Quantas pessoas se vêem submetidas a indecisões do dia a dia em que são colocadas em apuros na hora de fazer escolhas. Mesmo em meio a tantas situações, o ato de decidir envolve assumir as conseqüências, e nessas horas, muitos optam pela indecisão – o que pode levar a dificuldades ainda maiores.
Muitos são aqueles que amam deixar as coisas para depois. Vão empurrando com a barriga até onde dá e quando as pessoas estão a ponto de se darem mal pela displicência, aí sim, se encarregam de tomar atitude. Confiar na força do acaso pode comprometer a tranqüilidade da pessoa, além dela saber que riscos corre por viver agindo assim dessa forma.
É engraçado que o fato de eu estar escrevendo sobre isso, me passa na mente que a maioria dos leitores pensará que “deixar para depois” não tem nada a ver com eles. Engana-se quem tem tanta certeza disso. Quem nunca deixou para abastecer o carro quando o tanque já estava no fim? Quem nunca fez compras de mercado quando já não tinha nada na geladeira? Isso é deixar para depois, mas se essas situações do dia a dia são muito pequenas, que tal as grandes: Quem nunca se preocupou com problemas conjugais só quando viu que a coisa estava preta? Ou que pessoa nunca deixou um problema para depois na esperança que ele se resolvesse em um passe de mágica? Pois é. Tudo isso tem a ver com (in) decisões de não se pronunciar perante as situações – sejam elas, grandes ou pequenas, importantes ou não.
Há certos tipos de escolhas que se pode desconsiderar não havendo problema algum em agir de forma flexível, simplesmente deixando as coisas ocorrerem, mas existe muitos viciados em agir como se fossem bombeiros, ou seja, só quando o circo está pegando fogo e que precisa-se de alguém para cobrir a fumaça, é que a ação verdadeira é acionada. Não se engane! A vida exige que sejamos coerentes e para tal exige-se responsabilidade.
Se você é indeciso naquilo que quer comer em um restaurante, por exemplo, não há problema algum. Mas muitos que vivem em cima do muro não percebem que travam suas vidas e também das pessoas que convivem.
É por essas e outras razões que a afirmação de Sartre é interessante quando diz que “Mesmo que você escolhe não fazer nada, saiba que isso já é uma escolha”. Se assim o for, vá até o final com as conseqüências, mas cuide para isso não se tornar hábito. Ninguém goste de pessoas enroladas.