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Não fale mal do ex aos filhos

 

Karine Rizzardi

 

“Seu pai nem sabe o que acontece nessa casa!”

“Sua mãe que é culpada por vocês terem aprontado!”

“Eu não agüento mais teu pai. Ele nunca vai mudar, mesmo!”

“Tua mãe é insuportável!”

Imagine se o feitiço virasse contra o feiticeiro e tudo o que você falou de seu(sua) esposo(a) virasse contra você? Como você reagiria se ouvisse seus filhos lhe desqualificando perante aos amigos ou para seu próprio (ex) cônjuge?

Em famílias de pessoas casadas ou divorciadas, não é difícil encontrar lares que se encaixam nesse padrão. Curiosamente, muitos pais não têm maturidade emocional para diferenciar o que é uma “briga de casal” de uma “briga familiar”. São duas situações distintas que, no momento da raiva, são desconsideradas para usarem os filhos como arma dentro da própria relação, intoxicando todo sistema familiar.

Não é novidade para ninguém, o fato de que é preciso preservar os filhos de desconfortos conjugais, mas quando essa regra não é seguida, o pai ou a mãe acusador(a) pode entrar em uma armadilha de ver seu próprio nome sendo comprometido no futuro. Obviamente que não é necessário inventar um mundo de fantasias onde tudo é perfeito, até porque, os filhos são muito ligeiros em perceber quando a relação dos dois não vai bem, mas atitudes como criticar, desfazer e/ou desqualificar o(a) parceiro(a), atinge diretamente aos filhos porque atinge a identidade deles. Aquele que critica precisa rever suas motivações, pois visa “beneficiar” a si mesmo esquecendo-se que maturidade emocional significa fazer o que é melhor para a “relação” e não aquilo que é melhor para “si”.

Muitos pais podem pensar: “Mas tudo o que eu falo é verdade mesmo! Os fatos não negam!” Eu diria a você, que fazer isso não lhe dá o direito de reforçar ainda mais a negligência da própria pessoa que você escolheu para ter filhos.

Como tudo no mundo é passageiro, hoje seus filhos podem estar ao seu favor, mas em geral, filhos são leais a cada um dos pais, mesmo não aparentando e o fato de ficarem ao seu lado hoje, não significa que ficarão do seu lado amanhã, pois como ocorrem mudanças no ciclo de vida familiar, é esperado que ocorra afastamento e proximidade em diferentes situações da vida, como a entrada da adolescência e o início da fase adulta. Por isso, não se iluda!

Querida mãe! Querido pai! Tenham postura e apresentem uma conduta refinada ao agirem. Não se submetam a entrar em jogos de argumentos ou competição, pois suas atitudes falam muito mais alto que suas palavras.

Jamais se arrependa de fazer o que é certo e mesmo que o próprio cônjuge ou ex fale de você, mantenha-se com atitudes que jamais desqualifiquem a pessoa que você é. Carl Jung, psicólogo, dizia uma frase que gosto muito: “O que você é fala tão alto, que ninguém escuta o que você diz.”

A autora é psicóloga especialista em casais e família

(45) 3224-4365

drakarinerizzardi@gmail.com

Motivos que induzem a traição.

 

Karine Rizzardi

 

Que fatores podem influenciar com que alguém inicie uma relação extraconjugal durante o período avançado do casamento? O período de meia-idade é uma fase longa e complexa do ciclo vital de um casal e é durante essa fase que os cônjuges começam a adquirir mais liberdade para explorar as próprias necessidades pessoais, evidenciando a necessidade de retomar o foco, rever e reorganizar o relacionamento. Mesmo que esta fase já represente desafios, muitos casais ainda têm que lidar com o estresse extra de descobrir a infidelidade de um dos cônjuges. Para isso, vamos entender alguns fatores de contribuem para o surgimento de uma relação extraconjugal, antes mesmo de o cônjuge pensar em trair e da relação entrar em crise. Se a infidelidade não bateu a sua porta, fique atento a esses fatores para que você possa se prevenir para não cair nessa armadilha:

* EVITAR A INTIMIDADE, PROVOCA UM DISTANCIAMENTO EMOCIONAL: Evitar a intimidade pode ser um projeto de ambos os cônjuges desde o início do relacionamento, não só no período anterior a infidelidade. Em muitos casos, esse distanciamento pode desenvolver-se também com o passar dos anos, a fim de evitar frustrações pela incapacidade de partilhar sentimentos íntimos e problemas. Chega um ponto em que ambos decidem (consciente ou inconscientemente), não se envolver intimamente na vida emocional do outro (dentro ou fora de casa), desistindo de ter curiosidade por seus interesses, que vai dando abertura para ocorrer o afastamento emocional. Tudo isso leva a uma ausência de oportunidade para experiências emocionais e sexuais do casal, gerando conseqüentemente o ardente desejo por novas aventuras.

* EVITAR OS CONFLITOS LEVA AO AFASTAMENTO: Casais nesse padrão fazem tanto esforço para realizar tentativas de resolução dos problemas e não conseguem, que passam ao real desejo de evitar conflitos e brigas para não desgastar ainda mais o relacionamento. Modela-se então, uma paz e uma estabilidade aparente que deixam o casal com uma sensação de relaxamento e com uma confiança que não tem base sólida. Nesses casos, muitos cônjuges vêem o outro com uma parte inseparável da sua própria identidade e existência, considerando intolerável qualquer tipo de conflito e esses problemas vão sendo mantidos escondidos ou mal resolvidos, que se não forem realmente esclarecidos e negociados, tenderão a brotar o desejo de trair em um dos parceiros.

* ANOS DE CONFLITOS ABERTOS E NÃO RESOLVIDOS: Esse fator é o mais importante sobre o tema descrito, pois a incapacidade de se envolver em interações eficazes e criativas para resolver os problemas, abre o campo da insatisfação, onde muitas necessidades pessoais e relacionais acabam em frustração e em amargura que cada vez fica maior na vida do casal. Nesses casos, faz-se urgente o uso da terapia de casal para procurar curar feridas do relacionamento, pois isso impede veementemente o casal de prosseguir com a relação e com a intimidade afetiva.

* ANOS DE RELAÇÕES SEXUAIS INSATISFATÓRIAS OU AUSENTES: Entre os problemas conjugais mais mencionados, os principais são a falta de paixão, falta de desejo e de atração pelo outro, bem como a disfunção sexual (impotência ou ejaculação precoce). Além desses, muitos também reclamam do uso do sexo como forma de poder, falta de sensibilidade na cama e uma dificuldade antiga de exprimir fisicamente o próprio amor e afeto. Quando isso acontece, um ou ambos os cônjuges evitam ou renunciam tratar os problemas conjugais de modo eficaz e aberto, favorecendo assim, o encontro com outrem.

Como você observou, todos esses fatores são importantes para se evitar uma relação extraconjugal, que no fundo é uma “tentativa de solução” (de um problema individual ou do casal), mesmo que ineficaz. É por essas e outras razões, que faz-nos pensar que evitar problemas não significa resolvê-los, pois o casal poderá criar muitos outros mais graves, e você não vai querer passar por isso, vai?

A autora é psicóloga especialista em casais e família

(45) 3224-4365

drakarinerizzardi@gmail.com

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