confiança

Certo dia eu precisava de um encanador, um estofador e um pedreiro. Liguei para uma série deles e marquei para irem até a minha casa, mas você acha que algum deles apareceu? Com muita calma, retornei todas as ligações, pois pensei que talvez a minha comunicação não tivesse sido clara, mas mesmo assim, só apareceu o encanador após nove dias.

Com isso, me pus a pensar: Por que será que as pessoas não se comprometem com aquilo que elas falam!

Se você diz a alguém: “Eu retorno seu recado, assim que chegar em casa”, então você deve aprender a honrar com aquilo que você diz (ou no mínimo não fale para não se comprometer). Quando você diz: “Uma hora dessas, vamos combinar de fazer alguma coisa.” ou “Pode deixar que eu vou na festa”, mas no final não aparece, você não percebe que os outros criam expectativas a seu respeito e é seu nome que está em jogo.

Com horários funciona da mesma maneira: Se você marca com um amigo as 20:00hs, não é para chegar as 20:30. Lembre-se que você está se comprometendo com essa ação. Isso é o mínimo de elegância que se espera de uma pessoa que sabe valorizar sua própria imagem.

Veja o exemplo do pedreiro, do estofador e do encanador. Se um deles tivesse dito que estaria ocupado no trabalho, mas que iria passar no dia “x” para verificar o serviço, certamente eu teria confiança na palavra daquele profissional, o que me faria voltar a ligar para eles quando fosse precisar de seus serviços novamente. Comigo e com você não é diferente, nem como pessoa, nem como profissional.

Qual referência você acha que seu nome está associado? Que peso você carrega por agir como age? É comparado ao nervosinho(a)? Ao fofoqueiro(a)? Ao atrasado(a)? Cada vez mais, o nome das pessoas tem sido associado a atributos semelhantes a marcas de produtos. Afinal, quem não conhece alguém cujo nome se remete a fofocas e intrigas? E quando é sinônimo de confusão? Seriam elas comparadas a produtos de baixo custo, sem qualidade ou sem confiabilidade?

Aprenda a fazer juz as suas palavras ao invés de fazer um marketing negativo de si mesmo. Atenda aos compromissos na hora certa, fale apenas aquilo que pode cumprir e não se comprometa com situações pelas quais você não será capaz de arcar.

Sei que pode pensar que não liga para o que os outros falam de você, mas em um futuro próximo, pode precisar justamente da pessoa que um dia viu você tendo atitudes juvenis.

Não se limite a aceitar menos do que você vale, mas para isso, é preciso definir quais qualidades você quer que seu nome seja associado e obviamente, agir como tal. Minha mãe sempre nos dizia que você leva uma vida inteira para construir um bom nome, mas precisa apenas um dia para derruba-la.

Nosso proceder deve ser ilibado e você tem um nome a zelar e é preciso estar atento ao que está fazendo consigo. Como já dizia Salomão, um bom nome vale mais do que muitas riquezas, mas as coisas que o tolo fala, o aproximam de sua própria queda.

Seu filho já está na idade de começar a sair para as festinhas e junto com eles, estão todas suas vontades. Os pais já seguraram o bastante e chegou um momento que não adianta mais fingir que eles ainda tem sete anos de idade.

Você passou a semana toda correndo, levando e trazendo os filhos de inglês, colégio, casa de amigos, aula de computação e tudo o que você mais deseja no fim de semana é ficar em casa. É aí, que aquela voz desafinada de adolescente, chega para você, e:

– Mãe, tem festa na casa do Tiago. Você me leva? Eu nem preciso falar que você não quer nem levantar do sofá, mas entre buscar ou levar, convenhamos que levá-los é muito mais cômodo.

Como esse mundo não tem nos deixado seguros a respeito dos filhos, não se poupe de fazer os dois trabalhos. Levá-los é importante, porque você irá mapear o ambiente onde ele ficará nas horas posteriores, mas faça questão de buscar seu filho nas festas, pois é no caminho de volta que você vai observar o estado em que ele se encontra.

É sempre bom perceber se ele mudou de comportamento de forma significativa. Talvez ele está agitado, muito sonolento ou falante demais para quem convive com ele. A Observar seus olhos então, nem se fala: Olhos vermelhos, pupila dilatada ou colírio? Pode ser sinal de uso de alguma substância, como drogas.

Se constatar que ele bebeu além da conta, não adianta nada fazer escândalo no carro. Deixe para conversar no outro dia e se possível, deixe que ele se vire. Se tiver mal do estômago, evite de fazer chás ou coisas assim, para não manter seu comportamento…se ele vomitar, faça-o limpar.

Ah! Me lembrei de outro detalhe: Aquela velha história de colocá-lo no chuveiro, com água gelada, não funciona para curar a bebedeira. Isso é um mito e o máximo que pode acontecer é ele pegar uma gripe.

Obviamente que há casos mais graves, de um desmaio ou intoxicação do álcool, que precisam ser levados ao pronto socorro, mas voltemos aos casos mais corriqueiros.

No dia seguinte, converse com ele sobre o ocorrido e estabeleça combinações claras. Caso ele vá para a próxima festa e se comporte adequadamente, ressalte que sua confiança está sendo reestabelecida, mas ele terá que provar com as atitudes dele, sobre como irá administrar sua liberdade. Mesmo que há pais que não ligam do filho exagerar na dose, é bom se rever, pois com essa idade, bebida nunca deve ser vista como algo natural. Quanto mais os filhos poderem adiar o uso do álcool, melhor.

Agora, se você viu que ele além de repetir os goles da bebida, também repetiu a dose da bebedeira, saliente que ele mesmo está te dando sinais que ele ainda não tem maturidade para ir a festas sozinho. Diga que você o ama, mas que ele precisa de um tempo para ficar mais maduro e mais responsável, que sua chance de sair novamente será adiada.

Eu preciso ressaltar que é claro que ele vai ficar bravo? Acho que não, né! Ainda mais que nessa fase eles amam utilizar os outros amigos como exemplo, pois todos eles podem sair, menos ele.

E se você der uma lição de moral e dizer que ele não tem que reclamar, porque no seu tempo, você não podia nem sair de casa sozinho(a), aí sim que não adiantará nada sua fala. Como você mesmo disse, seu tempo foi seu tempo. Hoje as necessidades e rotinas são extremamente diferentes.

Quando o filho sabe que a combinação será cumprida e que dependerá dele ter boas condutas, aí sim, pode facilitar que os acordos sejam satisfatórios, tanto para os pais, quanto para os filhos. Boa Sorte!

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