crianças

Precisamos ficar atentos as características dos filhos, pois eles nos ensinam coisas que precisamos aprender ou a voltar a praticar em determinado momento de nossas vidas. A idade que cada filho tem, retrata a necessidade especial que devemos praticar.

Lembro-me de uma vez que nossa terceira filha tinha feito 11 meses. Ao final daquele ano fomos à praia e notamos que ela ficava horas olhando o comportamento de uma borboletinha e aquilo parecia mágico para ela. Nós tivemos um momento em família tão precioso que pulávamos ondas, brincamos na areia e nossa neném ria que parecia que ia explodir de tanta felicidade. Por hora, me toquei que a quase dez anos eu não entrava mais no mar para não melecar o bronzeador ou estragar o cabelo… quanta bobagem.  Fiquei pensando que filhos bebês vêm nos dar indicativos que estamos tão corridos no nosso dia a dia, que precisamos parar para contemplar as coisas “simples” da vida como o entardecer do sol ou a mudança da lua. Eles nos ajudam a ver que a vida profissional é importante, mas que nada se compara com o fato de aproveitar o núcleo familiar – sair comer milho verde de chinelo e olhar aqueles olhinhos curiosos em conhecer tudo e nós do contrário, já temos nossas verdades e deixamos de lado esse “olhar de aprendiz” em aprender com as coisas da vida.

Crianças pequenas, de igual forma, nos ensinam aproveitar melhor a vida e não só ficar atrás do sustento do lar ou coisas do gênero. Aqueles pais com filhos de mais de três anos, devem estar atentos a perceber a beleza em descansar após um longo dia de trabalho e poder ter seus momentos de lazer, assim como eles. As crianças em geral, se respeitam quando estão com sono e nós não deixamos nos entregar a ele, pois parece que não podemos. Além disso, filhos ainda crianças se contentam com coisas simples e isso é uma grande lição para nós que queremos sempre mais, que enquanto não alcançarmos tal e tal objetivo, não sossegaremos. Que lendo engano! As crianças podem até ter brigado com o irmãozinho e chorado porque deu problema na escola, mas quando vão à feirinha eles olham o pula-pula e ficam enlouquecidos. O que será que isso quer nos ensinar? Consegue perceber por quê eles são nossos professores?

Filhos adolescentes, é outro exemplo, pois estão em um momento da vida em que estão cheios de sonhos e lotados de amigos. Essa fase geralmente os pais já estão “ligados no automático”, repetindo as mesmas coisas e fazendo tudo igual. É hora dos adultos e se voltarem mais para os amigos (iguais a eles), refazer seus próprios sonhos que ficaram de lado enquanto se educavam os filhos. Isso é igualmente importante, mas nós temos sonhos pessoais que não podem se apagar.  

Por fim, os filhos se casam e já são adultos. Com isso, se voltam para si mesmos e em escrever suas próprias histórias. Os pais também devem se voltar para isso e pensar que coisas podem fazer por si mesmos para curtir, viajar, usufruir de tudo o que foi construído. Quem não está contente, tem a chance de se reformular e continuar a caminhada em busca da reconstrução. E nessa hora, aparecem os netos, e aí….. aí sim, nós viramos crianças outra vez.

Curiosa a vida, não! Não há nada que ocorra sem propósitos maiores!

Gosto de um teórico chamado Dobson, que estudou por longos anos, os comportamentos de 35.000 crianças para explicar porque algumas são geniosas e outras não. De forma objetiva, eis um resumo da quantidade de informações que foram apresentadas pelos pais acompanhados:

1 – O autor cita o exemplo de que a criança geniosa precisa ser disciplinada constantemente e é sujeitada a uma porção de ameaças e sermões, enquanto o seu irmão angelical, o “lindinho da mamãe”, lustra a auréola e se refestela na aprovação dos pais.

2 – A maioria dos pais sabe que tem um filho genioso logo cedo. Um terço identifica essa característica logo após o nascimento. Dois terços descobrem antes do primeiro aniversário e 92% têm certeza absoluta antes do terceiro aniversário. Pais de filhos dóceis identificam essas características ainda mais cedo.

3 – O temperamento das crianças tende a refletir o temperamento dos pais. Apesar de haver muitas exceções, a probabilidade de dois pais geniosos terem um filho genioso é maior, sendo que se aplica igualmente ao temperamento dócil.

4 – Pais de crianças geniosas podem esperar conflitos intensos durante a adolescência, mesmo que tenham educado seus filhos adequadamente. Cerca de 74% das crianças geniosas se rebelam significativamente durante a adolescência. Quanto mais fraca a autoridade dos pais quando as crianças são pequenas, maiores conflitos eles tem a tendência de ter no futuro.

5 – Um dado surpreendente é que apenas 3% das crianças dóceis demonstram uma rebeldia intensa durante a adolescência e apenas 14% demonstram algum traço de rebeldia. Começam a vida com um sorriso no rosto e continuam assim até o início da idade adulta.

6 – A melhor notícia para os pais de filhos geniosos é o decréscimo acentuado da rebeldia no início da idade adulta. Essa característica sofre uma redução quase de imediato no início da casa dos vinte anos de idade e, daí pra frente, só diminui.

7 – A criança dócil se mostra consideravelmente mais ajustada a sociedade do que a criança geniosa. Ao que parece, os jovens que gostam de desafiar a autoridade dos pais, também se mostram mais propensos a se comportar de maneira ofensiva com seus colegas.

8 – De modo geral, a criança dócil tem uma auto-estima mais elevada do que a criança geniosa. Trata-se de uma descoberta extremamente importante. Apenas 19% dos adolescentes mais geniosos, 35% não gostam de si mesmo e 8% se detestam intensamente. A criança geniosa parece ter uma força interior que a leva a se aborrecer, brigar, testar, questionar, resistir e desafiar.

E aí? Gostou?

Pelo menos você já pode ler uma síntese de seu estudo e se beneficiar de seus resultados. Aproveite-os, bem!

Muitos pais não sabem, mas a agressividade e a raiva no comportamento das crianças, nada mais são, do que a forma que elas encontram de esconderem seus sentimentos de impotência diante de algo que não sabem como lidar.

Depois do próprio sentimento de impotência dos pais, quando não sabem mais o que fazer quando os irmãozinhos estão brigando ou quando um deles se manifesta de forma explosiva, uma lição é importante tanto para os pais, quanto para os filhos: Todo ser humano deve se permitir senti-los, mas o diferencial será em como irão administrá-los.

A forma mais ineficaz e errada de lidar com as emoções dos filhos, é dizer frases como: “Isso não dói tanto”, “Não precisa ter medo” ou “Aquilo não é tão ruim assim”. Dizer isso faz os filhos pensarem que seus sentimentos são exagerados e desnecessários. A maneira mais efetiva e consistente de auxiliar os filhos nessas horas, é fazer simplesmente uma coisa: Auxiliá-los a detectar qual o sentimento que eles estão sentindo naquele momento. É como se os pais fossem os tradutores de uma língua que as crianças não dominam. Quando as crianças percebem que os pais conseguiram traduzir seus sentimentos, elas se acalmam e isso ativa áreas do cérebro que as instrumentalizam a resolver seus próprios conflitos.

Como ninguém gosta de textos compridos, procurei selecionar objetivamente, as reações mais adequadas que os pais podem reagir nesta hora difícil:

1 – O adulto deve saber o que está acontecendo, mas deve evitar intervir. Quando as crianças precisam de ajuda, elas pedem. Somente os casos de agressões físicas que deve ter a ação efetiva dos pais.

2 – Se coloque no lugar da criança. Se já não é fácil para marido e mulher se reconciliarem tranquilamente na hora de uma briga, imagine então irmão e irmã. As crianças conseguem se reconciliarem sozinhas, na maioria das vezes, tanto é que elas brigam, mas logo depois, voltam a brincar.

3 – Quando você não sabe o que fazer, o melhor a ser feito é justamente “traduzir” o sentimento da criança. Isso lhe dá conforto.

4 – Quando as crianças ou a situação está tensa, elas precisam de uma voz calma e tranqüila que estabilize o sentimento delas. O fato dos pais se mostrarem mais calmos, em questão de minutos, a calma de um pai (mãe) tem o poder de diminuir a ansiedade da criança. Nisso, é importante que você:

* Toque a criança, com amor, mas firmeza;

* Abaixe-se na altura dela, para mostrar-lhe o quanto sente empatia pelo ocorrido;

* Após isso, pegue a outra criança com afeto e procure descobrir como se sente.

* O foco das brigas não deve ser de buscar culpados, mas de orientá-las para que uma compreenda o ponto de vista da outra. Isso aciona os hemisférios do cérebro que são necessários para os sucessos nos relacionamentos familiares e sociais;

5 – Se a agressão é verbal, do tipo: “A mana é boba!” ou “Quero que a mamãe vai embora”, não significa que a criança está sentindo isso, mas que talvez, se a mãe não estivesse em casa, ela não iria ficar me incomodando.

Lidar com os filhos é o mesmo que aprender a lidar com os sentimentos do próprio adulto.

Quando eu era criança, lembro me que todas as vezes que eu brigava com as minhas irmãs eu percebia que elas sempre tinham uma resposta na ponta da língua que acabava com meus argumentos. Um dos meus grandes desejos, era um dia responder como elas, que eram rápidas e deixavam todo mundo sem respostas.

Não quero dizer que eu esteja estimulando as brigas entre irmãos, mas a verdade é que elas acabam trazendo alguns benefícios. O ato de lidar com as diferenças entre eles é que os ensinará a lidar com as diferenças de personalidade dos outros no futuro.

Certa vez perguntaram para um pesquisador, por que irmãos brigam tanto e ele respondeu: “Todos os filhos de seres humanos e filhotes de animais (com exceção do porco-espinho) adoram correr, rolar pelo chão e lutar entre eles. Isso melhora seus reflexos e prepara para a vida real. Um filho que luta com seu irmão(ã) ou mesmo um animal que faz o mesmo, tem mais probabilidade de sobreviver as hostilidades do mundo adulto.”

Para os pais, ao menor sinal de desentendimento, o primeiro impulso é agir como as Nações Unidas, tentando pacificar. Em geral, o filho que mais reclama é o que mais tem culpa e a intervenção pacificadora pode até trazer alguns momentos de paz, mas este pode ser curto. A questão é que, vendo que conseguem atenção, os irmãos se sentem tentados a provocar novas brigas.

Mas como lidar com as brigas entre irmãos?

– O estabelecimento de limites não impede as disputas, mas, pelo menos, os combatentes ficam sabendo até onde podem ir. Dar um de juiz não dá certo, por isso, quando vierem a você com reclamações, não julgue. Em vez disso, pergunte: Como vocês irão resolver esse problema?

– Ignore pequenas disputas. Selecione as discussões aparentemente mais preocupantes para intervir.

– Quando os filhos estão em harmonia, pontue a eles a satisfação que isso provoca: “Gosto tanto quando vocês brincam juntos assim…”

– Quando as brigas estão freqüentes demais, atribua pontos ou estrelinhas as horas passadas sem disputas. Elogie-os por isso, mas não exalte aquele que é mais pacífico ou recompense quem mais colaborou, pois isso só provocará ainda mais disputa. O ato de se dar bem, não é mais do que obrigação mútua.

– Aquela velha estratégia de mãe, quando tira o brinquedo ou desliga o computador, por incrível que pareça é a técnica mais eficaz para acabar as disputas.

– Quem quebrar um objeto pertencente ao outro vai ter que pagar o conserto, substituir o brinquedo com a própria mesada ou até mesmo, oferecer em troca algo de valor equivalente.

– Se nada funcionar, deixe os dois por algum tempo em cômodos diferentes.

Atenção: Pode acontecer de uma criança nutrir sentimentos inaceitáveis de ressentimento e vingança em relação ao irmão(ã). Isso vai além da rivalidade normal entre irmãos e exige a intervenção de um profissional.

Devido ao orçamento financeiro, os casais são obrigados a trabalhar. Como cada um tem suas obrigações, os filhos geralmente ficam entregues as outras pessoas, como empregadas, parentes, vizinhos ou amigos. O que chamou atenção nas últimas pesquisas sobre educação infantil feita nos EUA, é que nunca se valorizou tanto a figura dos avós na vida emocional dos netos como agora.

Constatou-se que três gerações vivendo sob o mesmo teto é mais aconselhável do que deixar uma criança com uma pessoa que não tenha experiência ao lidar com as necessidades infantis.

Outra pesquisa interessante é que o prejuízo da interferência negativa que os avós podem acarretar pelo excesso da generosidade e bondade, é menor do que deixar a criança isolada somente com um adulto desconhecido ou sem paciência. Há autores que dizem que se um avô ama realmente seu neto, ele saberá o limite adequado de atender as necessidades dos netos sem exagerar nos excessos de paparicos.

Um avô/avó jamais deve tirar a autoridade de um pai ou de uma mãe e esse é o princípio básico que deve ser obedecido, caso a família tenha interesse em se manter equilibrada. Se os pais disserem que os filhos não podem ver televisão antes de fazer os deveres de casa, os avós terão que qualificar as atitudes dos pais e auxilia-los a cumprir as regras sem fazer concessões. Os filhos devem perceber que os avós respeitam a opinião dos pais, porque muitos amam tanto seus netos que acabam desfazendo da autoridade dos mesmos, sem ver o quanto isso é prejudicial. É claro que uma vez ou outra não há problema, mas quando isso se torna constante, aí é preocupante. Por outro lado, as crianças compreendem que os pais tem suas razões em dar “broncas” e que os avós procuram desculpa-las. Crianças de famílias grandes, que vivem juntos apesar dos conflitos, são menos propensas a ter depressão e atitudes violentas.

Na Suécia, por exemplo, foi verificado que a freqüência de resfriados em bebês que ficam mais tempo com os familiares são menores do que deixa-los com outros tipos de adultos. Exceto em casos de babás onde há um vínculo afetivo verdadeiro ou em escolas onde o filho se sinta a vontade.

Você sabia que o contato com os avós favorece as crianças no respeito pelos mais velhos, indo desde os pais, professores e até uma autoridades municipais? Há estudos que comprovam que crianças que convivem com seus avós, se tornam adultos mais maduros com relação ao seu próprio envelhecimento (tanto por parte da criança quanto por parte dos adultos).

Há também inúmeras vantagens que os avós tiram da relação com os netos. Enquanto eles ensinam o que sabem de suas experiências, os netos os levam a reviver o passado, o que os auxiliam a resolver melhor suas lembranças e a própria história. São também as crianças que colocam os mais velhos a par do universo da informática e de tantas outras novidades, fazendo-os até alongar o ânimo pela sua existência. Na companhia dos netos, eles descobrem como ocupar melhor seu tempo e passam a se sentir mais úteis, evitando a depressão e outros problemas de ordem geral.

Nota-se que diante de tantos benefícios, o carinho e o convívio entre netos e avós deve ser sempre preservado, pois é nobre o ato de desfrutar desses momentos singulares.

Estudos da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, mostram que a ansiedade da mãe pode estar relacionada ao excesso de peso da criança.

Teoricamente falando, esse estudo comprovou que as crianças também se utilizam do excesso de comida, para compensar o estresse. Isso se explica porque a criança que cresce em um ambiente estressante, onde há sempre agitação excessiva, lugar de muitas gritarias e momentos de brigas nos horários das refeições, onde deveria se ter harmonia e conversas saudáveis, eles tendem a aumentar o cortisol do cérebro (hormônio do estresse), onde o excesso do mesmo libera no corpo um desejo enorme da pessoa consumir excessos de doces e/ou gorduras, como batatas fritas, frituras, etc…

Esse estudo foi publicado na revista Pediatrics e o levantamento acompanhou 841 crianças, onde foi percebido que o risco dos pequenos se tornarem obesos aumenta quando a mãe apresenta sintomas de depressão e ansiedade.

De certa forma, isso é transferido para a criança, onde a mesma passa a ingerir mais alimentos, como forma de proteger a mãe das tristezas. A criança então, tenta transferir o problema da mãe, para ela mesma, no intuito de aliviar a tensão dos pais.

Além de observar que os nervos a flor da pele influenciam no peso da garotada, os autores notaram que isso acontece principalmente em casas onde ocorre o excesso de comida, ou seja, naqueles lares onde os filhos estão longe de passar fome.

Esta análise foi realizada com crianças e adolescentes com idade de 03 a 17 anos. Segundo os autores, no entanto, o alerta só é considerado relevante para garotos e garotas dos 03 aos 10 anos, pois depois dessa fase, meninos e meninas encontram outras válvulas de escape.

Isso é para vermos o quanto os pais exercem influência no comportamento dos filhos, mesmo que estes não percebem a profundidade e importância da mesma.

O processo de divórcio já é difícil, mas se o divórcio é feito sem um preparo para administração de suas futuras crises, o período de reorganização familiar pode ser ainda mais complexo. Por esta razão, o casal precisa ficar atento aos sintomas que os filhos podem apresentar em diferentes etapas de suas vidas.

Este processo não tem como ser indolor. A rotina e a vida saem fora do lugar, pelo fato de tudo ser novo para os membros da família. Não é a toa que leva-se em média, de seis meses a dois anos para a pessoa se acostumar com esse período de mudança. Esse momento é semelhante a um vulcão em erupção, que quando explode, estraga com tudo o que está ao seu redor. É nessa hora em que todos precisam de força para superar os desconfortos.

Quando os filhos estão em idade pré – escolar os efeitos não tardam a surgir, pois a criança fica agitada, confusa e sente-se muito vulnerável, tendendo a culpar-se, assumindo a responsabilidade pelo que aconteceu, ex: “O pai foi-se embora porque eu sou mau”. Certa vez, ouvi um menininho dizendo: “Meu pai e minha mãe estão se separando porque eles sempre brigam na hora de me levar na casa do meu amiguinho. Tudo isso é por minha culpa.”

Quando os filhos estão em idade escolar, sobrevêm a tristeza e a depressão na maioria das situações, tendo os transtornos psicossomáticos como sinalizadores de dores de cabeça, dores de barriga, vomitos, diarréia, etc. A ausência da interação do pai nessa idade, pode resultar em dificuldades de relacionamento com amigos, professores, familiares e da própria criança consigo mesma. A figura do pai representa segurança e proteção e sua ausência pode acarretar um filho de personalidade insegura.

A pior coisa que pode acontecer em uma separação, é quando um dos pais utiliza a criança para denegrir a imagem do outro, fazer chantagem, ameaças e agressões. Isso pode comprometer o bom desenvolvimento emocional do filho no futuro e causar um estrago irreversível em suas atitudes. É por isso que não canso de repetir que pais que amam verdadeiramente seus filhos, não ficam denegrindo a imagem do (ex) cônjuge para eles. É preciso ter maturidade para separar os filhos da separação conjugal (há também muitos pais que são casados que tentam denegrir a imagem do cônjuge para os filhos e isso também vale para eles).

Com um pouco mais de idade, entre 8 a 10 anos, o filho pode apresentar uma tentativa desesperada de aproximar seus pais e nessa fase, as atividades escolares vão sendo deixadas de lado, as notas podem baixar, o interesse pelas brincadeiras diminui, os seus interesses e fantasias vão estar voltados para o desejo de uni-los.

Quando a criança tem 10 anos e na adolescência, um dos sintomas que aparece é começar a apresentar uma maturidade que na realidade não tem. O filho pode apresentar um controle excessivo de si mesmo, a fim de neutralizar a ansiedade e de vergonha pela situação. Ele também pode ser impelido a experimentar drogas e álcool, iniciar a vida sexual como forma de arranjar companhia e combater o sentimento de abandono gerado pelo desfazer da família e também apresentar um comportamento agressivo e hostil.

Sabendo desses dados, os pais poderão ficar mais atentos para auxiliar seus filhos a enfrentar um dos muitos problemas da separação.

É comum as pessoas exaltarem somente a importância da mãe na educação dos filhos, mas hoje você irá saber qual é a real diferença que um pai faz na vida dos mesmos. O envolvimento do pai propicia o desenvolvimento de competências diferentes no cérebro das crianças, sobretudo na área das relações sociais.

Segundo as teorias feitas por John Gottman, sustenta-se que toda criança precisa realmente de um pai, mas nem todo pai serve. O verdadeiro pai é aquele que é um preparador emocional, ou seja, aquele que está emocionalmente presente, capaz de confortar a criança quando está triste, que não é excessivamente crítico e emocionalmente frio, mas que está por dentro do dia da criança, sabendo os nomes de amigos, do que eles brincaram e como foi ter ido mal na prova da escola.

Me aprofundei nas pesquisas científicas sobre a importância da figura paterna e veja só o que descobri:

– Os pais podem influenciar os filhos de uma maneira que as mães não conseguem, especialmente no que diz respeito ao relacionamento da criança com os colegas e seu desempenho na escola.

– Pesquisas indicam, por exemplo, que meninos com pais ausentes tem mais dificuldade de encontrar equilíbrio entre a afirmação da masculinidade e o autocontrole.

Consequentemente, eles tem mais dificuldade de aprender a se controlar e a lidar com as frustrações, sendo essas, características que adquirem importância cada vez maior a medida que a criança cresce.

– As meninas cujos pais são presentes e interessados, são menos propensas a cair precocemente na promiscuidade sexual e mais propensas a estabelecer relacionamentos saudáveis com os homens quando se tornam adultas.

– As crianças cujos pais tinham dado mais carinho, tinham relacionamentos sociais melhores.

– Os bebês de cinco meses do sexo masculino que tinham contato com os pais, estranhavam menos as pessoas e eram bebês que se atiravam mais no colo de pessoas estranhas do que aqueles cujos pais não eram tão envolvidos. Esses bebês quando tinham um ano, perceberam que choravam menos quando deixados com um estranho.

– Constataram que as crianças de três a quatro anos, onde os pais brincavam em sessões de vinte minutos por dia e nas brincadeiras havia contato físico, os filhos eram mais populares com os colegas. Esse mesmo estudo comprovou algo curioso e significativo: Esse mesmo índice de popularidade era baixíssimo naqueles filhos cujos pais eram autoritários e críticos nas brincadeiras, pois eram crianças que tinham medo de se expor ao colegas, por acharem que iriam analisar seus defeitos.

– As crianças que foram humilhadas pelos pais costumam ser mais difíceis. Acabam sendo mais agressivas com os amigos e geralmente são os que se saem pior na escola, com alguns sinalizadores de violência e delinqüência.

– A interação mãe/filho também é importante, mas verificaram surpreendentemente que comparada com a relação do pai, o contato com a mãe não fazia prever com tanta certeza o sucesso ou o fracasso da criança na escola e com os amigos. Agora que você já sabe disso, use, abuse e explore essas informações!

A agressividade manifestada pelas crianças, nada mais é, do que a forma que elas encontram manifestarem um sentimento de impotência em não conseguirem lidar com emoções específicas, como medo, frustração, raiva, entre outros.

Os pais, do contrário, não tem essa leitura no momento e por também não saberem o que fazer, se esquecem de ajudar a traduzir o sentimento da criança, independente se ela vai (ou não) receber castigo. O ato de tocá-los de forma firme e amorosa na hora crítica, sendo este, certamente é um dos fortes tranqüilizantes na condução das situações.

Hoje falaremos especificamente, sobre técnicas lúdicas que os pais podem acionar para desviar o clima de tensão no ar e saber transformá-los em momentos de distração, caso a briga se transmite para um irmão, amigo ou conhecidos.

Observe a orientação de alguns autores:

 

– BRINCANDO DE BRIGAR

Você tem percebido que seu filho tem acessos constantes de raiva? Transforme a briga em algo lúdico e estabeleça a brincadeira de brincar de brigar. Isso se faz quando você desvia o motivo da raiva, inventando outra razão para discussão e pede que ambos possam inventar um motivo diferente e finjam que estão brigando por aquilo. (Ex: O filho só fica provocando o irmãozinho mais novo, porque só ele que pode usar as canetinhas para pintar. Você pede que eles inventem outro motivo de briga e fala que ambos tem quatro minutos para fingirem que estão brigando. Podem começar!

 

– TROCA DE PAPÉIS

Esta técnica auxilia-os a treinar a habilidade de empatia diante de uma situação ameaçadora. O adulto pede para que cada criança entre no lugar da outra e cada uma irá defender seu ponto de vista, sem o outro ironizar, desrespeitar ou diminuir os sentimentos pessoais.

 

– POÇÕES MÁGICAS

Toda criança gosta de se sentir com super-poderes e elas apresentam ótimos resultados quando isso acontece. A mãe deverá fazer um “teatro” para explicar que vai fazer uma poção mágica (obviamente saudável), como suco de frutas, com raspas de limão, cereja e outros…e irá deixar em um lugar da geladeira para ela tomar todas as vezes que estiver precisando controlar suas emoções. Fazendo isso, você fará igual o espinafre do Popeye, ou seja, irá ativar sua força o que irá auxiliá-la. É importante salientar, no entanto, que a poção deve ser algo saudável, não chocolate, guloseimas ou bolachas.

 

– TÉCNICA DE REAÇÕES INVERSA DOS PAIS

Quando as crianças não fazem o que os pais pedem, os pais podem combinar de no dia seguinte não fazer o café, não deixar a mesa arrumada ou coisas afinis. Após o nível de tensão da criança ter aumentado, os pais aparecem e perguntam como a criança se sentiu quando viu que os pais não fizeram suas tarefas e seus combinados?

 

– TÉCNICA DO ESPELHO

Você começa a imitar o que a criança está fazendo. Se caso ela reclama em voz alta, coloca as mãos entre a cintura e faz cara feia reclamando, o adulto repete o mesmo comportamento, sem ser irônico(a). Isso é ótimo, pois eles percebem como se comportam diante dos fatos e que a birra não é uma forma inteligente de resolver um problema.

Aproveite as dicas e mãos a obra!

X