comida

Se você está naquele padrão que sabe que precisa emagrecer, mas tem um pensamento de auto-boicote que pensa: “Já que escapei da dieta, vou acabar com tudo o que eu vejo na frente até o resto do dia” ou “comer mais isso não fará diferença no resultado das coisas”, então fique alerta a algumas dicas:

1 – Reconheça que cometeu esse deslize, mas siga a diante. Diga a si mesmo: “Tudo bem, eu não deveria ter comido aquilo: Cometi um erro, mas com certeza, não será esse erro que me fará engordar todo o meu esforço até aqui.”

2 – Crie um limite simbólico: Não deixe chegar até amanhã para começar tudo outra vez. Em vez disso, diga: “Aqui está o meu limite. Na próxima refeição irei retomar o que já estava fazendo.” Digo-lhe de antemão que isso exige treino e que não é fácil de acontecer naturalmente, mas tente e verá que não é impossível. Nada será mais saboroso do que a sensação de ter se auto superado.

3 – Não se auto-boicote: É destrutivo continuar comendo de forma compulsiva pelo resto do dia ou do fim de semana só porque você ultrapassou na dose em uma refeição. Por que precisa sofrer tanto para conseguir o que espera?

4 – Sinta-se o máximo quando você pára de comer: Se você queria continuar comendo, mas se entre a comida e seu amor próprio, você optou por você mesmo, então é digna de um elogio.

5 – Fique atento aos seus fracassos: Ao cometer um deslize, é possível que se sinta fracassado e acredite que não tem força de vontade para vencer. Não se esqueça que você é um ser humano e está aprendendo, mesmo que a duras penas.

6 – Não apele para o radicalismo, caso fez escolhas erradas: Há pessoas que se culpam tanto porque erraram, que no outro dia só comem cenoura e bebem água. Fazer isso só aumentará ainda mais sua ansiedade, desequilibrará seus nutrientes e dará uma vontade ainda maior de comer descontroladamente. Tente um caminho que não seja tão árduo, pois caso contrário, a compulsão lhe fará companhia.

7 – Avalie o erro técnico da dieta: Use sua experiência como uma oportunidade para aprender a evitar ocorrências semelhantes no futuro. Por exemplo: Ultrapassei na comida do fim de semana me empaca os resultados? Então, terei que mudar de comportamento.

Caso não se preocupou em levar a semana a sério, então, retome seu foco.

Cada um tem um exemplo próprio do que dá e do que não dá certo. Precisamos ficar atentos aos sinais do nosso corpo, porque ele será nosso melhor professor.

Lembre-se: “Obstáculos costumam ser o lugar que olhamos quando nos desviamos do nosso foco.”

Errou, recomece! Caiu, levante, mas o importante é seguir em frente – mesmo que devagarinho.

Quando o assunto é ansiedade, as pessoas já associam a agitação, impaciência e pressa. Há tantas coisas para se fazer no dia, que tudo precisa ser feito com urgência, sem erros e sempre rápido, mas o que as pessoas não percebem, é o quanto de sensações deixam de experimentar na vida, só por causa da interferência da ansiedade.

Há uma frase de algum famoso, que penso ser esta a melhor definição para a palavra ansiedade: “O pior sofrimento é aquele que antecede” e acho que isso se encaixa totalmente com a realidade de uma pessoa ansiosa. Ela fica tão ocupada com os pensamentos ansiógenos que deixa de curtir tudo o que está a sua volta. Observe:

– Uma pessoa ansiosa, está sempre com a cabeça no futuro. Se a situação que está por vir for boa, ela fica ansiosa (porque tem algo muito bom para acontecer). Se a situação que está por vir é ruim, ela fica ansiosa (porque tem algo negativo a sua espera) e ela não consegue se desligar daquilo até que a situação aconteça. Quando ocorre, ela transfere sua ansiedade para outras preocupações e passa a ficar ansiosa por outro motivo que irá mante-la ocupada com aquilo, alimentando assim um ciclo vicioso sem fim.

– Você já viu uma pessoa ansiosa comer? Ela não come, apenas engole a comida. O indivíduo fica tão focado na conversa do almoço, no que terá que fazer depois ou nas coisas que precisa organizar para o dia de amanhã, que quando menos percebe, ela devora um prato inteirinho de feijoada sem ter percebido o mínimo do sabor da comida e sem contar que come com tanta pressa, que não chega a dar 10 minutos de almoço (ou janta).

– Há tantas coisas circulando ao mesmo tempo na mente do ansioso, que se ele for a um compromisso, sua mente fica circulando muito além do ambiente, pensando no que poderia estar fazendo ou naquilo que ela deixou de fazer. Se sai de férias, a pessoa não percebe que esperou onze meses para os merecidos descansos, mas sua mente não desliga do trabalho e o indivíduo fica pensando nas milhares de coisas que precisa resolver quando voltar para casa. É incrível, não é?

O pior defeito de uma pessoa ansiosa é que ela não percebe que a vida está passando depressa e que sua ansiedade é completamente inútil, pois não oferece a ela nenhuma vantagem. A pessoa acredita na mentira dela mesma, pensando que está se preparando para algo que está por vir, mas não se atém a pensar que esse “algo por vir” pode nunca chegar, fazendo com que as frustrações tomem conta de seu dia a dia.

Por isso que na vida, tudo precisa ser curtido: O sabor de um sorvete, a maneira linda que o sol se põe todos os dias, o retorno dos passarinhos ao seu ninho no final da tarde, a suavidade do lençol encostando no seu corpo depois de um longo dia de trabalho, enfim, é preciso aprender a imprimir mais nas nossas mentes, o sabor das pequenas coisas do nosso dia. Fazendo esse exercício, a pessoa não imagina como sua ansiedade irá diminuir. Simplesmente porque está vivendo mais e pensando menos!

Não se esqueça: O pior sofrimento é aquele que antecede! Abraços!

O cenário de seus feriados se repetem, igual ao último carnaval? Você passou bem ao aproveitar os dias de descanso e se entregou aos prazeres alimentares de forma desmedida, mas sem opção de escolha, teve que dormir com a culpa incomodando sua mente… Para alguns, essa culpa é tão intensa que a pessoa inicia os dias subsequentes, tendo uma atitude ainda mais errada, que é o famoso radicalismo.

O indivíduo que sai do extremo do exagero e vai para o extremo da restrição alimentar, corre o risco de se dar muito bem nas primeiras semanas de dieta, mas depois os efeitos começam aparecer. Abaixo são apenas alguns, deles:

– O corpo leva um choque e isso faz com que a pessoa perca mais líquido do que gordura nos primeiros dias, criando a ilusão de que a pessoa está emagrecendo, mas isso pode ser temporário.

– Se mesmo assim a pessoa insistir em fazer a restrição radical, faltará no seu corpo os nutrientes necessários e ela provavelmente cairá em um acesso de ansiedade incontrolável que tenderá a devorar tudo o que está pela frente (até mesmo aquela bolacha guardada na sua casa que você nem gosta tanto, mas que nessa hora você simplesmente engole sem perceber, só para preencher o estomago).

– Quem sai do extremo da compulsão e cai na restrição alimentar terá muitas chances de ficar no platô, o que significa que emagrecerá nos primeiros dias e depois por mais esforço que faça, a balança não mecherá os ponteiros. Nisso a frustração bate a porta e se ela invadir sua mente, fará você colocar tudo por água abaixo.

– Mesmo que você erre na alimentação, não haverá porque se martirizar com a culpa, pois ela não fará você voltar no tempo. A culpa só deixa a pessoa ainda mais paralisada quanto a recuperar sua rotina habitual e pode leva-la a cometer um nível maior de erros. Com isso, focalize-se no que está por vir e tente fazer escolhas mais inteligentes que poderão te proporcionar a recuperação pelo controle alimentar.

– Quem vive nos extremos com a dieta, não percebe que esse é o fator que mais impede a pessoa de manter o peso desejado, pois o corpo e o emocional se desregulam por inteiro.

É o seu emocional que gerencia suas escolhas alimentares e por isso, procure retomar aos poucos e fuja definitivamente do 8 ou 80, pois isso lhe prevenirá uma série de insatisfações.

– Se você não sabe por onde começar para voltar ao equilíbrio, tente uma estratégia ótima: Experimente agir somente 5% melhor do que reagiu da última vez, ou seja, se quando você cai na compulsão alimentar, você devora tudo o que está a sua frente, da próxima vez tente comer só 5% a menos, que será de grande valia. Se você fica muito radical na restrição e só come saladas e frutas para emagrecer mais rápido, tente equilibrar 5% melhor suas refeições, para te preservar desses ataques repentinos a geladeira.

Fazendo isso, você conseguirá atingir o equilíbrio de saber que entre 8 e 80, existe 72 possibilidades diferentes de conseguir aquilo que se busca.

Estudos da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, mostram que a ansiedade da mãe pode estar relacionada ao excesso de peso da criança.

Teoricamente falando, esse estudo comprovou que as crianças também se utilizam do excesso de comida, para compensar o estresse. Isso se explica porque a criança que cresce em um ambiente estressante, onde há sempre agitação excessiva, lugar de muitas gritarias e momentos de brigas nos horários das refeições, onde deveria se ter harmonia e conversas saudáveis, eles tendem a aumentar o cortisol do cérebro (hormônio do estresse), onde o excesso do mesmo libera no corpo um desejo enorme da pessoa consumir excessos de doces e/ou gorduras, como batatas fritas, frituras, etc…

Esse estudo foi publicado na revista Pediatrics e o levantamento acompanhou 841 crianças, onde foi percebido que o risco dos pequenos se tornarem obesos aumenta quando a mãe apresenta sintomas de depressão e ansiedade.

De certa forma, isso é transferido para a criança, onde a mesma passa a ingerir mais alimentos, como forma de proteger a mãe das tristezas. A criança então, tenta transferir o problema da mãe, para ela mesma, no intuito de aliviar a tensão dos pais.

Além de observar que os nervos a flor da pele influenciam no peso da garotada, os autores notaram que isso acontece principalmente em casas onde ocorre o excesso de comida, ou seja, naqueles lares onde os filhos estão longe de passar fome.

Esta análise foi realizada com crianças e adolescentes com idade de 03 a 17 anos. Segundo os autores, no entanto, o alerta só é considerado relevante para garotos e garotas dos 03 aos 10 anos, pois depois dessa fase, meninos e meninas encontram outras válvulas de escape.

Isso é para vermos o quanto os pais exercem influência no comportamento dos filhos, mesmo que estes não percebem a profundidade e importância da mesma.

“Tive uma festa de aniversário no meio da semana.”

A mente de gordo já pensa: “Está tudo perdido! Vou estragar toda a minha dieta e o resto da semana já foi por água baixo. O pior é que como já sabia que ia comer mesmo, eu resolvi dar uma passadinha no mercado e comprei algumas guloseimas que eu gosto e não posso comer quando estou em dieta.” Tristeza, culpa, arrependimento e….mais comida. Final de outro recomeço!

A mente magra já pensa: “Os salgadinhos da festa da Eva estavam muito bons, mas nós nos divertimos tanto que até esqueci dos pratos. Após a festa, fomos para casa, assisti a um filme legal e nem lembro o que jantei…Ah! Jantei um chá com bauru.”

Percebeu a diferença entre uma mente gorda e uma mente magra? Mesmo em situações iguais, suas reações elas são visivelmente diferentes.

Para quem pensa gordo, o ato de comer provocou (por experiências anteriores já vividas), pensamentos automáticos e mentirosos que a mente gorda acredita, sem perceber que é uma armadilha mental:

“Tudo está perdido!”, “Eu não tenho jeito mesmo. Nasci para ser gordo!”.

Esses pensamentos enganosos geram tanta culpa que provocam uma compulsão maior ainda. A maneira errônea de pensar leva o indivíduo aceitar o pensamento distorcido como uma verdade absoluta, onde se aceita a derrota antes mesmo de compulsionar. Toda recaída com compulsões ou vícios ocorre primeiramente na mente, para depois partir para a ação.

Se a pessoa se negar a ser escrava desses pensamentos, terá que bloquear essa conversa interna antes mesmo de atacar o bolo inteiro.

No caso de quem pensa magro, a pessoa percebe a comida como “um dos prazeres” e não como “o grande prazer” de sua vida. A mente magra volta a sua realidade, sem ficar supervalorizando a comida ou pensando se vai ou não compensar na janta, deixando de comer isso ou aquilo. Sua vida é tocada para frente, inclusive em termos alimentares.

Caso eu pense como gordo, como eu poderia agir para pensar como a mente magra? Afinal, você quer ser magra ou emagrecer?

O primeiro ponto é saber que não é por causa de uma festa de aniversário ou por um jantar na casa de um amigo que sua dieta está perdida. Fazendo isso você já está começando a treinar sua mente a pensar magro. Para isso, você deve contestar seus pensamentos distorcidos que tentam minar sua cabeça. Quando aquela voz interna falar: “Estraguei tudo!”, você deve pensar: “SERÁ que eu realmente estraguei tudo?”. “Em que estou me baseando para confirmar essa afirmativa?” Eu passei do meu limite calórico hoje, mas posso ter controle sobre minha próxima refeição.

Não se concentre em sua derrota temporária. Se você comer dois, dez ou vinte brigadeiros, todos terão o mesmo sabor, não é mesmo?

Uma coisa é certa: se você já começou a dieta desanimado, então nem perca seu tempo, porque ninguém pode vencer aquele que já sabe que vai perder.  

Eu quero mudar, mas não consigo!

 

Karine Rizzardi

 

Parar de fumar, regular a bebida, começar uma dieta, persistir mais na academia, iniciar um curso a muito tempo já programado, enfim, mudar…. Tudo isso representa motivações que revelam o desejo de alterar nosso comportamento, porque algo não está bem.

Você sabia que há estágios para que a mudança seja realmente estabelecida? Por isso que muitas vezes iniciamos a mudança e justamente quando não queremos, interrompemos sua ação, o que nos faz sentir culpados, gerando assim, o desânimo.

Talvez você já iniciou uma dieta pela milésima vez e não agüenta mais ter que começar tudo de novo e sem grandes resultados. Parece evidente que a motivação para a mudança é afetada por uma variedade de condições que auxiliam as pessoas a reagir.

Você irá entender agora quais são elas e aprenderá também que as tristes recaídas fazem parte desse processo, até alcançar a manutenção da mudança para resolver seu problema.

O primeiro estágio que a pessoa passa, é quando ELA NÃO ACHA QUE PRECISA MUDAR. “Meu casamento não é dos melhores, mas agente já acostumou viver assim!”, “Eu fumo maconha e sei que ela não vai fazer mal!”, “Eu tenho meu colesterol alto, mas desse problema eu não morro!”

Após alguns acontecimentos, a pessoa começa a ter consciência de seu problema e entra em um processo que experimenta razões para motivá-la, mesmo assim, ELA PENSA, MAS NÃO AGE. Situações como: “Eu não acho que tenho um problema com o excesso de trabalho. Provavelmente eu trabalhe demais, mas eu paro quando eu quiser!”

Na terceira fase, o indivíduo começa se DETERMINAR definitivamente para a mudança. Esse momento é muito importante, pois é uma janela que se abre por um determinado período de tempo. “Eu preciso fazer algo em relação a esse problema.”, “Isso é sério! Alguma coisa tem que mudar!”, “O que posso fazer para mudar?”

Sem que nos damos conta, mergulhamos na quarta fase que é a AÇÃO em si. É o momento em que a pessoa começa a agir em seu favor e começa com garra e vontade, mas mudar em pequenas doses, não garante que a mudança será mantida.

Obviamente que as experiências humanas são repletas de boas intenções, seguidas de pequenos deslizes ou grandes recaídas, mas é preciso manter o desafio de continuar persistindo para entrar na MANUTENÇÃO do comportamento, que é outro estágio e é o mais importante, pois é ele que garantirá com que nos manteremos vitoriosos. Decidir pela separação conjugal, reduzir o consumo do álcool, emagrecer ou mudar de ramo profissional, é um passo inicial, mas é seguido pelo desafio de manter isso ocorrendo.

Nesse último estágio para a mudança completa, é a própria RECAÍDA. Por mais paradoxal que seja essa afirmação, é nessa fase onde se reconhece que os deslizes são parte do processo, fazendo com que a pessoa se aproxime mais do passo da mudança efetiva, mas jamais devemos ficar parados nela.

Imagine uma roda, que faz com que você circule várias vezes por estes estágios. Assim funciona a dinâmica das mudanças em nossa vida, onde nós circulamos até que não precisamos mais dela. Dois estudiosos dessa área, Prochaska e DiClemente, descobriram que os fumantes geralmente circulavam de três a sete vezes nesse círculo vicioso, cheio de recaídas e tentativas de ações, antes de deixarem de fumar definitivamente.

Fique atento as fases em que você se encontra, para sair do círculo vicioso o quanto antes. É prazeroso explorar novas habilidades pessoais.

 

A autora é psicóloga especialista de casais e família

(45) 3224-4365

drakarinerizzardi@gmail.com

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