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O desejo de ser visto e reconhecido é algo natural do ser humano.

Esta expressão de aceitação varia conforme as fases e idades da vida, tendo seu pico na adolescência e sua diminuição, conforme a identidade da pessoa vai entrando na meia idade.

Quanto mais frágil for a identidade de alguém, mais em função deste reconhecimento a pessoa fica. Citamos o exemplo do facebook, onde há uma necessidade de expressão, sendo gerada pelo desejo de imprimir sua existência.

Independente de como esta existência é notada, o fato é que tudo é movido pelo cenário entre a “platéia” e o “palco”… Duas palavrinhas que poderiam ser exploradas nessa citação, que resumiriam brevemente toda esta explicação técnica.

Vamos nos ater, no entanto, ao título desta crônica:

“Antes de qualquer tipo de reconhecimento… devemos desejar a aprendizagem.”

Não devemos buscar reconhecimento a qualquer custo e a qualquer preço…. aliás, o próprio reconhecimento já é uma vaidade.

Precisamos primeiro nos concentrar em sermos aprendizes. Quando nos dispomos a nos colocar em lugar de aprendiz, precisamos de humildade, devemos ter uma abertura interna e uma inclinação genuína para primeiramente aprender, apreciar e cultivar…. para depois focarmos nos resultados.

O lugar de aprendiz não necessita de palco… nem de platéia.

Lá NÃO é um lugar onde precisamos acertar o tempo todo e cobrarmos de nós mesmos a melhor performance para mante-la em uma linha crescente.. alías, isso é algo naturalmente impossível.

Ser aprendiz é estar aberto para conversar com suas próprias limitações e focar no aperfeiçoamento. É não desejar o público e nem aplausos, mas no preparo de coisas maiores para alcançar.

Os aplausos nos aprisionam… eles nos prendem ao estado que estamos vivendo, ao invés de nos dirigir ao lugar do qual devemos chegar. É como uma viagem longa, onde você não tem tempo para fazer paradas e olhar para trás, pois o foco é chegar na reta final da essência humana.

Ser aprendiz, é focar nos dons dados por Deus, que é seu maior propósito referindo-se a missão que cada um tem de vida, mas este processo não pode ser rompido por desejos de visualizações para confirmar ou reafirmar o tamanho da sua importância.

Um aprendiz não se preocupa com sua glória… ele se foca em aprender… em ser melhor, em não parar.

É quase como alguém que não se deixa influenciar por meras palavras bajuladoras, mas que, compreendendo sua própria velocidade, não é um show de espetáculos inusitados o tempo todo.

Para sermos aprendizes, precisamos nos recolher… e recolhimento é uma palavra pouco usada nos dias atuais.

Desejo a você e a mim este recolhimento, pois é na essência de nossa alma, que vivemos em paz com nossas escolhas.

E o reconhecimento? Ah, este fica para trás!… Até porque, ele passa em um determinado tempo, ele perde até mesmo, a sua importância.

Que seu rastro, seja maior do que seu brilho!

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