A família está doente, desajustada e desestruturada. Por quê? O que aconteceu?
Nas últimas décadas, a situação vem se agravando cegamente e uma das centenas de razões para isso, são porque o homem esta fora de seu papel original.
A figura masculina é a peça chave que, deve ser representada pela conexão vital entre a ordem e estrutura familiar. É através do empoderamento deste homem, que faz com que uma família esteja amparada e protegida, mas cada vez mais, este papel tem ficado em um plano distante, fazendo com que o homem saia de sua função original e a conseqüência disso é que todas as demais funções na família ficam igualmente desajustadas.
Esta semana estive conversando com um adolescente que resolveu deixar a barba crescer, haja vista que isso tem sido uma modinha atual na cultura brasileira.
Eu olhei para ele e disse: “Por que você não corta a barba, pois você tem um rosto bonito e ele fica escondido por trás desses fios?”
A resposta dele foi excepcional: “Eu não corto, porque acho que isso é um símbolo de força e desejo que o homem atual está tendo de voltar a reinar, tal qual seria o natural de seu gênero.”…e continuou… “Acho que o mundo tem tentado tirar tanto o poder dos homens, que “usar barba” pode ser a forma inconsciente de reatestarem o poder de sua masculinidade.” Para um rapaz de apenas 16 anos dar esta resposta, não há como não admirar sua análise crítica referente a este papel.
Um menino aprende o potencial que tem, através do olhar e da companhia de outro homem…. este homem, a saber, deveria ser a imagem saudável de um pai, conforme descreve Gordon Dalbey, em Healing the Father Wound (Curando a Ferida do Pai).
Se esta imagem de força e autoridade (não autoritarismo) NÃO for bem construída, o jovem fica com um senso de incapacidade e frustração. A princípio, o jovem adolescente pode nem achar que algo está faltando. Pode até se sentir mais independente, dono de si. Contudo, isso vai gerando um vácuo de propósito e direção, uma falta de sentido, que o acompanhará por toda sua vida, como escreve John Eldredge, em Coração Selvagem.
Sem essa entrada essencial do pai, o filho não consegue se ver mais adiante como homem. Rapidamente, a lacuna entre a sua insuficiência como homem e a imagem do que deseja se tornar, é tomada por vergonha e falha na estrutura.
Ao invés desse rapaz ser conduzido a um mundo de um adulto másculo e com sua identidade fortalecida (criada pela figura do seu pai de verdade), ele passa a acreditar no “pai da mentira”, causando um caos interno no emocional de um adolescente.
Por essas razões, há de se admirar quando homens de bom caráter, criam filhos com bom caráter… isso demanda dedicação, tempo e vontade, mas é uma construção que vale a pena, pois certamente irá influenciar as próximas gerações.