O que uma família sem problemas com drogas tem de diferente?
Karine Rizzardi
Muito se fala sobre o que leva uma pessoa a entrar no mundo das drogas, mas pouco se fala sobre os fatores familiares que evitam a pessoa de se influenciar por esse caminho autodestrutivo.
Uma tese realizada pelo Dr. Todd, idealizador de uma clínica de recuperação de dependentes químicos nos EUA, chamou-me atenção e eu gostaria de compartilhar com você. Ele estudou a respeito de qual diferença entre uma família com registro de drogas e outras que não tinham esses problemas.
Foi lendo os resultados, percebi que o que mais impressionou nas conclusões era o conjunto de respostas simples baseado em coisas que todos sabem, mas poucos executam. Observe você, algumas delas:
- Os filhos que não tem problemas de drogas percebem mais o amor dos pais, principalmente do pai.
- Os pais mantêm uma boa relação com os amigos dos filhos.
- Maior capacidade da família de planejar e de se divertir juntos.
- Maior ênfase no controle sobre a disciplina e o controle, com menos permissividade e liberdade.
- Maior comunicação e respeito na auto-expressão de um para com o outro.
- Ênfase na união da família.
- As famílias funcionam mais democraticamente e sempre com a autoridade compartilhada dos pais.
- Existe um acordo mais espontâneo para a solução dos problemas.
- Os pais possuem uma maior capacidade de preparar os filhos para a vida adulta.
- A família possui maior condição de tirar proveito das circunstâncias existentes e a não enfatizam as frustrações ou frisam constantemente os erros dos filhos.
Para você pai/mãe, que tem essa preocupação, talvez este seja um alerta para que possa executar esses exemplos de comportamentos. Caso você faça parte de um lar onde todos os membros têm vidas muito desligadas um do outro, sem ênfase na união familiar, quando a figura de pai é ausente, quando vocês nunca passam tempo juntos na semana, a não ser que fosse para discutir ou quando um filho manda mais do que um dos pais dentro de casa, então é hora de remontar alguns planejamentos familiares, antes que apareçam notícias desagradáveis como a concretização desse medo.
Fico feliz de poder estar informando isso a vocês, pois é possível que esse problema possa ser evitado antes que a droga se instale. Com isso, talvez seja bom descrever a diferença entre uso, abuso e dependência.
Quando digo: “Hoje vou tomar um trago para relaxar”, estou apenas fazendo uso.
Quando digo: “Hoje, como quase todos os dias, tomo um trago para relaxar”, isso é abuso, mas quando digo: “Se eu não tomar um trago eu não relaxo”, isso já é dependência.
A autora é psicóloga especialista de casais e família
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