ansiedade

Quando o assunto é ansiedade, as pessoas já associam a agitação, impaciência e pressa. Há tantas coisas para se fazer no dia, que tudo precisa ser feito com urgência, sem erros e sempre rápido, mas o que as pessoas não percebem, é o quanto de sensações deixam de experimentar na vida, só por causa da interferência da ansiedade.

Há uma frase de algum famoso, que penso ser esta a melhor definição para a palavra ansiedade: “O pior sofrimento é aquele que antecede” e acho que isso se encaixa totalmente com a realidade de uma pessoa ansiosa. Ela fica tão ocupada com os pensamentos ansiógenos que deixa de curtir tudo o que está a sua volta. Observe:

– Uma pessoa ansiosa, está sempre com a cabeça no futuro. Se a situação que está por vir for boa, ela fica ansiosa (porque tem algo muito bom para acontecer). Se a situação que está por vir é ruim, ela fica ansiosa (porque tem algo negativo a sua espera) e ela não consegue se desligar daquilo até que a situação aconteça. Quando ocorre, ela transfere sua ansiedade para outras preocupações e passa a ficar ansiosa por outro motivo que irá mante-la ocupada com aquilo, alimentando assim um ciclo vicioso sem fim.

– Você já viu uma pessoa ansiosa comer? Ela não come, apenas engole a comida. O indivíduo fica tão focado na conversa do almoço, no que terá que fazer depois ou nas coisas que precisa organizar para o dia de amanhã, que quando menos percebe, ela devora um prato inteirinho de feijoada sem ter percebido o mínimo do sabor da comida e sem contar que come com tanta pressa, que não chega a dar 10 minutos de almoço (ou janta).

– Há tantas coisas circulando ao mesmo tempo na mente do ansioso, que se ele for a um compromisso, sua mente fica circulando muito além do ambiente, pensando no que poderia estar fazendo ou naquilo que ela deixou de fazer. Se sai de férias, a pessoa não percebe que esperou onze meses para os merecidos descansos, mas sua mente não desliga do trabalho e o indivíduo fica pensando nas milhares de coisas que precisa resolver quando voltar para casa. É incrível, não é?

O pior defeito de uma pessoa ansiosa é que ela não percebe que a vida está passando depressa e que sua ansiedade é completamente inútil, pois não oferece a ela nenhuma vantagem. A pessoa acredita na mentira dela mesma, pensando que está se preparando para algo que está por vir, mas não se atém a pensar que esse “algo por vir” pode nunca chegar, fazendo com que as frustrações tomem conta de seu dia a dia.

Por isso que na vida, tudo precisa ser curtido: O sabor de um sorvete, a maneira linda que o sol se põe todos os dias, o retorno dos passarinhos ao seu ninho no final da tarde, a suavidade do lençol encostando no seu corpo depois de um longo dia de trabalho, enfim, é preciso aprender a imprimir mais nas nossas mentes, o sabor das pequenas coisas do nosso dia. Fazendo esse exercício, a pessoa não imagina como sua ansiedade irá diminuir. Simplesmente porque está vivendo mais e pensando menos!

Não se esqueça: O pior sofrimento é aquele que antecede! Abraços!

Você sabia que neurologicamente o ser humano nasce apenas com dois tipos de medos? O medo de barulho e o medo do desapego (abandono). Isso nos convida a pensar que muitas vezes alimentamos medos irreais, que ocupam um espaço imaginário e dominante na nossa mente e nas nossas condutas diárias.

Mesmo sabendo que maioria dos medos são descartáveis, não podemos classificá-lo como uma emoção completamente prejudicial. Seria incorreto pensarmos assim, pois o medo existe para tentar nos proteger de situações ameaçadoras. Se você não tivesse medo de morrer, por exemplo, seria pouco provável que olhasse para os dois lados da rua quando fosse atravessá-la; da mesma forma se você não tivesse medo de errar no trabalho, pois teria comportamentos displicentes e irresponsáveis, sem o menor sentimento de culpa. Aconteceria o mesmo ainda, se você não tivesse medo de perder seus filhos, pois do contrário, o cuidado dos pais seria pouco supervisionado.

o medo negativo tem um perfil diferente, pois é aquele que tem um amigo inseparável chamado ansiedade e um não atua sem a presença do outro. Com ambos no comando, eles destroem oportunidades, acabam relacionamentos, impedem os outros de se desenvolver e geram inseguranças que se a pessoa não cuidar, o medo os faz de escravos… e olha que o problema não acaba por aí: O medo aparece através de várias facetas e uma delas é tentar convencer ao outro a acreditar em suas mentiras: “Você é um rejeitado!”, “Ninguém te dá valor”, “Ele não te ama mais!” “Você é muito ansioso e não vai agüentar essa situação”, “Será que aquilo que eu tanto espero não vai acontecer?”, “Serei um bom(a) pai/mãe.” e aí a listinha de incertezas vai ganhando forças a cada dia. Agir de acordo com as regras impostas pelo medo, representa viver escravo de si mesmo, negligenciando toda oportunidade de felicidade, pois medo e felicidade não combinam.

Devemos utilizar o nosso medo ao nosso favor. Se você não tiver medo de perder seu(sua) companheiro(a), você provavelmente não faria muitas coisas para manter a conquista diária do relacionamento e o contrário também é verdadeiro, pois se você der ouvidos ao seus medos, é capaz de você estragar toda uma relação construída a tempos, por causa de ciúmes e posse, que são pensamentozinhos pequenos que invadem sua mente sem pedir licença e se instalam lá dentro, sem o mínimo de respeito por você.

O medo não é algo fácil de ser gerir, principalmente quando este encontra-se na fase ativa. Acredito que o maior objetivo não está no ato de não senti-lo, mas no quanto deixamos de desfrutar a parte boa da vida, devido os medos imaginários que alimentamos.

O processo de divórcio já é difícil, mas se o divórcio é feito sem um preparo para administração de suas futuras crises, o período de reorganização familiar pode ser ainda mais complexo. Por esta razão, o casal precisa ficar atento aos sintomas que os filhos podem apresentar em diferentes etapas de suas vidas.

Este processo não tem como ser indolor. A rotina e a vida saem fora do lugar, pelo fato de tudo ser novo para os membros da família. Não é a toa que leva-se em média, de seis meses a dois anos para a pessoa se acostumar com esse período de mudança. Esse momento é semelhante a um vulcão em erupção, que quando explode, estraga com tudo o que está ao seu redor. É nessa hora em que todos precisam de força para superar os desconfortos.

Quando os filhos estão em idade pré – escolar os efeitos não tardam a surgir, pois a criança fica agitada, confusa e sente-se muito vulnerável, tendendo a culpar-se, assumindo a responsabilidade pelo que aconteceu, ex: “O pai foi-se embora porque eu sou mau”. Certa vez, ouvi um menininho dizendo: “Meu pai e minha mãe estão se separando porque eles sempre brigam na hora de me levar na casa do meu amiguinho. Tudo isso é por minha culpa.”

Quando os filhos estão em idade escolar, sobrevêm a tristeza e a depressão na maioria das situações, tendo os transtornos psicossomáticos como sinalizadores de dores de cabeça, dores de barriga, vomitos, diarréia, etc. A ausência da interação do pai nessa idade, pode resultar em dificuldades de relacionamento com amigos, professores, familiares e da própria criança consigo mesma. A figura do pai representa segurança e proteção e sua ausência pode acarretar um filho de personalidade insegura.

A pior coisa que pode acontecer em uma separação, é quando um dos pais utiliza a criança para denegrir a imagem do outro, fazer chantagem, ameaças e agressões. Isso pode comprometer o bom desenvolvimento emocional do filho no futuro e causar um estrago irreversível em suas atitudes. É por isso que não canso de repetir que pais que amam verdadeiramente seus filhos, não ficam denegrindo a imagem do (ex) cônjuge para eles. É preciso ter maturidade para separar os filhos da separação conjugal (há também muitos pais que são casados que tentam denegrir a imagem do cônjuge para os filhos e isso também vale para eles).

Com um pouco mais de idade, entre 8 a 10 anos, o filho pode apresentar uma tentativa desesperada de aproximar seus pais e nessa fase, as atividades escolares vão sendo deixadas de lado, as notas podem baixar, o interesse pelas brincadeiras diminui, os seus interesses e fantasias vão estar voltados para o desejo de uni-los.

Quando a criança tem 10 anos e na adolescência, um dos sintomas que aparece é começar a apresentar uma maturidade que na realidade não tem. O filho pode apresentar um controle excessivo de si mesmo, a fim de neutralizar a ansiedade e de vergonha pela situação. Ele também pode ser impelido a experimentar drogas e álcool, iniciar a vida sexual como forma de arranjar companhia e combater o sentimento de abandono gerado pelo desfazer da família e também apresentar um comportamento agressivo e hostil.

Sabendo desses dados, os pais poderão ficar mais atentos para auxiliar seus filhos a enfrentar um dos muitos problemas da separação.

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