Houve um homem que saiu com uma prostituta, do qual costumava vê-la semanalmente. A afinidade entre os dois foi se fortalecendo, até que através de muito conflito interno, ele resolveu assumir aquela mulher como sua namorada. Obviamente que isso não foi fácil, aja vista uma série de perguntas que costumamos fazer sobre as pessoas quando estas começam a namorar, como “de onde vem, quem são seus pais, o que faz, onde mora, etc…” O tempo foi passando, até que ele resolveu, por definitivo, assumir essa mulher e a pediu em casamento, justamente na tentativa de tirar-lhe daquela vida infeliz. Foi quando eles se casaram. Poucos meses depois, ela estava grávida de seu primeiro filho. Em seguida vieram outro menino e uma menina. Nada resistia a alegria desse homem de ter conseguido arrancar essa mulher de seu passado.
Ocorreu que, em uma manhã de terça-feira, ela chamou-o para conversar. Aquela não era a melhor hora para eles terem uma conversa, mas tudo bem. Ela olhou para ele e disse que estava sentindo falta de seus amantes e que, já havia pensado muito e resolveu procura-los. A casa caiu. Esse homem ficou arrasado, pois não conseguia acreditar naquilo que tinha ouvido. Ele só pegou suas coisas e foi para o trabalho. Disse que conversariam melhor depois. Infelizmente quando voltou, ela já não estava mais lá e deixou os três filhos para ele. Você consegue imaginar como esse homem se sentiu?
(Mas a história não pára por aí.)
Passado alguns dias, a mulher voltou e teve a cara de pau de dizer que foi atrás de seus amantes, mas nenhum deles a quisera e por isso, ela resolveu voltar para casa e para os braços daquele que a tinha aceitado. E sabe o que esse homem fez?
Ele a recebeu novamente. Eu quase não acreditei quando soube que essa história era verídica, pois ela é difícil de engolir.
Mas o objetivo de eu relatar esses fatos é outro:
As vezes, nós reagimos como essa prostituta. Não necessariamente na vida afetiva, mas agir como essa mulher reflete o espelho de nossas ações em relação a Deus. Ele nos ama, nos agrada, releva nossas falhas e por muitas vezes, nós insistimos em voltar aos nossos velhos caminhos. Resolvemos abandona-lo e buscar nossas autogratificações em coisas que não irão nos completar, tais como, bebidas, comidas, prazeres temporários, sexo desmedido, roupas, drogas, cigarro, ambições egoístas, etc. Ele deseja ser fonte de satisfação completa, mas insistimos em trocar esse laço de amor por coisas enganosas e que nunca nos satisfazem por completo, pois nossas compulsões são insaciáveis.
Foi pensando nessa história que também lembrei da relação entre pais e filhos. Muitos sãos os filhos que se comportam como essa prostituta. Os pais os amam, querem o seu bem, tentam fazer de tudo o que é possível para eles se encaminharem na vida e, mesmo assim, muitos filhos mal agradecidos e insensatos insistem em viver uma vida de paixões temporárias, sem reconhecer o valor de seus pais. Depois eles “batem a cabeça” e como vítimas do tombo, resolvem se voltar para seus pais, pois viram que seus planos não deram certo.
O foco aqui não é acusar ninguém, mas devemos parar de tratar Deus ou os pais como se eles fossem extintores, onde só são acionados em momentos onde tudo pega fogo. Eles querem ser recipientes de amor em nossas vidas e ao contrário do que você julga certo ou não fazer, eles vão te aceitar de volta, apesar de todas as falhas. Para isso, é necessário ter um coração agradecido e mais do que belas palavras, devemos ter mudança de conduta.