amigos filhos

Esse tema não é daqueles tipos de leituras que faz você lembrar que pode tudo, com escritas de auto-ajuda. Tem a ver com a busca de sermos diferentes no meio de uma geração de pessoas tão “iguais”, tão sem brilho, que estão sedentas por pessoas que se tornem exemplos.

Você pode ser fruto de uma família onde presenciou muitos conflitos entre seus pais ou pode vir de um lar de pais separados. Muitos carregam as tristezas e o fardo das crenças que nos foram transmitidas pela convivência familiar e algumas deixaram herança de medos que as vezes nem percebemos que temos.

Muitos gostariam de formar uma família completamente diferente daquela em que a pessoa foi criada. Você já observou características nos seus pais que você abominava e sem se dar conta, acabou tendo as mesmas reações que um deles? Talvez você viu seu pai traindo sua mãe e decidiu não querer isso para você; talvez você vivenciou histórias de vícios que deixaram registros negativos na sua mente ou até recebeu um modelo de pai agressivo, ausente e sem afetividade ou uma mãe fria e sem atitudes de mãe. A grande dúvida que paira na mente é: E o que devo fazer com isso? Como posso viver sem sentir o peso desse passado em mim?

Mesmo sabendo que não é fácil, o grande investimento é ser uma pessoa transformadora que busca não repetir os padrões dos valores recebidos. Nós somos engenheiros de idéias e não escravos do nosso passado (sendo este bom ou ruim). Uma coisa é certa: Temos sim, a capacidade de mudar qualquer ambiente que está ao nosso redor. Não é fácil, mas também não é impossível.

Conheço a história de umas pessoas que não se contentaram com o pouco e em por quatro gerações os homens daquela família tinham histórico de infidelidade. Apenas um deles optou por seguir um caminho da seriedade e era o único que estava feliz no casamento. Isso é ter atitude.

Em outra família, havia três gerações apresentaram dependência de álcool e eu conheci o único filho que nunca entrou nessa armadilha perigosa: Isso é fazer a diferença. Entre uma turma de amigos que fazem coisas inúteis e fúteis, você pode ser o único a optar por não se influenciar. Isso é deixar sua marca, mesmo que corra o risco da rejeição.

São tantas histórias, mas o que eu gostaria é que você e eu nos tornássemos um desses exemplos – não para que outros saibam, mas para nós mesmos nos orgulharmos de comprometer em deixar uma marca registrada na nossa geração.

Eu aceito o desafio. Você vem comigo nessa causa?

O que uma família sem problemas com drogas tem de diferente?

 

Karine Rizzardi

 

Muito se fala sobre o que leva uma pessoa a entrar no mundo das drogas, mas pouco se fala sobre os fatores familiares que evitam a pessoa de se influenciar por esse caminho autodestrutivo.

Uma tese realizada pelo Dr. Todd, idealizador de uma clínica de recuperação de dependentes químicos nos EUA, chamou-me atenção e eu gostaria de compartilhar com você. Ele estudou a respeito de qual diferença entre uma família com registro de drogas e outras que não tinham esses problemas.

Foi lendo os resultados, percebi que o que mais impressionou nas conclusões era o conjunto de respostas simples baseado em coisas que todos sabem, mas poucos executam. Observe você, algumas delas:

  • Os filhos que não tem problemas de drogas percebem mais o amor dos pais, principalmente do pai.
  • Os pais mantêm uma boa relação com os amigos dos filhos.
  • Maior capacidade da família de planejar e de se divertir juntos.
  • Maior ênfase no controle sobre a disciplina e o controle, com menos permissividade e liberdade.
  • Maior comunicação e respeito na auto-expressão de um para com o outro.
  • Ênfase na união da família.
  • As famílias funcionam mais democraticamente e sempre com a autoridade compartilhada dos pais.
  • Existe um acordo mais espontâneo para a solução dos problemas.
  • Os pais possuem uma maior capacidade de preparar os filhos para a vida adulta.
  • A família possui maior condição de tirar proveito das circunstâncias existentes e a não enfatizam as frustrações ou frisam constantemente os erros dos filhos.

Para você pai/mãe, que tem essa preocupação, talvez este seja um alerta para que possa executar esses exemplos de comportamentos. Caso você faça parte de um lar onde todos os membros têm vidas muito desligadas um do outro, sem ênfase na união familiar, quando a figura de pai é ausente, quando vocês nunca passam tempo juntos na semana, a não ser que fosse para discutir ou quando um filho manda mais do que um dos pais dentro de casa, então é hora de remontar alguns planejamentos familiares, antes que apareçam notícias desagradáveis como a concretização desse medo.

Fico feliz de poder estar informando isso a vocês, pois é possível que esse problema possa ser evitado antes que a droga se instale. Com isso, talvez seja bom descrever a diferença entre uso, abuso e dependência.

Quando digo: “Hoje vou tomar um trago para relaxar”, estou apenas fazendo uso.

Quando digo: “Hoje, como quase todos os dias, tomo um trago para relaxar”, isso é abuso, mas quando digo: “Se eu não tomar um trago eu não relaxo”, isso já é dependência.

 

A autora é psicóloga especialista de casais e família

(45) 3224-4365

drakarinerizzardi@gmail.com

 

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