drogas

Seu filho já está na idade de começar a sair para as festinhas e junto com eles, estão todas suas vontades. Os pais já seguraram o bastante e chegou um momento que não adianta mais fingir que eles ainda tem sete anos de idade.

Você passou a semana toda correndo, levando e trazendo os filhos de inglês, colégio, casa de amigos, aula de computação e tudo o que você mais deseja no fim de semana é ficar em casa. É aí, que aquela voz desafinada de adolescente, chega para você, e:

– Mãe, tem festa na casa do Tiago. Você me leva? Eu nem preciso falar que você não quer nem levantar do sofá, mas entre buscar ou levar, convenhamos que levá-los é muito mais cômodo.

Como esse mundo não tem nos deixado seguros a respeito dos filhos, não se poupe de fazer os dois trabalhos. Levá-los é importante, porque você irá mapear o ambiente onde ele ficará nas horas posteriores, mas faça questão de buscar seu filho nas festas, pois é no caminho de volta que você vai observar o estado em que ele se encontra.

É sempre bom perceber se ele mudou de comportamento de forma significativa. Talvez ele está agitado, muito sonolento ou falante demais para quem convive com ele. A Observar seus olhos então, nem se fala: Olhos vermelhos, pupila dilatada ou colírio? Pode ser sinal de uso de alguma substância, como drogas.

Se constatar que ele bebeu além da conta, não adianta nada fazer escândalo no carro. Deixe para conversar no outro dia e se possível, deixe que ele se vire. Se tiver mal do estômago, evite de fazer chás ou coisas assim, para não manter seu comportamento…se ele vomitar, faça-o limpar.

Ah! Me lembrei de outro detalhe: Aquela velha história de colocá-lo no chuveiro, com água gelada, não funciona para curar a bebedeira. Isso é um mito e o máximo que pode acontecer é ele pegar uma gripe.

Obviamente que há casos mais graves, de um desmaio ou intoxicação do álcool, que precisam ser levados ao pronto socorro, mas voltemos aos casos mais corriqueiros.

No dia seguinte, converse com ele sobre o ocorrido e estabeleça combinações claras. Caso ele vá para a próxima festa e se comporte adequadamente, ressalte que sua confiança está sendo reestabelecida, mas ele terá que provar com as atitudes dele, sobre como irá administrar sua liberdade. Mesmo que há pais que não ligam do filho exagerar na dose, é bom se rever, pois com essa idade, bebida nunca deve ser vista como algo natural. Quanto mais os filhos poderem adiar o uso do álcool, melhor.

Agora, se você viu que ele além de repetir os goles da bebida, também repetiu a dose da bebedeira, saliente que ele mesmo está te dando sinais que ele ainda não tem maturidade para ir a festas sozinho. Diga que você o ama, mas que ele precisa de um tempo para ficar mais maduro e mais responsável, que sua chance de sair novamente será adiada.

Eu preciso ressaltar que é claro que ele vai ficar bravo? Acho que não, né! Ainda mais que nessa fase eles amam utilizar os outros amigos como exemplo, pois todos eles podem sair, menos ele.

E se você der uma lição de moral e dizer que ele não tem que reclamar, porque no seu tempo, você não podia nem sair de casa sozinho(a), aí sim que não adiantará nada sua fala. Como você mesmo disse, seu tempo foi seu tempo. Hoje as necessidades e rotinas são extremamente diferentes.

Quando o filho sabe que a combinação será cumprida e que dependerá dele ter boas condutas, aí sim, pode facilitar que os acordos sejam satisfatórios, tanto para os pais, quanto para os filhos. Boa Sorte!

O que uma família sem problemas com drogas tem de diferente?

 

Karine Rizzardi

 

Muito se fala sobre o que leva uma pessoa a entrar no mundo das drogas, mas pouco se fala sobre os fatores familiares que evitam a pessoa de se influenciar por esse caminho autodestrutivo.

Uma tese realizada pelo Dr. Todd, idealizador de uma clínica de recuperação de dependentes químicos nos EUA, chamou-me atenção e eu gostaria de compartilhar com você. Ele estudou a respeito de qual diferença entre uma família com registro de drogas e outras que não tinham esses problemas.

Foi lendo os resultados, percebi que o que mais impressionou nas conclusões era o conjunto de respostas simples baseado em coisas que todos sabem, mas poucos executam. Observe você, algumas delas:

  • Os filhos que não tem problemas de drogas percebem mais o amor dos pais, principalmente do pai.
  • Os pais mantêm uma boa relação com os amigos dos filhos.
  • Maior capacidade da família de planejar e de se divertir juntos.
  • Maior ênfase no controle sobre a disciplina e o controle, com menos permissividade e liberdade.
  • Maior comunicação e respeito na auto-expressão de um para com o outro.
  • Ênfase na união da família.
  • As famílias funcionam mais democraticamente e sempre com a autoridade compartilhada dos pais.
  • Existe um acordo mais espontâneo para a solução dos problemas.
  • Os pais possuem uma maior capacidade de preparar os filhos para a vida adulta.
  • A família possui maior condição de tirar proveito das circunstâncias existentes e a não enfatizam as frustrações ou frisam constantemente os erros dos filhos.

Para você pai/mãe, que tem essa preocupação, talvez este seja um alerta para que possa executar esses exemplos de comportamentos. Caso você faça parte de um lar onde todos os membros têm vidas muito desligadas um do outro, sem ênfase na união familiar, quando a figura de pai é ausente, quando vocês nunca passam tempo juntos na semana, a não ser que fosse para discutir ou quando um filho manda mais do que um dos pais dentro de casa, então é hora de remontar alguns planejamentos familiares, antes que apareçam notícias desagradáveis como a concretização desse medo.

Fico feliz de poder estar informando isso a vocês, pois é possível que esse problema possa ser evitado antes que a droga se instale. Com isso, talvez seja bom descrever a diferença entre uso, abuso e dependência.

Quando digo: “Hoje vou tomar um trago para relaxar”, estou apenas fazendo uso.

Quando digo: “Hoje, como quase todos os dias, tomo um trago para relaxar”, isso é abuso, mas quando digo: “Se eu não tomar um trago eu não relaxo”, isso já é dependência.

 

A autora é psicóloga especialista de casais e família

(45) 3224-4365

drakarinerizzardi@gmail.com

 

Será que meu filho está usando drogas?

Karine Rizzardi

Agressividade, prepotência, impulsividade, intolerância, onipotência, isolamento, não se preocupar com as responsabilidades da vida presente, são apenas alguns exemplos dos comportamentos que seu filho pode ter, quando os pais estão a caminho de descobrir se o filho está ou não usando drogas. Quando o uso começa a se tornar freqüente, geralmente eles desenvolvem a tendência de voltar-se para si mesmos, evitando todo tipo de confronto da realidade. Apresentam igualmente, falta de iniciativa, incertezas e descaso sobre os compromissos de rotina.

O que acontece com a estrutura familiar, antes de descobrir sobre o consumo de drogas (cigarro, álcool, maconha, cocaína, crack, doce, bala, drogas sintéticas e outras)?

A primeira característica que a família começa desenvolver para se proteger da dor e do sofrimento da descoberta, é esconder o problema. Com o agravamento do dependente, o mesmo começa a se isolar e o filho fica órfão de pais vivos, ou seja, como eles não querem sofrer com o choque da comprovação do fato, eles mesmos passam a desconsiderar os sinais que o filho está deixando referente ao uso, restringindo muito a comunicação. Outro perfil característico é perceber que  o certo e o errado se torna uma verdadeira confusão, pois passa-se a utilizar muitos extremos (Não deixar sair de casa quando acha que o filho está fazendo uso dos tóxicos e quando acha que o dependente já está curado, libera tudo).

Quando a família e o dependente já estão em recuperação, ambos mostram mais respeito e disciplina e quanto ao que os pais devem fazer e nesses casos, é importante salientar alguns tópicos:

O primeiro sentimento que deve ser evitado é o da culpa, além disso ser coisa do passado, não vai auxiliar o problema. O foco agora é se concentrar nas armas que a família tem para combater males piores. Não adianta, porém, o trabalho de “cura” com o dependente, sem estar associado com um trabalho com a família, pois se a família não se ajusta, é alto o índice da recaída da droga. O dependente precisa saber que jamais estará curado, mas sim, em recuperação, visando vencer os obstáculos a cada dia, para o resto de sua vida.

Por pior que seja a dor da descoberta, pior ainda é a conseqüência dos pais ficarem calados diante da situação, o que acarretará em usos cada vez mais freqüentes. É preciso saber que nessa hora, o apoio mútuo é mais eficaz do que a mútua acusação.

Na condição de pais, os mesmos tem todo direito de recusar solicitações do dependente sem se sentirem egoístas. Podem sim, sentir expressar a raiva, pedir carinho e ajuda, dizer “Não sei”, “Não concordo” e “Não compreendo”. Os pais devem e podem exigir que suas necessidades sejam satisfeitas, principalmente com relação ao respeito.

Aprenda a identificar os sinais, pois estes são sinalizadores significativos: A agressividade do filho,  deve ser vista como um pedido de ajuda, a falta do comprometimento, retrata o medo de enfrentar as mudanças das novas responsabilidades e o fato de achar que não tem problemas, isso nada mais é, do que uma forma de fugir dos próprios sentimentos.

A autora é psicóloga especialista de casais e família

(45) 3224-4365

drakarinerizzardi@gmail.com

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