Quando tudo diz que não

Desânimo: Mesmo a pessoa mais persistente e otimista passa por dias onde a vontade de desistir é muito maior do que a força de continuar. Quem nunca passou por um momento onde foi vencido pela vontade de desistir, justamente por pensar que não vai conseguir? O desanimo nos abate quando algo acontece, quando alguém próximo de nós nos diz palavras que nos entristece ou até quando um problema parece maior do que nossa capacidade de resolver. O que antes era colorido passa a ser cinza e aquilo que era paz, agora gera angustia.

Quando a caminhada está pesada, talvez seja hora de se recolher e ficar quieto por algum tempo. Nessas horas é preciso ter um boa cabeça para filtrarmos o que ouvimos, pois, caso contrário, podemos acreditar nas palavras desencorajadoras de algumas pessoas que insistem em dizer que seus mais nobres ideais não passam de uma simples bobeira. Precisamos entender que este não é um bom momento de tomar decisões, e sim, simplesmente aquietar o coração e esperar tudo passar.

Quando algo nos ameaça, nosso foco se desvia das coisas boas e maiores porque são ofuscadas pelas nossas preocupações. Nessas horas é raro, mas muito necessário, que possamos olhar para trás e ver também quantas lutas já foram superadas e quanta força nós já desprendemos para vencer outros desafios que a vida exigiu. Parece que temos memória curta para lembrar de quantos obstáculos já foram vividos e tendemos a nos esquecer de que o que está ocorrendo no tempo presente, não passa de uma fase, de um curto período de tempo que vai passando igual a uma dor de cabeça. As vezes aquela dor está tão forte que atrapalha tudo o que a pessoa faz, mas depois de um analgésico, o desconforto vai passando e a pessoa mal percebe. Ela só se dá conta depois de um tempo, quando a dor sumiu completamente. Iguais aos sofrimentos da vida.

Quando conto estórias infantis no meu trabalho há uma delas que sempre me chama atenção. Há a história de um menino que passa por dificuldades e um de seus amiguinhos diz: “Assim como o sol não brilha 24 horas por dia, sempre há a presença da lua que tempera o momento de luz e outro de escuridão, um tempo de tristeza e outro tempo de alegria.” Concluo que ninguém consegue brilhar o tempo inteiro e a condição de lidarmos com essa realidade nos torna ainda mais humanos, o que nos tira da obrigação de agirmos como super-heróis.

Há duas formas de lidar com a tristeza: Uma é vendo-a como a “morte”, ou seja, como algo terrível a ser evitado. Nós, porém, que fomos feitos para olhar além, devemos ver a tristeza como um aperfeiçoamento, não como angústia. Não devemos ser alérgicos a esses momentos, pois eles nos obrigam a nos rever e nos aprimorar. Muitas vezes a tristeza é só uma ausência de felicidade, mais nada.

Se caso você estiver passando por esses sentimentos, gostaria de “cantar” para você uma música do Davi Sacer que sempre me anima. Receba ela dentro de você:

“Quando tudo diz que não/Sua voz me encoraja a prosseguir/

Quando tudo diz que não/Ou parece que o mar não vai se abrir/

Sei que não estou só/E o que dizes sobre mim não pode se frustrar/

Venha em meu favor… e cumpra em mim, Seu Querer!”

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