Dentro da arte de educar filhos, erros e acertos fazem parte das descobertas que vivemos no dia a dia com eles.
É sabido que uns sabem aguardar sua vez na fila, conseguem esperar quando o papá demora um pouco, quando o amiguinho ou irmãozinho(a) está fazendo algo que gostaria e precisa esperar sua vez, mas outros indubitavelmente não conseguem lidar com a espera. Fazem uma confusão, mentem, chingam, brigam e se não fizerem a vontade do pequeno, a brincadeira acaba. Escrevendo isso até me lembrei de quando era criança que eu brincava com a vizinha da frente. Todas as vezes que nós pulávamos amarelinha ou brincávamos de caracol, ela sempre tinha que ser a primeira e se ela não fosse ela parava de brincar e eu também ficava sem companhia. Curiosa essas coisas, não é!
Um exemplo da maneira pela qual os especialistas caracterizaram essas crianças envolve uma pesquisa realizada pela Universidade de Stanford sobre crianças de quatro anos. Na pesquisa, cada criança era individualmente conduzida por um pesquisador a uma sala de experiência e recebia um marshmallow. A seguir, a criança recebia a informação de que o pesquisador teria que sair da sala por 15 minutos e que elas podiam, se quisessem, comer o marshmallow durante a sua ausência, mas que se não comessem o marshmallow e esperassem o pesquisador voltar, ganhariam outro marshmallow.
Os pesquisadores de Stanford descobriram diferenças incríveis entre as crianças que devoraram de imediato o primeiro marshmallow e as que esperaram pacientemente pelo segundo. Concluíram que as crianças que não sabiam esperar eram consideradas mais tímidas, teimosas e indecisas. Além disso, elas tinham uma probabilidade maior de ver a si mesmas como pessoas “más” ou “inúteis”, pois eram pouco ouvidas pelos pais e eram sempre recriminadas pelos sentimentos que tinham (do tipo: “Estou com medo!” e os pais diziam “Larga mão, isso é bobeira.”)
As crianças que eram melhor acolhidas pelos pais e que os pais tinham mais tempo para lhe ouvir sabiam esperar mais pela gratificação e esse treino era começado desde pequenas quando os pais faziam elas esperar nas pequenas coisas do dia a dia. Isso as ensina a não ter tudo o que querem na hora em que desejam e saberão administrar melhor as frustrações e espera que a vida irá lhes proporcionar.
Imagine que o desejo de comer o marshmallow era o mesmo em todas as crianças, mas aquelas que souberam esperar, ficaram alimentando na mente a idéia de que teriam dose dupla de satisfação se soubessem esperar e além disso, conseguiram ter a capacidade de se distrair nesses 15 minutos.
Acho que essa pesquisa pode ser útil para nós pais, a saber conduzir nossos filhos para que eles possam saber administrar suas próprias emoções no futuro.
Aproveite as pequenas oportunidades do dia a dia para ensina-los a lidar com a vida.