equilíbrio

Você sabia que costumamos ter três tipos de vozes na nossa cabeça? Não quer dizer que somos esquizofrênicos, mas se formos nos pautar nos dados do livro “Por que escolhi você”, de Sthephen Biddulph, vamos conseguir entender melhor como cada idéia se processa na nossa mente.

Quando você olhar a sobremesa de um jantar, ouça seus próprios pensamentos:

1 – “Quero aquela torta de chocolate, e quero agora!”;

2 – “É, mas se eu comer essa torta vai engordar uma tonelada” ou;

3 -“Ora, vamos usar o bom senso. Um pedacinho só não vai fazer diferença”.

Quem são essas vozes? A qual delas você deve dar ouvidos? De onde elas vêm? Um sistema simples, criado pelo renomado psiquiatra Eric Berne, explica porque temos tantos conflitos internos. Ele descobriu três principais “departamentos” da personalidade dentro de cada pessoa: A Criança, o Pai/Mãe e o Adulto.

A CRIANCA: O seu departamento Criança pode ser bonito e inocente, ou, ás vezes, irritante e pueril. A criança é direta, honesta e fala com o coração, embora também possa ser mesquinha, imatura ou rebelde – exatamente como uma criança de verdade.

A sua criança interior fala assim: “Só quero fazer o que tenho vontade e quero fugir de tudo o que me causa desconforto”.

O PAI/ MÃE: A segunda parte da sua personalidade é adquirida quando você esta crescendo, por meio da memória das células de seu cérebro que, literalmente, gravam as vozes dos adultos ao seu redor.

Todas as mensagens – algumas positivas, outras destrutivas -, ficam matraqueando em seu cérebro pelo resto da sua vida, se você permitir. Como um cd que fosse a coleção “Os Maiores Sucesso de Mamãe e Papai ”, elas formam o seu Pai ou Mãe interior. Felizmente, é possível atualizar a coleção; o truque é saber o que está lá gera um intenso conflito interno.

Exemplos, como: “Você já deveria entender isso.”, “Meninos não choram.” ou “ Você já não é mais criança para fazer esse tipo de coisa.” São apenas umas frases que definem esse tipo de voz.

O ADULTO: Uma vez que esteja equipado com todas as três “vozes”, a pessoa pode começar a atuar de maneira cada vez mais madura. O que deseja vem da sua “criança”; o que deve fazer vem do seu “Pai/Mãe” e o que é sensato e promissor vem do seu “Adulto”, sendo que tudo pode ser equilibrado.

Agora, imagine analisar a comunicação entre casais. Será que o Pai/Mãe de seu parceiro irá fazer um sermão para sua criança? O problema surge quando ficamos presos em uma ou duas partes e não utilizamos os três “departamentos”. Esse equilíbrio afeta todos os nossos relacionamentos, principalmente a vida conjugal.

Por esta razão, vale a pena focar sempre na coerência, pois fazendo isso, nos protegemos contra a insensatez!

Centrar a sua vida nos filhos não é bom e tudo mundo sabe. No entanto, as necessidades pessoais deles são tantas, que é muito fácil se deixar levar por esse envolvimento. Quando os pais menos percebem, se veem engolfados de forma quase total na atividade dos filhos e se esquecem deles como casal.

Se você percebe que tem estado afastado de seu cônjuge e ambos tem se envolvido exclusivamente com o trabalho ou só com os filhos, eis aqui algumas idéias que poderão ajuda-lo a manter o equilíbrio:

* Cultive a hora do sofá:

Ao terminar um dia de trabalho, arrumem 15 minutos para sentar no sofá. Isso deve acontecer quando as crianças estão acordadas e não só depois delas terem ido dormir. Explique a elas que interrupções desnecessárias não serão admitidas, porque é um momento especial da mãe e do pai ficarem juntos. “O papai vai ficar com a mamãe e depois brincará com você”.

Esse momento no sofá é a expressão visível da união entre o pai e a mãe e reforça o sentimento de segurança na criança. Isso a previne de ansiedades gerais e satisfaz suas necessidades interna. Sem contar que esse pequeno tempo no sofá gera uma oportunidade para o casal se curtir e ficar mais um com o outro. Igualmente eficaz com essa sugestão, estão o tempo em que o casal conversa, enquanto um termina a janta. Atitudes como essa, demonstram proximidade.

         * A vida não pára quando há filhos:

As pessoas estão acreditando tanto que filhos travam a vida e essa é a maior mentira que podemos cair. Sua vida pode desacelerar em alguns aspectos, mas não deixa de existir por isso, pois afinal, eles são verdadeiros presentes que demonstram o amor entre o casal.

Defendo inclusive, a idéia de que os filhos nos salvam de nos enterrarmos ainda mais nesse rotina estressante, pois o tempo com eles, significa alívio de todas as tensões externas.

* Namore mais:

Se vocês tinham hábitos de sair quando eram namorados, então, ao menos uma vez por semana/mês o casal precisa tirar para estarem a sós. Isso é sério e importante, mas não deve ficar só na teoria e nem se cumprir algumas semanas e depois deixar com que tudo volte como antes. Se o casal não tinha esse hábito antes, então é hora de criar. Se o esposo traz bala para os filhos, pode lembrar de trazer um bombom para a esposa. Alimentar a relação fará falta no futuro.

Mais importante do que desenvolver estratégias, é trabalhar na manutenção da relação:

Você não precisa passar por uma crise afetiva para lembrar que o relacionamento precisa de “água”. Tão importante quanto foi a conquista de seu(sua) amado(a), igualmente sábio é quem investe na boa manutenção dessa relação.

Grave essas orientações e não espere a crise chegar para mudar de atitude. Com planejamento e organização, tudo tende a se adequar. É só priorizar.

É comum as pessoas exaltarem somente a importância da mãe na educação dos filhos, mas hoje você irá saber qual é a real diferença que um pai faz na vida dos mesmos. O envolvimento do pai propicia o desenvolvimento de competências diferentes no cérebro das crianças, sobretudo na área das relações sociais.

Segundo as teorias feitas por John Gottman, sustenta-se que toda criança precisa realmente de um pai, mas nem todo pai serve. O verdadeiro pai é aquele que é um preparador emocional, ou seja, aquele que está emocionalmente presente, capaz de confortar a criança quando está triste, que não é excessivamente crítico e emocionalmente frio, mas que está por dentro do dia da criança, sabendo os nomes de amigos, do que eles brincaram e como foi ter ido mal na prova da escola.

Me aprofundei nas pesquisas científicas sobre a importância da figura paterna e veja só o que descobri:

– Os pais podem influenciar os filhos de uma maneira que as mães não conseguem, especialmente no que diz respeito ao relacionamento da criança com os colegas e seu desempenho na escola.

– Pesquisas indicam, por exemplo, que meninos com pais ausentes tem mais dificuldade de encontrar equilíbrio entre a afirmação da masculinidade e o autocontrole.

Consequentemente, eles tem mais dificuldade de aprender a se controlar e a lidar com as frustrações, sendo essas, características que adquirem importância cada vez maior a medida que a criança cresce.

– As meninas cujos pais são presentes e interessados, são menos propensas a cair precocemente na promiscuidade sexual e mais propensas a estabelecer relacionamentos saudáveis com os homens quando se tornam adultas.

– As crianças cujos pais tinham dado mais carinho, tinham relacionamentos sociais melhores.

– Os bebês de cinco meses do sexo masculino que tinham contato com os pais, estranhavam menos as pessoas e eram bebês que se atiravam mais no colo de pessoas estranhas do que aqueles cujos pais não eram tão envolvidos. Esses bebês quando tinham um ano, perceberam que choravam menos quando deixados com um estranho.

– Constataram que as crianças de três a quatro anos, onde os pais brincavam em sessões de vinte minutos por dia e nas brincadeiras havia contato físico, os filhos eram mais populares com os colegas. Esse mesmo estudo comprovou algo curioso e significativo: Esse mesmo índice de popularidade era baixíssimo naqueles filhos cujos pais eram autoritários e críticos nas brincadeiras, pois eram crianças que tinham medo de se expor ao colegas, por acharem que iriam analisar seus defeitos.

– As crianças que foram humilhadas pelos pais costumam ser mais difíceis. Acabam sendo mais agressivas com os amigos e geralmente são os que se saem pior na escola, com alguns sinalizadores de violência e delinqüência.

– A interação mãe/filho também é importante, mas verificaram surpreendentemente que comparada com a relação do pai, o contato com a mãe não fazia prever com tanta certeza o sucesso ou o fracasso da criança na escola e com os amigos. Agora que você já sabe disso, use, abuse e explore essas informações!

X