lipoaspiração

Não há nada contra quem faz lipoaspiração, até porque quem faz quer se ver melhor e mais bonito, mas há quem viva em função da imagem corporal, a tal ponto de esquecer de todo resto em termos de conteúdo e isso pode se tornar uma obsessão.

Há um texto que revela a máxima das verdades nos dias atuais. Preste atenção nas palavras abaixo que merecem todos aplausos possíveis do autor. Não se sabe ao certo se é de Rosana Hermann, mas o importante é o conteúdo inspirador e me inspirou até para passar aos leitores da coluna.

“Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei,
nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração?
Uma coisa é saúde outra é obsessão.
O mundo pirou, enlouqueceu.
Hoje, Deus é a auto-imagem.

Religião é dieta.
Fé, só na estética. Ritual é malhação.
Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo,sentimento é bobagem.
Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção.
Roubar pode, envelhecer não. Estria é caso de polícia. Celulite é falta de educação.
Filho da …. bem sucedido é exemplo de sucesso.
A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem?
A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem.
Imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa.
Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.
Não importa o outro, o coletivo.
Jovens não tem mais fé, nem idealismo, nem posição política.
Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.
Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar correr, viver muito, ter uma aparência legal mas…
Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados aos vinte anos não é natural. Não é e não pode ser.
Que as pessoas discutam o assunto.

Que alguém acorde.

Que o mundo mude.

E que eu me acalme.

(Rosana Hermann, juntamente com Herbert Vianna)

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