Precisamos ficar atentos as características dos filhos, pois eles nos ensinam coisas que precisamos aprender ou a voltar a praticar em determinado momento de nossas vidas. A idade que cada filho tem, retrata a necessidade especial que devemos praticar.
Lembro-me de uma vez que nossa terceira filha tinha feito 11 meses. Ao final daquele ano fomos à praia e notamos que ela ficava horas olhando o comportamento de uma borboletinha e aquilo parecia mágico para ela. Nós tivemos um momento em família tão precioso que pulávamos ondas, brincamos na areia e nossa neném ria que parecia que ia explodir de tanta felicidade. Por hora, me toquei que a quase dez anos eu não entrava mais no mar para não melecar o bronzeador ou estragar o cabelo… quanta bobagem. Fiquei pensando que filhos bebês vêm nos dar indicativos que estamos tão corridos no nosso dia a dia, que precisamos parar para contemplar as coisas “simples” da vida como o entardecer do sol ou a mudança da lua. Eles nos ajudam a ver que a vida profissional é importante, mas que nada se compara com o fato de aproveitar o núcleo familiar – sair comer milho verde de chinelo e olhar aqueles olhinhos curiosos em conhecer tudo e nós do contrário, já temos nossas verdades e deixamos de lado esse “olhar de aprendiz” em aprender com as coisas da vida.
Crianças pequenas, de igual forma, nos ensinam aproveitar melhor a vida e não só ficar atrás do sustento do lar ou coisas do gênero. Aqueles pais com filhos de mais de três anos, devem estar atentos a perceber a beleza em descansar após um longo dia de trabalho e poder ter seus momentos de lazer, assim como eles. As crianças em geral, se respeitam quando estão com sono e nós não deixamos nos entregar a ele, pois parece que não podemos. Além disso, filhos ainda crianças se contentam com coisas simples e isso é uma grande lição para nós que queremos sempre mais, que enquanto não alcançarmos tal e tal objetivo, não sossegaremos. Que lendo engano! As crianças podem até ter brigado com o irmãozinho e chorado porque deu problema na escola, mas quando vão à feirinha eles olham o pula-pula e ficam enlouquecidos. O que será que isso quer nos ensinar? Consegue perceber por quê eles são nossos professores?
Filhos adolescentes, é outro exemplo, pois estão em um momento da vida em que estão cheios de sonhos e lotados de amigos. Essa fase geralmente os pais já estão “ligados no automático”, repetindo as mesmas coisas e fazendo tudo igual. É hora dos adultos e se voltarem mais para os amigos (iguais a eles), refazer seus próprios sonhos que ficaram de lado enquanto se educavam os filhos. Isso é igualmente importante, mas nós temos sonhos pessoais que não podem se apagar.
Por fim, os filhos se casam e já são adultos. Com isso, se voltam para si mesmos e em escrever suas próprias histórias. Os pais também devem se voltar para isso e pensar que coisas podem fazer por si mesmos para curtir, viajar, usufruir de tudo o que foi construído. Quem não está contente, tem a chance de se reformular e continuar a caminhada em busca da reconstrução. E nessa hora, aparecem os netos, e aí….. aí sim, nós viramos crianças outra vez.
Curiosa a vida, não! Não há nada que ocorra sem propósitos maiores!