atitude

Quem nunca ouviu uma mãe dizer: “Meus filhos são tão diferentes que nem parecem ser da mesma família. O fulano é mais calmo, já o beltrano não pára sentado. Um adora estudar e o outro é uma briga diária para fazer as obrigações”. Todas as características que ouvimos até 12 anos de idade, tendem a definir a personalidade de cada indivíduo e isso terá reflexo direto nos relacionamentos pessoais.

Se um irmão ocupa um perfil de liderança na família, tenderá a ser líder na relação amorosa. Se outro ocupou um papel de rebelde, tenderá a ser mais questionador na vida afetiva. Se um terceiro tem características egocêntricas, certamente será um parceiro ou uma parceira com tendências a querer que só sua vontade seja satisfeita.

Um estudo feito com 7.000 casais coordenado pelo psicólogo americano Frank Sulloway, da Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos, constatou-se o quanto é curioso notar alguns pontos em comum sobre as brigas dos casais segundo a ordem de nascimento. Baseado nesses resultados é preciso entender os motivos que levam as pessoas agir de formas diferentes um do outro. Com base nesses dados, isso auxiliara você a lidar melhor com seu parceiro. Vamos a elas:

Quem se relaciona com um filho mais velho, percebe que ele é responsável e comprometido – atitudes estas, que o fazem assumir o comando de tudo o que está ao seu redor. Primogênitos são autoexigentes e se concentram em seus próprios fracassos quando algo não vai bem. Sentem dificuldade em pedir desculpas quando erram, pois eles mesmos não se autorizam errar. Eles precisam aprender a equilibrar mais o prazer e não viver só das obrigações.

Em se tratando do filho do meio, os conflitos são outros. Os companheiros dos mesmos precisam ser muito bons para lidar com seus argumentos na hora de uma discussão. Como eles são treinados desde pequenos a se relacionar com o mais velho e o caçula, aprendem a ser ótimos negociadores e isso certamente se refletirá no amor. São muito

leais, tanto que filhos do meio são comprovadamente os parceiros com baixo índice de infidelidade. No entanto, eles precisam aprender a não levar as palavras do parceiro a “ferro e fogo”, pois agem hostilmente quando se sentem rejeitados. Esse tipo de atitude pode trazer problemas na área afetiva caso não filtrem o excesso de estresse de sua rotina.

Quando um dos cônjuges é o caçula, percebo que eles gostam de criar suas próprias regras, além de ficar facilmente emburrados quando são contrariados. Em geral, as brigas mais comuns ocorrem porque precisam receber alguns “empurrões para fazer as coisas”, pois na infância sempre havia alguém para fazer os deveres por eles. Em compensação, são alegres e engraçados, além de possuir um coração bondoso. Caso você se relacione com um deles, precisa deixar claro que não deseja assumir o papel de mãe/pai, mas sim de homem/mulher.

Este teórico citado acima cita que estes dados referem-se ao perfil geral, mas que sempre há exceções.

Após este quadro relacional, o convívio ficará menos conflituoso e mais respeitável ao aprenderem a lidar com as características de cada um. Esta é mais uma das ferramentas que o casal pode ter para enriquecer o conhecimento mútuo e solidificar a relação.

Esse tema não é daqueles tipos de leituras que faz você lembrar que pode tudo, com escritas de auto-ajuda. Tem a ver com a busca de sermos diferentes no meio de uma geração de pessoas tão “iguais”, tão sem brilho, que estão sedentas por pessoas que se tornem exemplos.

Você pode ser fruto de uma família onde presenciou muitos conflitos entre seus pais ou pode vir de um lar de pais separados. Muitos carregam as tristezas e o fardo das crenças que nos foram transmitidas pela convivência familiar e algumas deixaram herança de medos que as vezes nem percebemos que temos.

Muitos gostariam de formar uma família completamente diferente daquela em que a pessoa foi criada. Você já observou características nos seus pais que você abominava e sem se dar conta, acabou tendo as mesmas reações que um deles? Talvez você viu seu pai traindo sua mãe e decidiu não querer isso para você; talvez você vivenciou histórias de vícios que deixaram registros negativos na sua mente ou até recebeu um modelo de pai agressivo, ausente e sem afetividade ou uma mãe fria e sem atitudes de mãe. A grande dúvida que paira na mente é: E o que devo fazer com isso? Como posso viver sem sentir o peso desse passado em mim?

Mesmo sabendo que não é fácil, o grande investimento é ser uma pessoa transformadora que busca não repetir os padrões dos valores recebidos. Nós somos engenheiros de idéias e não escravos do nosso passado (sendo este bom ou ruim). Uma coisa é certa: Temos sim, a capacidade de mudar qualquer ambiente que está ao nosso redor. Não é fácil, mas também não é impossível.

Conheço a história de umas pessoas que não se contentaram com o pouco e em por quatro gerações os homens daquela família tinham histórico de infidelidade. Apenas um deles optou por seguir um caminho da seriedade e era o único que estava feliz no casamento. Isso é ter atitude.

Em outra família, havia três gerações apresentaram dependência de álcool e eu conheci o único filho que nunca entrou nessa armadilha perigosa: Isso é fazer a diferença. Entre uma turma de amigos que fazem coisas inúteis e fúteis, você pode ser o único a optar por não se influenciar. Isso é deixar sua marca, mesmo que corra o risco da rejeição.

São tantas histórias, mas o que eu gostaria é que você e eu nos tornássemos um desses exemplos – não para que outros saibam, mas para nós mesmos nos orgulharmos de comprometer em deixar uma marca registrada na nossa geração.

Eu aceito o desafio. Você vem comigo nessa causa?

X