Quem sou eu para contestar qualquer conteúdo ofertado pela Universidade de Harvard, mas saiu um enunciado no Estadão, afirmando em nota científica, uma pesquisa deles realizada com 51.000 mulheres, defendendo a idéia de que as mães não precisam se preocupar com o fato de só trabalharem e de deixarem seus filhos de lado, porque esta culpa não tem fundamento. Segundo a pesquisa, eles afirmaram que as filhas meninas criadas SEM as mães em casa, de dão melhor na vida profissional e os filhos homens não demonstraram nenhuma alteração relevante. Defenderam também, a idéia de que filhos sem concentração e sem depressão, não tinham relação com o fato dos pais trabalharem fora o dia todo.
Mesmo que o próprio organismo universitário dessa respeitada Universidade tenha defendido algo (que ao meu ver não tem nexo algum), eu gostaria de contra- debater esta tese com as próprias teorias da neurociência, onde fala sobre o sistema límbico do cérebro, responsável pela fome, sono e relacionamento interpessoal. É algo logicamente aceitável, a co-relação entre família e saúde mental de um filho, pois onde há contato familiar, há filhos alimentados emocionalmente e naturalmente, o risco de depressão é quantitativamente inferior ( o que contraria a defesa apresentada)
Também gostaria de salientar que os pais são instrumentos ativos que precisam dedicar TEMPO aos filhos, pois é através das relações que um filho tem com a família, que irá treina-lo para se relacionar com as pessoas de fora. O crescimento de um filho não deve ser deixado ao acaso e terceirizado para demais pessoas, EXCETO quando necessário.
Outro ponto que me proponho a defender, é que o tempo dedicado a constatação desta pesquisa foi de apenas dois anos, porém, isto é um tempo muito curto para finalizar a conclusão da mesma. Digo isso porque o sucesso da educação de um filho não se mede apenas pelo período de 24 meses. As conseqüências dos atos dos pais serão vistas após 10 anos do processo de criação dos mesmos. Isto quer dizer que o ato de cuida-los é o que nos cumpri faze-lo.
Desculpe-me! Sou apenas uma cidadã que mora em uma pequena cidade do Brasil e praticamente invisível perto de uma Universidade tão admirada por todos nós. Sempre fui adepta e tive absoluta concordância com os conteúdos citados pela Universidade de Harvard e até estive lá pessoalmente para observa-los. Meu propósito não é constesta-los, mas é única e exclusivamente, levantar uma reflexão de alguém que filtra o que lê, não aceitando qualquer tipo de pesquisa que dita modas e tendências comportamentais. Não me resta dúvidas que a autora desse projeto, foi uma mãe que trabalhou a vida inteira e deixou seus filhos de lado e para tentar diminuir sua culpa, teve uma atitude “socialmente aceitável” de defender uma tese intelectualizada para não entrar em contato com seus próprios conflitos pessoais.
Eu prefiro apreciar a definição do meu esposo quando diz que filhos são como uma empresa de U$100.000.000,00 que você ganha: Ou você cuida do patrimônio ou a leva a “empresa” a falência.
Você pode escolher ficar com a opinião magnífica e respeitável da Universidade de Harvard ou defender a postura de uma mãe de três crianças, que entende a enorme responsabilidade que deve ter, ao colocar um filho no mundo.