Minha mãe, com sua sabedoria invejável, dias atrás saiu com essa frase que resolvi intitular como tema da matéria. Parece que as pessoas quando vão ficando mais maduras (ela já está com 64), ficam mais reflexivas e concluem coisas valiosas que merecem ser tomadas como ponto de aprendizagem. Ela que é quietinha, toda tímida e uma ótima ouvinte, passa grande parte de seu tempo pensando nas coisas da vida, o que a faz, consequentemente, ser uma ótima pensadora.
Por certo, resolvi refletir sobre o que ela disse e é uma grande verdade. Sempre em um grupo há alguém que fala mais, outros que só ouvem e outros ainda que sabem fazer os dois, mas aqueles que falam muito, ocupam demais de seu tempo para expor idéias e deixam de aprender coisas com os outros.
O falante tem grandes virtudes, pois é extrovertido e geralmente se destaca em ambientes profissionais e sociais. Em seu lado afetivo já não sei, haja vista que por não ouvir direito, sempre está querendo falar em cima do outro ou até responder antes aquilo que você nem terminou.
Exemplo clássico disso é ver o Fulano papeando com você sobre a última viagem que ele fez e os detalhes do tempo que atrasou. Você, muito gentil e no intuito de interagir, comenta que também já passou por aquilo e na hora em que vai dizer mais sobre o assunto, o falante ignora sua fala e continua sua própria história como se seu comentário fosse até insignificante. Chego até dar risada enquanto escrevo até porque já me vi muitas vezes fazendo a mesma coisa.
Uma conversa boa e um relacionamento prazeroso é aquele que envolve uma palavra chamada “TROCA”. Se não há troca, ou seja, algo onde você E o outro saiam acrescentados, não há crescimento. Agora me veio em mente, uma frase bíblica que diz: “Falai somente coisas que edifiquem”, ou seja, não perca tempo com assuntos banais e que não acrescentam aos demais e quer um ponto de base que você possa pensar?
1 – Pense em alguém que você conheça e que sempre extrai algo bom daquilo que ele(a) fala;
2 – Pense em um falante incontrolável que você quase chega a erguer o dedo para pedir licença para falar?
Honestamente: Em qual deles você se encaixa?
Pois é! Há sim, como aprendermos a cada dia a mesclar o ato de falar com o desejo de ouvir a riqueza que mora nos pensamentos dos outros. Aqueles que falam muito devem procurar aprender mais do outro e aqueles que falam pouco devem também se expor um pouco mais.
Ana Paula Valadão, uma mulher da qual eu admiro muito, um dia disse que a boa palavra é aquela que conforta quem está aflito e que confronta aquele que está confortável. Seja qual for o seu caso, espero que esta palavra possa ter te auxiliado.
Agora me reservo ao direito de parar por aqui, pois preciso colocar em prática o que escrevi porque do contrário, minha escrita também se torna inválida. Boa “troca” para você!