Apresentação
Nesta palestra, você irá entender que a produtividade requer treinamento, pois nem sempre
acertamos ou erramos. Por isso, é preciso ampliar nossa visão sobre o receber, entendendo
que “receber bem não é só ter uma ótima performanceem um evento”. Na verdade, receber
bem não está ligado ao fato de uma ocasiãoser formal ou informal; elese relaciona à condição
de se estar inteiramente disponível emocionalmente para aquele momento.
Palestra: Produtividade para quem quer receber bem
Tópicos abordados:
- Os sabotadores emocionais internos que impactam a nossa produtividade;
- As forças que possuímos e não são exploradas;
- Os pesos emocionais que dificultam o receber de forma completa.
Karine aponta que hoje estamos muito acostumadas às facilidades e à comodidade
propiciadas pelas tecnologias, como, por exemplo, o iFood. Entretanto, esse cenário nos deixa
acomodados, se formos explorar somente opções modernas da atualidade. Além de perdermos a intimidade e a troca relacional, perdemos a percepção do quanto a sensação de que convidar alguém é algo leve e prazeroso.
Por isso, ela destaca que precisamos resgatar a “hospitalidade sem reclamação”.
Sabotadores emocionais que impactam a nossa produtividade
A partir de sua experiência clínica com casais, Karine enumera os principais
sabotadores que reduzem nossa energia na hora de produzir bem um evento (Seja um jantar,
um almoço ou mesmo uma festinha, bem como um natal ou páscoa):
A metáfora que ela coloca, é igual a Kriptonita do Superman, sugerindo que o superman tem super poderes, mas até mesmo ele, fica com suas forças reduzidas se a kriptonita fica próximo a ele. Eis aqui algumas questões que ela levanta sobre esses sabotadores:
- Tecnologia em demasia: O uso demasiado e desregrado da tecnologia é responsável
por ocasionar um alto nível de distração, gerando a perda de foco nas atividades. Para
corroborar com essa afirmação, Karinecita a obra “A ciência da interrupção”, de Glória Mark, que aborda o quanto asinterrupções atrapalham a nossa produtividade. A palestrante ainda ilustra o quanto asdistrações são preocupantes a partir do seguinte dado: “Uma pessoa, em média, sedistrai quatorze vezes no intervalo de uma hora”. Portanto, se a pessoa não focar na
atividade que está sendo desenvolvida, ela se desvia totalmente, desconectando-se
daquilo que era necessário e essencial. Por fim, Karine lança a reflexão: “Será que a
internet é algo que eu preciso melhorar?”;
- Preguiça: “A mulher sábia não dá lugar para a preguiça.”Não é que as mulheres não
tenham preguiça; o que não pode acontecer é “dar lugar a ela”. Se nos rendermos a
ela, não iremos conhecer o melhor do nosso potencial;
- Falta de planejamento: A importância da organização prévia faz-se necessária para
que se possa focar na atividade que está sendo executada, e para que não haja a
preocupação com diversas outras tarefas simultaneamente. É importante se organizar
para o momento, pois o planejamento nos “deixa tranquilas para receber”. Além disso,
essa preparação prévia evita que se perca o sono (Cuide do seu sono para evitar a
ansiedade), fato este, que ocasiona o esquecimento de detalhes importantes do evento;
- Procrastinação: “É o deixar para depois… e o depois para depois” Até chegar ao
momento em que aquela atividade se torna uma urgência. Assim, não se pode mais
adiar o fato, necessitando resolvê-lo em um tempo exíguo, o que dificulta a
administração dos acasos. A procrastinação atrapalha o nosso controle emocional,
sobretudo no ato de receber: Se não há organização, o seu convidado pode perceber se
você está “tensa, ansiosa, esbaforida”, pois “a atmosfera do ambiente” é perceptível
para todos;
- Cansaço: É inerente a todos nós e receber é uma atividade que exige um certo
esforço.Portanto, é preciso fazer uma “reserva de energia emocional”. Karine sugere
que quando tudo estiver pronto – porém, antes de seus convidados chegarem –, é
importante parar para descansar um pouco e fazer uma análise de tudo que foi feito,
confirmando que está tudo certo. Afinal, você planejou seu evento. Isso traz
tranquilidade e serenidade para você conduzir sua recepção.
A partir dos pontos expostos, Karine deixa um alerta que para que cada uma faça uma
autoanálise e entenda quais sabotadores estão afetando a produtividade ao receber.
Por fim, a palestrante destaca a proporção que o movimento da mesa posta atingiu,
reforçando que não se pode perder a “intimidade quando se está com as pessoas”. Todavia, elachama também a atenção para o limite entre a falta e o excesso dessa intimidade. Se o seu
convidado é recebido com extrema informalidade, isso pode passar uma imagem de que não
há uma preocupação e um cuidado em recebê-lo. Já o excesso também pode causar
constrangimentos, soando como frescura ou indelicadeza. Karine reforça que “as
pessoas precisam ter o tato de reconhecer até onde podem ir com o exagero, pois mesa posta é carinho. Se não o tiver, não são as louças mais especiais que surtirão o efeito da impressão
que precisa ser deixada na vida das pessoas”.
As forças que precisamos explorar
Karine inicia este tópico apresentando dois exemplos que minam as nossas forças:
- O excesso de comparações;
- A dificuldade em equilibrar o conhecimento técnico com a disponibilidade emocional.
Atentar-se a esses pontos é fundamental. Talvez você não seja como aquela pessoa que é seu
referencial, mas é importante reconhecer que possui um potencial especial e habilidades que
devem ser exploradas. Por isso, é preciso “descristalizar a visão de que só os outros sabem e
nós não”.
Karine chama a atenção para a necessidade da troca – ou seja, se você tem facilidade
em determinadas tarefas, compartilhe com seus convidados que se interessam pelo assunto
que você domina. O partilhar “representa toda a riqueza de ser hospitaleira”.
Assim, cada um, dentro da sua história individual, precisa entender quais são as suas
aptidões, habilidades e forças. Karine faz uma analogia da nossa vida com um prato sem
decoração: Na medida em que vamos trabalhando, aprendendo e aprimorando com os outros
(uma amiga, vizinha, palestrante, senhora), “o bordado da nossa composição como mulheres
vai sendo construído não em um dia, mas ao longo de uma vida”.
Os pesos emocionais que atrapalham o Receber Bem
É preciso desmistificar a ideia de que organizar uma recepção é algo complicado,
“quase assustador”. Diminuir a dificuldade de realizar um evento está associado a reduzir o
peso que essa tarefa tem em nossa mente. Por isso, é importante entender que “cada recepção que você faz, é um peso a menos que você tem que ter na sua vida”.
Alguns pesos que normalmente justificam o não receber:
– “Eu não faço, porque eu não sei cozinhar”;
– “Eu sei cozinhar, mas minhas louças não são bonitas”;
– “Eu sei cozinhar, possuo louças, mas não tenho traquejo com os detalhes”.
É preciso identificar quais são as crenças psicológicas que adquirimos e que se tornam
um empecilho à nossa vida. Assim, faz-se necessário ultrapassar essa barreira
limitante,transformando tais crenças em algo leve de ser enfrentado. A leveza precisa de
treino e de ser desmistificada, pois se o peso é muito grande, ele precisa ser diminuído
gradativamente. Aos poucos, vai-se percebendo que aquilo que inicialmente bloqueava foi
superado. Assim, você estará desenvolvendo aquela atividade de forma mais amena e
agradável.
Atenuar a tarefa de receber é muito importante, porque há relatos de que a mulher fica
nervosa e tensa, impactando todo o clima familiar. Quando isso ocorre, a família também fica
apreensiva sempre que se fala em receber, criando por isso uma atmosfera negativa em torno
de tal atividade. Da-se importância da programação para tornar tudo mais leve e prazeroso. É
preciso ter ciência de que tudo precisa ser construído e treinado para se aliviar os pesos.
Algumas recomendações:
- Ao receber, evite falar das suas conquistas e feitos. Ouça mais o seu convidado;
- Dinheiro não é um assunto agradável para ser abordado em ocasiões sociais, exceto se
o evento for profissional e requerer tal enfoque;
- Não se enrede em suas palavras – Não prometa um convite para um evento que não
acontecerá: “Não queira ser querida sem ser eficaz”, evitando frase do tipo: “Vamos marcar uma janta um dia desses…”
- Lembre-se sempre de que “uma mulher sábia ensina com amor”. Nossas atitudes
impactam na formação de crenças ( errôneas ou não), naqueles que estão à nossa volta,
sobretudo em nossos filhos. Portanto,“que a nossa hospitalidade seja feita sem
reclamações”.
Por fim, Karine reforça que o pós-evento é o “beijo perfeito de tudo o que foi
preparado”. Baseando-se nessa idéia,ela compartilha um provérbio que julga ser um
orientador para a etapa do pós: “Aquele que examina cada questão com cuidado, prospera.”
Isso se resume em um chamado para que, após a finalização da sua recepção, você faça uma
avaliação dos pontos positivos e negativos; daquilo que você aprendeu; do que pode ser
melhorado para as próximas ocasiões; do seu avanço em relação aos eventos anteriores.
Portanto, reconheça suas fraquezas, amplie e potencialize suas forças, retire os pesos
emocionais que impedem a sua completude,faça uma avaliação do seu evento e lembre
sempre que “Uma mulher sábia para edificar o lar ensina com amor e não com pressa, nervosa
ou estressada”.
Lições aprendidas:
- A produtividade requer treinamento;
- Receber bem se relaciona à condição de se estar emocionalmente disponívelpara aquele momento;
- É preciso resgatar a “hospitalidade sem reclamação”;
- Principais sabotadores emocionais que impactam a nossa produtividade: Tecnologia em demasia, preguiça, falta de planejamento, procrastinação e cansaço;
- O uso demasiado e desregrado da tecnologia é responsável por ocasionarum alto nível de distração, gerando a perda de foco nas atividades;
- “A mulher sábia não dá lugar para a preguiça”;
- O planejamento nos “deixa tranquilas para receber”;
- Cuide do seu sono na noite anterior ao seu evento, evitando assim oesquecimento de detalhes importantes para sua recepção;
- A procrastinação atrapalha o nosso controle emocional, sobretudo no atode receber;
- Faça uma “reserva de energia emocional”;
- A importância de atentar-se para o limite entre a falta e o excesso deintimidade;
- É preciso “descristalizar a visão de que só os outros sabem, e nós não”;
- Compartilhe suas habilidades com seus convidados;
- É preciso desmistificar a ideia de que organizar uma recepção é algocomplicado;
- A leveza precisa de treino e de ser desmistificada;
- “Uma mulher sábia para edificar o lar ensina com amor e não com pressa.”