Do sofrimento à superação

Do sofrimento à superação

 

Psicóloga Karine Rizzardi

 

A vida é feita de momentos. Há momentos pelos quais colhemos os louros da vitória, saboreamos os manjares do banquete dos vitoriosos, dormimos o sono do cansaço da boa peleja e recebemos as honras pelo êxito. Noutros momentos, colhemos o fruto amargo da derrota, saboreamos as lágrimas amargas da tristeza, sofremos de insônia pela angústia e recebemos como prêmio, a humilhação pelo fracasso, mesmo que este seja velado.

Apesar de cada desafio a superar, há sempre uma boa notícia: nenhuma dor ou momento difícil, dura o suficiente para ser inesgotável. No momento em que não estamos bem, parece que a preocupação é eterna e que não há muitas alternativas pela frente, mas o próprio nome já fala: isso não passa de momentos…….apenas momentos. Temos momentos bons, momentos ruins e momentos vazios (que não se enquadram nem em um, nem em outro).

A vida é feita de momentos e vive bem, aquele que consegue ter consciência de que, independente das circunstâncias em que vivemos, estas nunca serão permanentes. Curiosamente quando vivenciamos momentos de tristeza, algo brilhante dentro de nós se manifesta, que é o desejo de mudar ou de sermos mudados. Coisas que talvez não faríamos se não fosse graças as nossas dificuldades. É algo que nos tira do “quentinho” da zona de conforto e nos leva aos lados mais criativos e mais refinados da nossa personalidade. No início é difícil, porque vem acompanhado de incômodo, mas depois vamos experienciando coisas novas e diferentes.

Albert Schweitzer, teólogo, médico e músico, escreveu: “A maior tragédia do homem, é aquilo que morre dentro dele quando ele ainda está vivo”. Quando o vazio da existência passa a ser uma realidade, a vida perde o seu sentido. Sem sentido, transformamo-nos em máquinas, em números, em ‘coisas’ e como tais, não aproveitamos o lado mais criativo do eu.

Ter consciência de que a vida é feita de momentos, livra-nos da petrificação dos sentimentos e, desta forma, abre-nos a novas possibilidades. A tristeza momentânea, nos obriga a melhorar o coração e muitas vezes, é só com ela, que nossas limitações são aprimoradas.

 

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