É inevitável que algumas discussões conjugais aconteçam entre marido e mulher. Muitas delas, no entanto, ocorrem no período da noite, por ser um horário em que ambos se encontram em casa ou que tem mais tempo para ficar juntos, mas deixar a briga para o dia seguinte pode se tornar uma grande armadilha.
Há épocas na vida de qualquer casal que a relação é de calmaria e há outras onde uma agulhinha é transformada em um iceberg. Muitas pessoas na hora dos desentendimentos se calam, engolem o que foi dito pelo(a) parceiro(a) e como um jogo de manter o poder para si, vão dormir com a “bunda virada para o lado”, encerrando qualquer tipo de comunicação. Outros não tem a intenção de fazer joguinho, mas se calam para evitar que o clima fique ainda mais pesado.
Independente da situação, se o casal for realmente amadurecido, vai chegar a um consenso mútuo de como vão se resolver. Na hora da discussão, os ânimos ficam alterados e é em um momento de briga onde fala-se as piores coisas e as que mais podem causar mágoas. Por outro lado, deixar a discussão para o dia seguinte pode se tornar um hábito que vai afastando o casal cada vez mais. Por isso, fique atento a alguns detalhes:
– A única exceção que deve fazer com que o casal deixe o assunto para o dia seguinte é quando eles sentem que a conversa já saturou, não vai chegar a lugar nenhum, mas que certamente irão se propor a conversar no dia seguinte. Isso seria ótimo se conversassem depois, mas a maioria não volta a falar do assunto e muitos casais ficam dois, três dias e até uma semana sem sequer um falar com o outro. Pior ainda é quando um fica a espera que o outro inicie a conversa, porque ambos estão magoados. Sinto em dizer, mas passar dias sem falar sobre o ocorrido pode deixar as coisas muito piores do que quando se iniciou a briga.
– Entre a enorme lista de malefícios que há quando o casal vai dormir sem se resolver, cito apenas algumas delas: O sono de ambos se torna inválido, a mente não descansa, sua produtividade no trabalho no dia seguinte certamente não será o mesmo (mesmo que você pense que não), o casal se distancia emocionalmente, passa-se a dar lugar para que outras pessoas entrem na relação (sendo pais, amigos e até amantes) e o pior de todas elas, é que o cérebro arquiva essa mágoa e o casal pode estar brigando por esse mesmo motivo dez anos após o ocorrido. Essa mágoa vai sendo retida porque não foi resolvida e eles começam a viver uma infelicidade constante, onde ambos já não sabem nem onde começar. Quem quer pagar o preço de viver infeliz deste jeito?
Evite dormir sem resolver seus problemas afetivos. Quando você perceber que está a ponto de estourar e sabe que seu nervosismo não irá ajudar a resolver a discussão, a atitude mais sábia é dizer a ele(a): “Eu infelizmente estou muito nervoso(a) e acho que continuar esta conversa hoje irá terminar de uma forma muito pior. Amanhã, sem falta, voltaremos a falar sobre isso. O que você acha?”
O casal que faz isso uma vez ou outra não há problema, mas isto se torna danoso quando vira um padrão natural e aceitável na relação, até chegar o ponto de ambos acharem normal dormir em camas separadas. Aí sim, teremos vários problemas a resolver.
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Karine Rizzardi – Psicóloga – CRP 08/09524