia sua filha pequena foi ao banheiro e só saiu seis anos depois… se não aproveitarmos bem essas fases, perdemos o melhor que elas tem a nos oferecer.

Um recém-nascido irá ajudá-lo a aprender sobre você ser humilde e não pensar tanto em si mesmo.

Crianças de três anos irão lhe ensinar a ser mais assertivo.

Na idade escolar elas irão iluminar seus caminhos para as possibilidades criativas e exploradoras do mundo, fazendo você voltar ao mundo da fantasia e dos próprios sonhos. Tanto você, quanto eles, precisam sonhar.

Adolescentes reacenderão a importância da sociabilidade, seu desejo de ser livre e trarão lembranças dos altos e baixos de primeiros amores e de intensos romances. Isso devera torna-lo mais importante como pais, porque é sua chance de entrar no universo íntimo deles e ao mesmo tempo, reviver os seus.

Filhos que já estão saindo de casa o farão lembrar-se da mortalidade, além de deixa-los livre para a outra metade de sua existência!

Use as necessidades e reações de seus filhos como pistas: crianças pequenas despertam um tipo de resposta, adolescente, outro. Você vai descobrir que a paternidade tornar-se-a, literalmente, uma viagem de volta através de sua própria infância, em lentas etapas, que irão lhe trazer cura e novo ensinamento.

Ninguém sente falta daquilo que soube viver bem!

Segundo os dados do IBGE, cresce 5% por ano o número de pais que tem assumido sozinhos a educação dos filhos, seja por separação conjugal, viuvez ou até por abandono da família por parte da mãe.

Essa tarefa pode ser gerida com maestria, mas também está implícita uma série de desafios. Entre várias delas há uma que todos questionam: Há como um pai fazer o papel de pai e mãe ao mesmo tempo ou uma mãe fazer o papel dos dois simultaneamente? A resposta é única: Não. É impossível uma pessoa suprir dois papéis ao mesmo tempo, até mesmo porque a diferença dos sexos faz com que um tenha padrões de comportamento diferentes do outro. Culturalmente afirma-se que a mulher se caracteriza através do aconchego emocional e o homem transmite noções de administração geral da vida. Quando um dos pais se ausenta, ocorre o nascimento de uma habilidade incrível por parte de quem fica sozinho, que é acionada naturalmente ajudando o progenitor suprir ambas as necessidades, mesclando razão e emoção, mas não há como haver a distribuição perfeita desta tarefa.

Isso não é fácil, mas tudo é facilitado quando se tem por base o estabelecimento de regras e limites, embasados na amorosidade e presença física. O pai precisa acompanhar a evolução, a rotina, os amigos, assuntos e necessidades de cada fase em que o filho apresenta.

Há uma informação que não é novidade a ninguém, mas vale muito reforçar: Passar uma imagem negativa ou destrutiva da imagem do progenitor é extremamente tóxico. Isso terá muita interferência na vida adulta e nas escolhas afetivas da parte de seus filhos.

Em caso da morte da mãe ou até abandono, o pai deve ser considerado o pilar central na educação, mas é recomendável eleger alguém que seja considerado substituto daquela que partiu, pois os filhos precisam ter uma figura de autoridade que preencha a falta da outra pessoa. Nesses casos, uma avó, professora, uma vizinha, tia ou parente que possa servir de apoio nas necessidades emocionais do filho. Isso deve acontecer independente de seus filhos serem crianças ou adolescentes.

Quando se está sozinho, é comum sentirem dó dos filhos e desenvolvem atitudes de superproteção para tentar suprir a falta do outro. Os pais que agem como tal, podem desmistificar essa atitude, pois não precisam agir com essa proteção exacerbada, pois isso não os auxiliará a evoluir.

Por outro lado, outros se sentem tão responsáveis que se entregam inteiramente ao ato de cuidar. Isso é importante e necessário, mas o progenitor deve abrir espaço para outros compromissos sociais, porque mais cedo ou mais tarde esse filho vai sair de casa e o período de solidão será difícil de suportar. Mesmo com as expectativas frustradas, vale lembrar da frase de Consuelo quando diz que “A vida é aquilo que acontece enquanto você faz planos para o futuro.”

Muitos pensam que não vão dar conta de cuidar de tudo e de todos, até porque, essa tarefa envolve muitas surpresas, medos, lágrimas e boas descobertas, mas acredite: É nessas horas que conhecemos nossas maiores forças e nos descobrimos por demais habilidosos.

Você provavelmente é uma pessoa cheia de compromissos, com agenda lotada e com uma série de coisas para resolver. Conversa com muitas pessoas, atende bem a outras e as coisas estão indo conforme o planejado. Seu salário não dá para reclamar e nessas horas tudo o que você faz quando pára e pensa é: “Ótimo! Estou feliz!”

Imagine, no entanto, se tudo isso acabasse do dia para noite. Se as pessoas parassem de te procurar, seu tempo começasse a ter intervalos de ociosidade e você percebesse que não estava com a bola toda. Medos que nem lembrava mais que tinha passassem a te perseguir, além de que a sua fama de “Super Incrível”, poderia ser substituída pela de “Mister Invisível”.

O que iria sobrar de toda essa glória? Para onde iria todo seu esforço e sua fama?

Seu poder na vida um dia pode acabar, mas provavelmente nesta hora lhe restará duas, três ou quatros pessoas muito importantes que estarão ao seu lado – sua família.

Se isso acontecesse, você se arrependeria de ter dado pouca atenção aos filhos, de não ter desfrutado melhor da sua vida com a mulher ou o homem que você ama e todos seus conceitos atuais seriam reavaliados. Você iria olhar para seu passado e se lembrar da simplicidade que tinha seu coração e da humildade de como tudo começou.

Você e seu cônjuge eram mais jovens e cheios de sonhos. O que almejavam foi se realizando, mas a vida foi te engolindo e sem que dessem conta, você mesmo ficou mais insensível – não porque queria, mas pelas próprias circunstâncias.

É nesta hora que me remeto aos três porquinhos e pergunto que tipo de casa você está construindo:

É de palha? Onde sua dedicação ao trabalho é impecável, mas sua casa é sempre deixada em último lugar e você ainda justifica dizendo que faz isso para o bem de todos.

É de madeira? Onde você parece o Adam Sandler, no filme “Click”. Você sabe que sua família deve estar na lista da suas prioridades, mas luta arduamente para primeiro ter estabilidade financeira e uma segurança pessoal e depois quer usufruir tudo o que tem com sua família? Cuidado, pois não são todas as casas de madeira de resistem ao sopro do lobo mal.

Ou sua casa é de material? Onde você se preocupa com a questão financeira e com seu trabalho, mas entende que a noite e nos fins de semana, seu foco é completamente familiar.

Quem opta por construir uma casa de material, certamente não será pego por um vendaval ou tempestade, pois os alicerces foram bem estruturados.

Entenda que na vida, confiar na segurança que será sempre estável, é o mesmo que alimentar uma ilusão. Sua vida começa a decair no exato momento em que você troca “humildade” por “orgulho”.

No final, todos nós somos como o orvalho que aparece em um dia de frio, mas com a mesma velocidade que aparece, também some. Nossa vida é assim e tudo acontece muito rápido, mas lembre-se que quando os aplausos forem embora e quando as noites frias chegarem, sua família estará lá …. ao seu lado e não vão te deixar sozinho!

Novo amor, novos planos e gostosas expectativas… Com tudo se transformando na sua vida, por uma coisa você não esperava: ter que lidar com os filhos dele(a).

Cuidar dos filhos do seu parceiro nos finais de semana já é uma tarefa desafiadora, mas conviver com eles a semana inteira é no mínimo – inusitado.

Aquele ditado que diz que o combinado não sai caro, é um pedido necessário para o casal que se em uma situação de recasamento. Antes de assumir qualquer relacionamento sério, é imprescindível que o casal sente para conversar sobre como irão manejar as diferenças. Esses acordos devem vir do coração, sem falsidade e devem ser claros, para haver aceitação mútua.

Quando há a entrada de uma outra companheira na vida do pai ou da mãe, é natural que a pessoa se sinta excluída, insegura ou julgada. Quando saem algum lugar, sentir-se fora de contexto é normal, mas só você pode contornar esses desconfortos.

Aqui vão algumas dicas sobre como devemos agir para lidar melhor com essas situações:

1 – Não tente ser uma segunda mãe. Você não tem este direito e cada um na família já tem o seu papel. Toda mulher tem um instinto de cuidar, mas assumir o papel de mãe precipitadamente só vai piorar a situação. O melhor a fazer, é tentar ser amiga.

2 – Não demonstre favoritismos. Se você também tem seus filhos, não seja mais dura com os filhos dele ou vice-versa. O mesmo acontece se você prefere o filho caçula dele, pois acha que ambos se dão melhor.

3 – Deixe as broncas e a parte da disciplina para o pai. Será difícil você ser aceita se tomar a posição daquela que dita as regras. Cada regra é diferente para cada família, mas a frase: “Vai escovar os dentes, menino!” não é muito indicada para quem quer se dar bem com as crianças. Fazendo isso, você corre o risco de ser a “mulher mala” do papai.

4 – Felizmente ou não, os filhos não são obrigados a gostar, mas devem respeitar a escolha do pai. Certamente que eles ficam chateados devido a separação, mas de uma forma ou de outra, todos devem colher as conseqüências de seus próprios atos.

5 – Seja compreensiva quando seu atual companheiro tiver que se encontrar com a ex mulher para resolver alguns assuntos. Afinal, eles já tiveram uma história juntos e você não tem o direito de intervir nessas situações.

6 – Quando cada um já tem seus próprios filhos, a forma de educa-los deve ser de forma que favoreça ambos os parceiros. Isso envolve uma decisão madura e depende de ambos cederem para ganhar.

Entendam que este período precisa de no mínimo dois anos para que todos se adaptem com a nova situação. Para isso, procure respeitar o espaço dos outros e de igual forma o seu, pois fazendo isso, as coisas ficarão mais harmônicas para todos os lados.

 

Lembro-me de uma aula que tive na primeira especialização, onde a professora dizia que os casais tinham que cuidar para não deixar a relação deles parecida com a de seus próprios pais. Com a prática clínica, comecei a lidar tanto com isso que percebi como era forte essa influência, pois a grande maioria repetia os mesmos padrões da família de origem, sem ao menos perceber. Isso se retratava nos momentos onde ambos brigavam e um dizia para o outro: “Você está igualzinho ao seu pai” e “Você é a cópia da sua mãe!”

Duas dúvidas me inquietavam a mente: Por que a maioria dos casais que viam os pais errarem, repetiam os mesmos atos negativos? E o mais importante: Como sair desse ciclo, de forma que todos os casais possam viver bem?

Um dia consegui me responder isso sozinha.

Um casal só consegue se dá realmente bem, quando eles não desempenham nem a relação dos sogros, nem de seus próprios pais, mas sim, deles mesmos. Isso parece muito simples, mas é incrivelmente profundo se você parar para analisar. Isso deve ocorrer independente dos modelos serem bons ou ruins.

Lembro-me de um dia quando me casei, houve na noite em que meu marido e eu sentamos na sala, pegamos um papel e separamos em duas partes: Em uma delas nós escrevemos quais coisas boas nos queríamos “manter” da nossa família e na outra escrevemos as coisas nós queríamos “fazer diferente” dos nossos pais. Cada um escreveu sobre suas próprias famílias e eu mal tinha noção o quanto aquilo foi bom para construção da nossa vida a dois.

Conforme o casal define isso, eles criam uma identidade própria da relação, o que os faz se afinarem ainda mais e se darem melhor, pois se programam a escrever suas próprias histórias e não ficam reféns do passado.

Quando casamos, levamos para a nova vida uma bagagem contendo todos os valores, medos, crenças e idéias que aprendemos. Ao juntar um ao outro, essas bagagens são misturadas e abertas, o que influenciará diretamente na vida do casal. Quando o casal consegue se desprender dos defeitos da relação conjugal dos pais, eles estão atestando sua maturidade emocional e escolhendo viver uma vida diferente daquela já vista, independente se foi um bom ou mal exemplo.

Isso significa que não é porque alguns filhos viram seus pais falarem mal um do outro ou brigarem na frente deles que vocês vão achar isso normal e fazer o mesmo. Do mesmo modo que não é porque os pais passaram por uma separação conjugal que os filhos precisam repetir a mesma história, bem como não é porque não se via os pais ficarem juntos um do outro, que a pessoa vai achar que isso é natural.

É inegável a influencia exercida por esses modelos, mas cabe a cada pessoa um exame interno para tentar não se autoboicotar e repetir episódios semelhantes. Ignorar fatos ruins não resolve o problema, mas perceber que ela existe e lutar contra a repetição é uma forma sábia de conduzir sua própria vida.

Se você está lendo esta matéria e percebe que ela não se aplica a você, pois teve bons exemplos, então sinta-se privilegiado por ter vindo de uma família estruturada e lembre-se que tudo o que você está mostrando a seus filhos é o que eles tenderão a repetir no futuro. Tenham consciência deste legado!

Mãe! Quando eu tinha sete anos, lembro que um dia você apagou todo meu caderno e me mandou refazer a tarefa de português. Não me recordo ao certo a reação que tive, mas lembro que aquela lição me ensinou a fazer tudo bem feito, dando o meu melhor em cada pequena coisa que eu me propusesse a fazer na vida.

Lembro das maneiras desmedidas de você fazer meu quarto ficar organizado e quando eu chegava do colégio e via uma placa em cima do meu tênis, escrito: “Me lave, por favor…Estou precisando respirar!” ou as centenas de folhas coladas no guarda-roupa, do tipo: “Olá! Eu preciso de atenção. Você pode me ajudar?”…

Quando eu era adolescente, houve um dia em que um colega da escola me chamou de gordinha e eu fiquei arrasada. Fui chorar para você e lembro que você não deu a solução das minhas dificuldades, mas incentivou que minhas forças fossem suficientes para que eu pudesse me superar sozinha.

Houve uma vez que você estava ganhando bastante dinheiro trabalhando fora e não entendi por quê você chegou em casa um dia e disse a todos nós: “Eu não vou mais trabalhar!” Eu te perguntei: “Mas por quê, mãe?” E você:

“É porque seu pai, você e suas irmãs são muito mais importantes do que qualquer outra coisa na minha vida.”

Anos atrás eu tive minhas três filhas e parece que seu valor se agigantou, pois, posso dizer que o amor que hoje dou, é aquele que um dia eu recebi.

Você me ensinou duas grandes verdades na vida:

1 – Uma delas é que eu sempre deveria respeitar e amar meu marido, pois ele seria a pessoa mais valiosa que Deus me daria, pois dali sairiam os filhos. Aprendi isto, vendo seu cuidado com o pai, em honra-lo e respeita-lo, cuidando para ninguém fizesse barulho em seu cochilo após o almoço. Você sempre o elogiava e não é a toa que ele baba em você até hoje.

2 – A outra verdade é da importância das palavras na vida dos filhos. Você sempre me fortaleceu com seus incentivos, nunca me protegeu em meus erros e sempre me encorajou a ir além – Ah… Você sempre dizia que eu poderia ir mais além.

Tudo bem! Confesso que até hoje eu lembro que você jogou fora as cartas que eu guardava com tanto carinho e ainda não consigo acreditar que você me dava ovo para levar de lanche da escola, mas tudo bem… ninguém é perfeito.

Só tenho algo a dizer:

Há muito de você e do pai dentro de mim. Obrigada por me amarem e acreditarem em mim!

Há tempos desejo escrever sobre “natais”.

Não a memória dos natais atuais, marcados por impressões mais frias, na vida de adultos racionais e sem brilho.

Desejo trazer a memória, lembranças de natais infantis… bolinhas coloridas nas árvores, uma família inteira atrás dos pratos que seriam preparados, crianças correndo pelos corredores, mães, avos e filhas interagindo, músicas gostosas tocando e lembranças antigas sendo relembradas…

Isso é um natal que não pode se perder.

O tempo passa e agora nós somos os protagonizadores. Ontem éramos expectadores cheios de expectativas para aquilo que íamos receber. Hoje somos artistas que criam com o desejo de dar…. dar ou devolver.

Devolver às crianças dessa geração, um pouco das lembranças que um dia nos deram.

Esperança, comunhão, unidade e… amor.

Salvo algumas brigas naturais de família, mas até isso nos trás saudades…

Aquela tia sem noção, o tio que extrapolava e até mesmo aquela pessoa que nunca ajudava….

Bem ou mal, felizes ou não, todos nós temos memórias… e a memória emocional que guardamos dos natais jamais devemos esquecer.

Que você nunca possa dizer: “Estou cansada(o) demais para fazer uma árvore com meus filhos!”… “Eu não sei cozinhar e não sei nem o que fazer nesse dia!”.

Assim como muitos não mediram esforços para nos alegrar nesses momentos quando éramos pequenos… que nós também, possamos nos esforçar para não limitar as lembranças das crianças que um dia crescerão e também formarão suas famílias.

Uma boa lembrança de natal, precisa de no mínimo, três gerações para serem memoráveis.

Que você não seja o primeiro a quebrar esse ciclo lindo de bons momentos!

Seus filhos precisam desse referencial para dar continuidade a esse tempo de laços familiares e de lembranças mágicas e únicas.

Que este natal seja a lembrança vívida de um natal infantil!

Na semana anterior, havíamos escrito que a raiva e a agressividade manifestada pelas crianças, nada mais são do que a forma que elas encontram de esconderem seus sentimentos de impotência em não conseguirem lidar com situações específicas. Vimos também que entre as atitudes mais eficazes para os pais lidarem com isso, é não se focarem no fato de descobrirem culpados em uma discussão de amiguinhos ou irmãos, mas sim, de entender os pontos de vista de cada pessoa envolvida. Vimos sobre a importância do ato de tocá-los de forma amorosa na hora crítica, sendo este, um dos fortes tranqüilizantes nas horas tensas.

Hoje falaremos sobre técnicas específicas que os pais podem acionar com os filhos, para desviar o clima de tensão no ar e saber transformá-los em momentos de distração.

Cabe antes ressaltar, que quando o adulto perde o controle com freqüência, isso pode estar passando a mensagem de que uma briga só termina quando outra briga começa. Se isso ocorre, significa que o adulto não está em condições de fazer mediações e o mais indicado a fazer é abrir o jogo dos próprios sentimentos, mesmo não justificando agir assim. Isso é fácil na teoria, mas difícil na prática. Porém, é o mais correto a fazer, pois brigas são coisas comuns da vida, DESDE QUE, não sejam feitas agressões físicas ou psicológicas.Vamos as estratégias:

– BRINCANDO DE BRIGAR. Você tem percebido que seu filho tem acessos constantes de raiva? Transforme a briga em algo lúdico e estabeleça a brincadeira de brincar de brigar. Isso se faz quando você desvia o motivo da raiva, inventando outra razão para discussão e pede que ambos possam inventar um motivo diferente e finjam que estão brigando por aquilo. (Ex: O filho só fica provocando o irmãozinho mais novo, porque só ele que pode usar as canetinhas para pintar. Você pede que eles inventem outro motivo de briga e fala que ambos tem quatro minutos para fingirem que estão brigando. Podem começar!

– TROCA DE PAPÉIS. Esta técnica auxilia-os a treinar a habilidade de empatia diante de uma situação ameaçadora. O adulto pede para que cada criança entre no lugar da outra e cada uma irá defender seu ponto de vista, sem o outro ironizar, desrespeitar ou diminuir os sentimentos pessoais.

– POÇÕES MÁGICAS: Toda criança gosta de se sentir com super-poderes e elas apresentam ótimos resultados quando isso acontece. A mãe deverá fazer um “teatro” para explicar que vai fazer uma poção mágica (suco de frutas, com raspas de limão, cereja e outros) e irá deixar em um lugar da geladeira para ela tomar todas as vezes que estiver precisando controlar suas emoções. Fazendo isso, você fará igual o espinafre do Popeye, ou seja, irá ativar sua força o que irá auxiliá-la. É importante salientar, no entanto, que a poção deve ser algo saudável, não chocolate, guloseimas ou bolachas.

– TÉCNICA DE REAÇÕES INVERSA DOS PAIS: Quando as crianças não fazem o que os pais pedem, os pais podem combinar de no dia seguinte não fazer o café, não deixar a mesa arrumada e se esconder do filho. Após o nível de tensão da criança ter aumentado, os pais aparecem e perguntam como a criança se sentiu quando viu que os pais não fizeram suas tarefas e seus combinados?

– TÉCNICA DO ESPELHO: Você começa a imitar o que a criança está fazendo. Se caso ela reclama em voz alta, coloca as mãos entre a cintura e faz cara feia reclamando, o adulto repete o mesmo comportamento, sem ser irônico(a). Isso é ótimo, pois eles percebem como se comportam diante dos fatos e que a birra não é uma forma inteligente de resolver um problema.

Todo mundo sabe que não é bom viver um clima pesado dentro de casa e pior ainda é quando o casal briga na frente dos filhos. Eu já falei isso em outras colunas, mas os pais não imaginam o estrago que fazem quando colocam seus próprios filhos envolvidos em seus conflitos pessoais. Há até aqueles que agem pedindo conselhos e outros ficam incansavelmente desfazendo da figura do(a) esposo(a), como se o filho fosse apenas um amigo com quem você estivesse contando uma briga.

Ocorre duas coisas quando os filhos se envolvem nos contextos das brigas conjugais: Uma delas é que o filho começa a se sentir a vontade de opinar sobre o que um deve ou não fazer (isso não é nada bom) e a outra atitude é que o filho começa a se sentir responsável pela felicidade dos pais, como se ele mesmo tivesse que salva-los dos desentendimentos e se ele não conseguir, começa pensar que ele é um fracassado.

Conseqüências desse mal? A pior de todas elas é que este filho crescerá com a idéia de querer salvar o mundo. Você pode me perguntar: Mas desde quando isso é um problema, Karine?

Eu lhe digo sem medo de errar, que o filho que se acostuma viver em ambientes familiares conflituosos, tende a se envolver afetivamente com uma pessoa que sempre terá motivos para brigar e/ou que precisará de cuidados emocionais. Um exemplo disso é quando há um pai dependente de álcool e uma filha que está sempre envolvida nessas confusões. Quando ela cresce, ela tem fortes tendências de se atrair por um “homem- problema”, que se duvidar também é dependente de álcool. Isso se justifica porque a filha cresceu tendo que corrigir, ajudar e aceitar o que o pai fazia e quando se torna adulta, ela sente necessidade de também ajudar, cuidar e aceitar uma outra pessoa problemática, pois aprendeu a conviver no meio do conflito.

Para esta criança, viver em clima harmonioso e pacífico é um pouco estranho e a pessoa não consegue se sentir a vontade. Sem perceber, ela mesmo acaba produzindo brigas, pois foi assim que ela foi criada. Alguns passam até a “achar chifre na cabeça do cavalo” com outras pessoas que convive, porque foi assim que ela foi acostumada a viver. Isso a afasta cada vez mais de se sentir feliz, pois terá sempre ao seu redor, pessoas que precisem ser dependentes delas.

Existe coisa pior do que você ver seus próprios filhos sendo escravos de algo que você mesmo causou? É por isso que briga de marido e mulher deve ficar dentro de quatro paredes. Há casais que buscam alternativas que não desrespeitem os filhos: Uns saem para conversar dentro do carro, outros vão para o quarto e se fecham e há terceiros que tentam falar baixinho para que os filhos não escutem a conversa.

Ressalto que não há nenhum mal dos filhos saberem que há dias onde o pai e a mãe não estarão bem um com o outro, mas quando isso se torna um padrão constante, aí sim, os pais estão favorecendo para que o filho ter problemas.

Muitos pais ainda dizem: “Mas nós já brigamos tantas vezes na frente deles, que agora é tarde para mudar.” Eu digo para você que jamais é tarde para desfazer um erro. Se você tem sequer “um pingo” de amor pelos seus filhos, tentará priva-los de viver em ambientes ácidos, porque problemas de casais não tem nada a ver com os filhos. Aprender separar o “feijão do arroz” é o mínimo que podemos fazer quando o assunto é amar e ter o respeito por eles.

Seguramente ter filhos gêmeos é uma habilidade que se cria conforme a convivência. Além da família ter um trabalho dobrado com as necessidades de cada um, muitos vão crescendo e sendo comparados em suas atitudes e comportamentos.

Há, no entanto, uma série de conselhos úteis para que a relação entre eles seja ainda melhor. É só ficar de olho nas dicas e entender o “X” da questão: “Cada um precisa ter seu próprio espaço, sua própria personalidade e dentro do possível, sua própria vida.”

Pesquisas sobre gêmeos apontam que a mesmas reações que os filhos tem no ventre da mãe, será o mesmo que desempenharão no decorrer da vida. Um filho que exerce domínio sobre o outro, por exemplo, é o mesmo que tenderá a ser lider. Aquele que é mais calminho, tende a se mostrar mais tranqüilo do que aquele que era mais agitado dentro e fora da barriga. Em casos onde há gêmeos de sexos diferentes, é comum a menina exercer um domínio maior sobre o menino, mas esses papéis podem ser invertidos em determinadas fases de vida.

Os pais que tem que lidar com filhos “duplos”, são treinados a incentivar a igualdade entre eles, mas não é bem por aí. Quanto mais diferenciado cada um for, mais respeitado eles se sentirão pelas suas diferenças e mais saudáveis emocionalmente tenderão a ser.

Fique atento a outras orientações:

  • De aos gêmeos nomes bem diferentes.
  • Faça-os usar roupas diferentes, com cores diversificadas.
  • Faça-os dormir sempre em camas separadas.
  • Em ocasiões de férias, faça-os ficar com pessoas e parentes diferentes e em ambientes onde cada um possa explorar suas próprias habilidades.
  • Evite dar a cada um o mesmo biscoito, o mesmo sorriso, o mesmo castigo. Cada um terá sua atenção e seu momento.
  • Em aniversários, procure fazer coisas individualizadas para cada um.
  • Se um dos pais viaja ou se ausenta e os filhos tiverem que ficar com parentes, procure deixar com diferentes pessoas e até respeite as preferências de cada filho.
  • O contato e o tempo podem ser divididos também. É bom eles saberem que nasceram do mesmo ventre como qualquer outro filho, mas cada um possui suas próprias características. É por isso que geralmente um é o oposto do outro.
  • É interessante os pais revezarem a atenção. O pai se ocupará de um e a mãe de outro e fazer rodízio disso, é igualmente necessário. Saliento, porém, que sempre é útil e importante conservar os programas em família.

Baseados nessas orientações, percebe-se o quão importante significa cada um ser diferenciado do outro. Isso ajuda a nenhum se sentir ofuscado pelo brilho do irmão, para que a auto estima deles seja sempre conservada.

Não é fácil quando nos deparamos com as frustrações.  Sem dúvida, em algum momento de sua vida, você já se sentiu desmotivado. Seja no lado afetivo, no seu papel como pai/mãe, como profissional ou até naquela dieta que você já iniciou pela nonagésima vez. Há momentos onde a vida parece andar em “slow motion” e nessas horas, parece que nem força temos para prosseguir, mas é aí que devemos parar tudo o que está ao nosso redor e dizer “calma”, “eu preciso ter paciência com as situações”.

Quando sonhamos com algo ou projetamos expectativas que acabam não dando certo, é comum as desvantagens superar as vantagens de continuar lutando. Nessas horas, o sentimento mais predominante é a rebeldia e o ressentimento. Afinal, foram tantas buscas de solução, que não tem algo pior do que a sensação de não ter vencido.

Ruim mesmo é quando nos deixamos dominar pelas decepções. Tristezas e reviravoltas todos nós sabemos que iremos e temos que enfrentar, mas quando elas acontecem de fato, aí tudo parece um teste para saber como nós lidamos com as adversidades. Esse teste é ainda mais forte quando ocorre algo que está fora do seu controle, ou seja, quando algo está na mão de algo ou de outra pessoa para resolver e você não pode fazer nada.

Qual foi a última vez que se sentiu derrubado por algum acontecimento? E como foi que você reagiu, quando tudo deu certo? Pois é, nós temos memória curta para as vitórias que já conseguimos superar. Se você se lembrou de qual foi sua última decepção, perceberá que de uma forma incrivelmente mágica, você conseguiu vencer, sem ao menos perceber. Talvez foram coisas que hoje você nem considere tão importante, mas você conseguiu e isso que é importante. Muitos não se lembram como foi difícil dar um laço no cadarço do tênis e hoje é uma tarefa tão simples que nem damos valor.

Muitos se perguntam: “Por que comigo?”, mas eu te pergunto: “Por que não com você? Porque você acha que as decepções não podem acontecer com você?” Os obstáculos nos aperfeiçoam.

As coisas não saíram conforme o planejado? Paciência.

Me esforcei de todas as maneiras e não consegui o que queria? Paciência.

Estou me sentindo impotente? Paciência, apenas tenha paciência. Não gostamos que as coisas sejam assim, mas não tenho outra escolha a não ser aceitar o ocorrido e seguir em frente.

Prestou atenção no que leu? Está escrito: “Aceitar” e “Seguir em frente”. “Aceitar” porque diante de uma frustração, não há muito o que fazer a não ser se conformar com o ocorrido, pois sua indignação não irá mudar o resultado das coisas e “seguir em frente” deve ser seu novo foco, pois ficar remoendo o que já passou só deixará as coisas piores ainda. Seguir em frente, esquecer o passado e recomeçar, continua sendo a escolha mais inteligente que você pode fazer. Todas as situações são temporárias!

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